Capítulo Quatro.

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G I U L I A

Eu já estava vendo as estrelas de tanta caipirinha que tomei, mas tu parava? Porque eu não.

As meninas eram fodas e os meninos nem se fala. Eu tinha saído com a Aline e a Luísa, achei um espelho maravilhoso, tirei altas fotos, mas aquele tipo que é pra guardar de lembrança. Aproveitei que o 4g estava pegando e postei logo uma foto que tinha gostado bastante. Dei uma olhadinha nos comentários, eu era apaixonada pela Giulia Bressan, as Giulias são maravilhosas, perfeitas, sem defeitos. A Lavínia Almeida também, cadelinha do Felipe.

Depois de um tempinho olhando os comentários, as meninas me chamaram e voltamos pro camarote. Eu estava só de olho em um menino moreno, lindo pra caralho, cabelos bem grandinhos, perfeito!

- Ih, aquele menino ali, não para de te olhar - Luísa falou no meu ouvido.

- Vou lá agora, detesto gente lerda! - falei e fui na direção dele.

- Não me chama de anjo, porque eu vou ser obrigado a te levar pra conhecer o céu da minha boca - ele falou e eu dei risada. Aprendeu essa cantada com o Neymar, só pode...

- Cantada merda, espero que a viagem compense - agarrei a nuca dele e iniciei um beijo. Ele levou as mãos até minha cintura, o cara tinha uma pegada do caralho, ele comandava o beijo perfeitamente bem. A outra mão ele entrelaçou nos meus cabelos e minhas mãos arranhava as costas dele lentamente com as unhas.

Paramos o beijo quando não existia mais fôlego e terminamos com selinhos.

- Compensou a viagem? - ele olhou pra mim sorrindo, caralho, estou apaixonada.

- Preciso responder? - olhei pra ele sorrindo. Virei pra olhar pra Luísa e todo estavam olhando - Caralho, viado!

- ESSA É DAS MINHAS! - Vitória gritou.

- Como é seu nome? - olhei de novo pra ele.

- Giulia e o seu?

- Bruno.

Rolou mais uns beijinhos e depois eu voltei pra perto do pessoal. Eu vim pra curtir, não pra ficar agarrada. Comprei outra garrafinha de ousadia de Morango, não consigo gostar de outra.

- Tá na sua mão agora é tudo ou nada. se for amor sem vem que tudo passa - cantei - Se for embora tá na cara, saudade arregaça.

- Cadê o garoto, dona Giulinha? - Felipe chegou falando do meu lado.

- Já falei que eu odeio esse apelido, ridículo!

- Olha a educação - ele falou e eu bufei- Mamãe não ensinou não?

- Felipe, você disse que não ia me irritar essa noite.

- Mas já é uma hora da manhã, acabou o prazo - sorriu.

- Estende mais um pouco, que tal pro resto da vida?

- Tá estressadinha é?

Revirei os olhos - Porque em vez de você tá me irritando, não compra outra garrafinha pra mim?

- Você sabe que essa bebida derruba né? E eu não nasci pra cuidar de bêbada.

- Oh Vitória vem aqui - chamei ela e rapidinho ela chegou - Se importa de levar o Felipe daqui? Tá me irritando pra caralho.

- Ah filha, acostuma - ela falou e abraçou de lado o Felipe - Aqui é que nem problema, carrega pra toda vida.

- Você me ama, Vita.

Felipe tinha dois pontos negativos pra mim, mas que pra ele era positivo. 1, ele é lindo pra caralho, isso não tinha como admitir. 2, o ego extremamente elevado, se gaba e se acha por tudo. Mas esse ego, fazia parte da personalidade dele, o que conseguia deixar ele ainda mais bonito.

- Você faz faculdade de que, Giu? - Vitória perguntou.

- Nutrição por amor - respondi rindo.

- Ih caralho, faz empreendedorismo com o Felipe? - ela perguntou e eu assenti - Meu Deus, tadinha. Mora no mesmo prédio e ainda tem matéria juntos.

- Vitória? - Felipe olhou pra cara dela e a mesma riu - Isso aí, é tudo pose. Qualquer coisa que acontece ela vem correndo pro gostosão aqui.

- Te amo, cê sabe... - beijou a bochecha dele.

Ficamos conversando mó cota, depois o Felipe foi pra muvuca, me deu vontade de ir. Mas junto com Felipe não ia dar certo, íamos quebrar o pau. Resolvi ficar aqui em cima bebendo e sofrendo por quem me rejeitou quando eu era feia, nada passa batido...

O doido do Felipe voltou três horas da manhã rindo, atrás eu vi a Luísa e a Aline. Eu já estava bem alterava, mas bem consciente. Felipe me chamou pra ir embora e eu concordei, não tinha mais pés, estavam tudo doendo. A gente se despediu do pessoal, segurei na mão dele e passamos pelo meio da muvuca. Soltei assim que chegamos no estacionamento.

- Lembra aonde eu estacionei, Giulia? - ele perguntou e eu olhei assustada pro mesmo.

- Felipe, não brinca. Tem mais de cem carros aqui.

- Não estou brincando, garota. Esqueci cara, acontece...

- Como a gente vai pra casa?

- A pé, né você que gosta de fazer exercício?

- E gosto mesmo, hein, mas meus pés estão doendo, sem condições cara.

- Então vamos rodar bolsinha na esquina e conseguimos o dinheiro do uber, eu gastei tudo com bebida.

- Felipe, não começa com suas palhaçadas...

- É brincadeira, eu sei aonde estacionei.

- Você não tem juízo né? - dei um tapa no ombro dele.

- OLHA A COBRA AÍ, GIULIA, CORRE CARA - ele gritou e saiu correndo. Eu dei um grito e corri atrás dele - Era mentira, você acredita em tudo, cara! Cuidado com a vida, garota.

- Eu morro de medo de cobra, seu demente.

- Você tem medo de si própria? Essa é nova.

- Felipe, cala a boca e entra dentro desse carro.

Entramos no carro, botei um funk pesadão e fui cantando o caminho todo. Chegamos no prédio, ele estacionou o carro na garagem, entramos no elevador. Apertei o botão do nosso andar e rapidinho chegou.

- Boa noite, gatinha! - ele falou.

- Boa noite, encosto...

- Eu todo fofo e ela toda grossa - Mandei o dedo do meio e entrei no meu apartamento. Fui pro meu quarto, tomei um banho e botei meu pijama. Deitei na minha caminha e parecia que eu não via a séculos. Fiquei mexendo no celular e peguei no sono bem rapidinho.

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora