Quando o sol chegar

Capítulo Dezoito.

G I U L I A

Depois que eu sair do apartamento do Felipe, fui pro meu e chamei a Manu pra ir comigo levar meu currículo em uma clínica que ela tinha me recomendado. Vestir um vestidinho florido soltinho e uma rasteirinha. Peguei meu celular e dinheiro, vai saber né. Do jeito que eu sou consumista e gulosa, tudo que eu vejo, eu quero.

Chamei um Uber, porque meu chofer estava trabalhando e eu não queria andar de pé no centro do Rio de Janeiro. Logo o celular apitou falando que já tinha chegado, chamei a Manuela e descemos de elevador. Sedentarismo chegou com força hoje.

- Boa tarde - falei quando entrei no carro. O motorista um senhor que aparentava ter sessenta anos. Aí é bem aquele meme né, contei minha vida toda pra ele. Que fase!

- Deixa o menino escapar não, hoje em dia minha filha, não se encontra mais garotos assim - ele falou se referindo ao Felipe, é gente, contei tudo. Parecia uma consulta com a psicóloga - Se ele, beija bem, faz gostoso e ainda te trata bem. Vai na fé.

- Aí moço, ela se faz de difícil - a Manu falou e eu ri.

- Tem que fazer às vezes né.

Nem demorou muito e ele parou em frente a clínica. Pagamos a ele, nos despedimos e entramos na clínica. Já me via entrando no meu próprio consultório. Oh senhor, saiba que se for da tua vontade, tua filha tá quase pronta, falta um tempinho até terminar a faculdade.

A Manu tinha uma amiga que trabalhava aqui, então era mais fácil a gente se movimentar ali. A mulher era fodidamente perfeita e era nutricionista. Pena eu tenho se ela descobre o que eu como. Só desonra para minha futura profissão.

- Vamos pra onde agora? Casa? - Manu perguntou quando saímos da clínica. A gente resolveu tudo com a Marília, a nutricionista. Pelo que me parecia ela dela a clínica.

- Estou morrendo de fome - falei e ela riu.

- Novidade, né?! - disse - O MC é logo ali, são cinco horas, seu amigo colorido já deve ter saído, liga pra ele. Vamos unir o útil ao agradável. Ele paga nossos lanches e ainda leva a gente pra casa - ela falou.

- Hm, esperta você, gostei. Vou ligar pro Felipe - Falei e peguei meu celular. Disquei e na segunda chamada, ele atendeu.

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- Fala aí, tá aonde?

- Boa tarde, Giulia. Estou bem e você? - ele falou e eu revirei os olhos - Estou saindo da agência, por que?

- Sabe onde é o MC aqui da Barra né, vem aqui, por favorzinho.

- Vai me falir né?

- Disse nada, você quem interpretou.

- Abusada demais. Eu só vou porque também estou com fome.

- Vou fingir que acredito, beijinhos de luz!

📞

Puxei a Manuela pela mão e fomos pro MC. Eu estava morrendo de fome, não ia esperar o Felipe não. Entrei logo e fiz os pedidos, também nem demorou e o Felipe chegou. Ele me abraçou de lado e deu um beijo na minha nuca, e fez o mesmo com a Manu.

Depois que terminamos de comer, dividimos a conta e fomos embora. Como de costume, já entrei colocando minha playlist.

Chegamos no prédio, Felipe estacionou o carro na garagem e subimos de elevador. Queria ir pra academia, mas bateu uma preguiça.

A Manu foi direto pro apartamento, porque o Felipe disse que queria falar comigo.

- Que foi? - perguntei, ele me puxou pra perto dele e levou os braços pra minha cintura.

- Vai fazer o que agora? - ele perguntou e beijou a pontinha do meu nariz. Que porra estava acontecendo com o Felipe?

- Quero ir pra academia, mas tô com preguiça - falei e levei meus braços pra cintura dele - Vamos também, malhar as canelas. Nas suas fotos do instagram as pessoas falam que cê tem canelinha fina.

Ele riu - Estou ligada, tem uma garota que sempre pede canelelfie.

- Manda, garoto! - gargalhei.

- Vai, bunda linda - ele bateu na minha bunda - Quando chegar da academia, vem aqui - me deu um selinho e me soltou.

Dei outro e entrei no apartamento. Deixei minha sandália do lado da porta e fui falar com a Manuela.

- Vamos pra academia comigo? - falei e ela me olhou rindo. Ninguém me leva a sério.

- Preguiça cara - deitou na cama.

- Vamos, por favor. Se eu for sozinha é capaz de eu ter recaída, transar na academia com o personal e o moço das câmeras acompanhando.

- Com quem garota?

- Bruno, peguei ele quando fui pro Espaço Hall.

- Você que lute!

Tentei até a morte conversar a Manu, como sempre, ninguém resiste aos meus encantos. Rapidinho ela disse que ia. Deixei ela se arrumar e fui também. Tomei um banho, botei uma legging, um top branco e um tênis. Enchi minha garrafinha de água, chamei a Manu e descemos de escada pra já dar aquela esquentada.

Quando chegamos na academia, de longe já vi o Bruno, me ajuda senhora das calcinhas molhadas. Assim que ele me viu, já veio na minha direção rindo. E que sorriso...

- Olha quem veio - me deu um abraço - Sua amiga?

- Sim. Manuela, Bruno. Bruno, Manuela. - fiz as devidas apresentações.

- Prazer... - Manu sorriu e ele também.

Ele falou que iria treinar nós duas hoje, já sabia que sairia daqui morta de cansada. Só de pensar, já bateu a preguiça.

...

Foi dito e certo, Bruno me deixou com as pernas toda doendo. Nem sei se conseguiria levantar amanhã. Sentei no banco que tinha e postei um story. E ainda vi que o imundo do Felipe tinha postado story comendo comida japonesa, filho da puta, nem me chamou. Respondi logo, porque me deu até vontade.

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@giuassis: Ih, fdp. Cadê o convite?
@felipeferreira: Vem pô, te chamei abusada. Você quem disse que ia malhar.
@giuassis: Vou tomar banho e tô indo, me espera.

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Me despedi do Bruno e subi com a Manuela. Tomei outro banho, porque estava pingando de suor. Botei um short jeans, uma blusinha branca soltinha e uma rasteira. Peguei meu celular, me despedi da Manu e fui pro apartamento do Felipe. Toquei campainha não, sou abusada mesmo.

Chamei por ele e o mesmo respondeu que estava no quarto. Fui até lá e vi que ele já estava comendo. Sentei do lado dele e comecei a comer também. Depois levei as coisas pra cozinha, lavei e voltei pro quarto. Deitei na cama e o Felipe me puxou pra perto dele, fiquei mexendo no meu celular e ele jogando video game.