Capítulo Quarenta e Três.

10.6K 791 314
                                    

F E L I P E

Se tá ruim pra você, imagina pra mim que tomei um belo de um chá de buceta e agora tô amarradão na mina. Gamei, irmão, fodeu.

Nunca passou pela minha cabeça que fosse dar certo minha "relação" com a Giulia, hoje é o dia nosso acordo chegou ao fim, um mês daquele nosso trato. E papo reto, não sei nem o pensar. Não sei se ela vai continuar, também entendo que ela tá aguentando barra demais com a Nathalie.

Acordei primeiro que ela e fiquei olhando pro teto pensando nessa vida. Quando a gente menos espera, aparece uma feiticeira pra te deixar maluco né, parceiro. Tava bem de vida e essa filha da puta chegou, parece até que foi pra melhorar.

A gente passou a tarde toda dormindo e agora tinha acordar a madame pra se arrumar. Sexta de lei naquele churras na casa de um parceiro meu. Nem preciso dizer que a Giulia aceitou de primeira né, tendo comida...

Levantei naquela preguiça, tomei um banho e quando voltei pro quarto, ela já estava acordada mexendo no celular.

- Vai se arrumar, pô. Toda preguiçosa, cara.

- Ih, Felipe. Me erraaaa! - mandou o dedo do meio.

- Vou nem dizer o que eu vou fazer com esse dedo se você não levantar...

- Nem vem que você não vai conseguir nada!

- Nem uma mamadinha? - olhei pra ela com cara de cachorro que caiu da mudança.

- Olha o respeito, idiota. Sou moça de familia, santa e pura - ela disse e eu gargalhei - Tá rindo por que?

- Fazendo piada uma hora dessas?

Ela deu um tapa no meu braço e foi pro banheiro. Aí agora, parceiro, só amanhã. Tá pra nascer mulher que demora mais pra se arrumar, cara. Tenho paciência não, pô. Aí eu começo a chamar por ela, a nega fica putona.

Mas aí, me amarrava em ver ela se maquiando. Ficava maior cota vendo ela passar vários pincéis que pra mim, eram todos iguais. A Giulia ficava bolada, porque toda hora eu perguntava o nome de um.

- Se você me fazer borrar o delineado, eu como seu cu.

- Só se você deixar eu comer o seu também...

- Mas nem morta, aqui é propriedade privada pra você - disse concentrada naquele bagulho que passava no olho.

- Não sei pra que ficar horas passando esses rebocos na cara, fica feia do mesmo jeito, pô - ih, cara, não sei pra que eu falei. Ela jogou a sandália que pegou certeiro na minha barriga - É brincadeira, parceira. Porra, que mira, hein!

- Pois é, da próxima, você já sabe aonde vou jogar. Ridículo!

Nem falei mais nada, ela ficou mais uns minutos terminando de se maquiar e fomos buscar o Breno e depois ir pro lazer.

G I U L I A

Eu nem amei, né?! Só tocando pagode, comendo altas carnes com uma farofinha, existia coisa melhor? Nem...

O Felipe foi buscar uma cerveja pra mim, fiquei conversando com a Manu e a Camila. Tinha maior galera da faculdade, aquele povo que em cada parte que você for, acha. Mas eles colavam em tudo mesmo, festa do pessoal de direito é assim.

Ainda mais que era open bar, não acha isso sempre não, pô. Tinha que aproveitar enquanto podia. Não demorou muito e o Felipe chegou com duas garrafinhas de cerveja, ele me deu uma e a outra entregou pro Breno.

Meu amigo depois que terminou com a Beatriz, tava que nem pinto no lixo, curtindo a beça. Não que ele já não saísse antes, mas era sempre com receio da briga do outro dia. Mas atire a primeira pedra quem nunca se envolveu com alguém e se arrependeu, né...

Começou a tocar um pagodinho chave e o Felipe me chamou pra dançar, eu não sabia dançar direito, mas ele direcionava tudo ali e ia.

- Eu não me separo de você mulher
Nem se a globeleza um dia me quiser
Se na Mega-Sena eu vencer
Fico com você, fico com você - ele cantou no ouvido, já sabem né, fiquei toda boba. Com aquela voz rouca, me matava, aff!

- A gente precisa conversar, né? Hoje é o último dia do nosso acordo e precisamos ver como vai ficar essa relação, se é que posso chamar assim - disse cortando um pouco clima e ele me encarou.

- Tô ligado, depois a gente resolve isso aí. Curte aqui agora, gatinha...

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora