Quando o sol chegar

Capítulo Setenta e Nove.

F E L I P E

Passei pra buscar a Giulia no trabalho dela e logo depois seguimos pra buscar a minha sogrinha e a avó da Giulia pra levar pro aeroporto. Elas só vieram pro aniversário da Giulia e como a baby cat estudava de manhã e trabalha de tarde, acaba que fica meio sem ter como elas curtirem o Rio juntas. Mas já ficou marcado a próxima vinda delas pra conhecerem mais o Rj.

Como sempre, foi maior choro da despedida, sermão normal pra eu cuidar bem da Giulia. Mas se vacilar, ela que cuida mais de mim, essa garota é meu tudo. Além dela, agora tem uma vida dentro dela que é de extrema importância na vida de nós dois.

- Ô Lipe, você já pensou aonde a gente morar? Porque no meu apartamento, aposto que vai ficar pro Vini e a Manu. O seu é pequeno...

- O meu é da época que fui procurar minha independência, só dava pras gatinhas e claro, eu - respondi pra zoar com a cara dela.

- Nossa senhora, informação super importante você acaba de falar - fez cara de ofendida - Mas voltando ao foco da conversa, tem um casal vendendo um apartamento em São Conrado, eles vieram do exterior pra passar uma temporada, mas querem voltar. E estão querendo vender o mais rápido possível, pensei que com bossas economias e com a gente trabalhando, não sei. Talvez possa dar certo, o que você acha?

- É uma boa, vou vender meu apartamento também, fica suave pra nós. Depois você me passa o contato deles pra gente conversar - respondi olhando pra ela quando paramos no sinal vermelho - Você sabe como é, cômodos e afins?

- Quatro quartos, sendo que dois é suíte. Sala dividida com a cozinha, varanda com vista pra praia, hall e um banheiro principal - respondeu - Se a gente conseguir, fica uma suíte pra nós dois, outro pro Gui ou para Layla...

- Outro pro futuro filho depois desse bebê, sabe que eu quero um time, né? - falei e a gargalhou, essa garota tá achando que é bagunça.

- Ih, vai acostumando, pô.

- No máximo, dois filhos. Se quiser mais, dorme e sonha.

- Assim você machuca o coração do malandro - coloquei a mão no coração fazendo drama.

A Giulia disse que deu desejo de comer salgado de queijo e presunto, o famoso joelho, com açaí, nova realidade pelos próximos oito meses, aonde eu fui arrumar essa mulher, meu Deus?
Pior ficou quando ela colocou uma colher de açaí em cima do salgado e mordeu, maior nojeira, brother. Que isso...

- Pô, amor, faz isso não, cara - fiz cara de nojo olhando pra ela.

- O que eu posso fazer se meu desejo é esse? Tenho que comer pra passar ou você quer que nosso bebê venha com cara de salgado?

- Vacilação isso aí, papo reto - mas aí, ela comia na maior vontade do mundo, parceiro. Ao mesmo tempo que eu achava nojeira, ficava admirando ela comer se sujando toda, criança por vida. Aí eu ia ajudar ela a limpar e a feiticeira me sujava também, na moral, eu amo essa garota. Posso tá no dia mais triste, só em ver ela sorrindo toda boba, transformava meu dia no melhor de todos.

Parece até piada eu falar esses bagulhos, logo eu, que jurava de pé junto que jamais iria virar cachorro de mulher. E olha hoje, virei um completo escravoceta, só basta ela falar do que quer comer que eu vou doido procurar. A situação só vai piorar se esse bebê for uma menina, aí vou ser cachorro de duas.

- Se nosso bebê, for uma menina, eu vou amar te ver de cabelos brancos. Fala aí, você vai surtar com os namoradinhos, as festas. Imagina, a Layla pedindo pra ir em uma festa em Búzios e você lembrar de como era essas festas, hein. O cu chega tranca... - gargalhou.

- Você não vale nada, né? Mas pode ficar de boa, porque vai ser um Neymar, você quem vai ficar pilhada - disse e ela negou me fazendo rir.

- Minha sogrinha disse que a gente sente o que vai ser, vai ser uma menina, meu bem. Confia na mãe!

- Papo reto, tomada de cu em dobro.

- Reclama não que sua filha ta ouvindo - Giulia falou colocando a mão na barriga e eu coloquei a minha por cima da dela - Daqui a uns meses, só em você colocar a mão, minha barriga vai ficar parecendo um jogo de futebol. Chute aqui, chute lá...