Quando o sol chegar

Capítulo Sessenta e Seis.

G I U L I A

Apoiei minha cabeça no ombro da Mayara e coloquei a mão na testa sentindo um tontura estranha. Pra não preocupar o Felipe, falei com a May mesmo, aproveitei que ela já estava no meu lado.

- Só uma pergunta, você está atrasada?

- Sim... Caraca, Mayara! Sim! Tipo, a muito tempo. A última vez que menstruei ainda estava em Trancoso. Viado, que mancada minha - falei eufórica e receiosa, mas baixo pra ninguém escutar, só ela.

- Cê sabe que talvez não tenha sido menstruação e sim um sangramento que você deveria ter falado com a gine assim que chegou no Rio ou até em São Paulo mesmo, porque pode ser grave.

Gente, juro, estática estava e do mesmo jeito fiquei. Eu fiquei pensando em dez mil coisas junto, com medo de perder o bebê e sem nem saber se é gravidez mesmo.

- Para de beber, amanhã de manhã quando o Felipe sair pra faculdade, você dá alguma desculpa e eu compro os testes de gravidez.

Eu tentei prestar atenção nas conversas deles, mas só pedir uma garrafinha de água e fiquei alheia a tudo que falavam. Felipe até me perguntou o porque de eu estar assim, mas dei uma enrolada de leve.

Mas pra convencer ele de que eu queria dormir sozinha foi a pior parte, se eu fosse dormir com ele, com certeza, ele iria querer saber o porque da minha mudança repentina de humor. Eu não queria aumentar as expectativas dele, até porque TODO dia o Felipe falava de filho, futuro, casamento.

✉ Mensagem.

Eu: Amor, eu tô meio indisposta, não vou pra facul hoje, tá?! A gente se vê no almoço. 🤍

Felps: Bom dia, vida. Tem certeza de que tá bem mesmo? Quer que eu fique com você?

Eu: Não, bê. Juro que não precisa, é só uma dorzinha de cabeça e preguiça.

Felps: Normal seu, nê. Mas beleza, baby cat. Te amo mais! 🛐

Eu: Ih, garoto, eu que te amo mais e sem mas! 🥶🤍

✉

- Dormiu direitinho? - Mayara perguntou e eu dei risada, porque ela sabia que não.

- Besta! A Manu tá aí ainda? - perguntei.

- Sim, a Mila tá chegando com os testes.

- Os meninos vão estranhar a gente ter faltado, mas enfim. É por um bom motivo - Manu apareceu falando.

Parecia uma eternidade a Camila com esses testes, a Mayara e a Manuela me fizeram beber um litro de água pra não demorar pro xixi descer. Elas são imorais, que ódio!

Quase oito e meia, a Mila apareceu com os testes, pra ser mais exata, cinco testes. Paranóicas? Imagina.

- Demorou por que, quenga? - Mayara perguntou.

- Cara, o Davi inventou de fazer aquele sexo matinal gostosinho, não podia recusar, cara.

- Não precisava saber dissooo! - falei.

- Mayara que perguntou, só respondi a verdade.

- Não queria saber os detalhes, cara.

- Sim, sim, deixem de mimimi e me dá logo esses testes. Tô com xixi pra soltar até pelas ventas - rimos.

Fui até o banheiro e elas vinheram todas curiosas atrás, na hora que fui fechar a porta, a Mayara não deixou. Até na hora de fazer xixi, elas não me largam, curiosidade tem limite. Mas enfim, eu estou tão nervosa que nem liguei.

- Porra, é quantos minutos isso aqui? Demora do caralho, puta merda - falei voltando pra sala - Quero ver essa porra não, segura essa pica aí, Mayara.

- Ih, garota, quem tem que segurar é você. Acalma a xereca, falta só três minutos. O que vai ser revelado aí vai mudar o seu futuro, mas é um consequência da vida.

- Eu não estou grávida, tá maluca? Ainda nem terminei a faculdade e não tá nem perto disso - falei super nervosa e tremendo já.

O alarmar do tempo do resultado apitou no celular e a gente combinou de ver todas juntas. Coloquei o teste em cima da mesa com o resultado virado pra baixo.

- É agora ou nunca. Eu viro no 1, beleza? - falei e elas concordaram - 3...2...1... - virei.

- MANO DO CÉU! - Mayara gritou.

- Puta que me pariu!

- VIAADO!