F E L I P E
- Vamos terminar o que não acabamos no banheiro, ninguém vai incomodar a gente - entramos no meu apartamento, ela me olhou apreensiva e fez um coque no cabelo, pelo pouco tempo que conheço a Giulia, quando ela faz isso, é quando está nervosa.
- Precisamos conversar, rapidinho - ela sentou no sofá e me sentei ao seu lado - Você disse pra eu não me afastar, mas temos que ver o que vai acontecer daqui pra frente. Não quero continuar nisso, me iludindo, achando que não recíproco.
- Um mês sem ficar com ninguém, só você e eu. Se der certo...
- Felipe, esqueceu que em a Nathalie que não sai do seu pé?
- Ah coé, eu e a Nath somos amigos, já você e o Brunito - fiz careta.
- Ok, se der certo, o que vai acontecer depois?
- Não tenho como te responder, só tem duas opções, dar certo ou errado. Vamos ir levando de boa, e sempre sendo sincera, se algo estiver te incomodando, conversa.
- Foda-se, não vamos saber se tentar - veio até mim, com uma perna de cada lado, ela abraçou meu pescoço e eu depositei beijos no seu pescoço - Estou com fome, pede pizza, enquanto eu vou tomar banho.
Giulia levantou do meu colo e foi pro quarto tomar banho. Entrei no Ifood e pedi pizza de Calabresa. Fui na cozinha, bebi um copo de água e fui pro quarto, vendo que ela já tinha tomado banho.
- Na moral, você está levando todas as minhas blusas - falei assim que vi ela com mais umas das minhas camisetas favorita e com uma calcinha de renda. O pai surta. Giulia olhou pra mim e deu as costas, sebosa. Tomei um banho geladinho, vestir uma cueca e uma bermuda. Pra que camisa se eu estava dentro de casa.
A pizza já tinha chegado, sentamos no sofá, liguei a tv e estava passando ''De férias com o ex''. Depois que terminamos de comer, levei as coisas pra cozinha e a Giulia me obrigou a lavar. Deixei logo a cozinha organizada, peguei um cobertor e deitei do lado dela.- Vou botar caixinha de perguntas pra gente responder - falei jogando minhas lindas canelas por cima do quadril dela. Aqui não tinha essa da mulher fazer isso, sou eu pô, o princeso.
- Vai me difamar né?
- Ainda tem dúvidas?
Tirei lá uma foto da gente e botei a caixinha de perguntas. A maioria das perguntas era pedindo pra eu casar com a Giulia ou adotar. Lá tenho cara de macho que casa. De tcholinha, basta o Henrique, cara tá com namorovírus.
Respondi umas lá, mas tirei um cochilinho, mas nem dá pra dormir com a Giulia, barulhenta demais. Ela respondeu umas perguntas e depois disse que queria sair. Que pessoa tem esse pique depois de uma transa do caralho na escada do prédio?
Giulia foi pro apartamento dela se arrumar. Vesti uma roupa rapidinho, fiquei mais gatão do que já sou.
- Bora, pô - falei chamando a Giulia. A gente ia na casa da minha mãe, ela disse que tinha feito um jantar pra gente. Além da comida ser boa, era de graça, nem gostei.
Descemos de elevador, ainda ia transar lá, escrevam aí. Giulia cumprimentou toda sem graça o porteiro e eu só sabia rir.
- Nossa, você é ridículo. Que ódio, Felipe. Ficou a culpa toda pra mim que grita alto.
- Mas você grita mesmo, toda gostosinha gritando meu nome - falei rindo, entrando no carro - Escandalosa!
Dei partida pra casa da mãe, Giulia conectou o Spotify no som e começou a tocar "Vermelho Ferrari" do Orochi.
- Ela me chama de safado, cafajeste e vagabundo. Acorda chupando bem cedo e toma conta disso tudo - cantei baixinho.
- Perfeita sem maquiagem, ela é uma linda obra de arte. Quem não viu você pelada não sabe o que é paisagem - Giulia continuo cantarolando.
Rapidinho chegamos na casa da dona Lua, ela já estava toda arrumada esperando a gente. Gatona minha mãezinha.
- Lindo... - falou me olhando.
- Sim? Foi a senhora que caprichou na sentada, tem nem como ser feio - falei beijando a cabeça dela e foi retribuído com um tapa no ombro.
- Olha o respeito, filho da puta! - beijou meu pescoço - Olha quem veio, que bom.
- Oi, dona Lua. Tudo bem? - Giulia falou cumprimentando ela com dois beijos.
- Estou bem, minha filha e você?
De longe sentir o cheirinho de Risoto. Minha barriga chega roncou. Porra, a mãe estava com uma mania de botar alho no vinho, fica horrível, mas ela gosta. Tive que beber cerveja, quem aguenta tomar aquilo.
- Fechou o corpo de tatuagem, Felipe Ferreira Dias? - ih, chamou do nome completo, fodeu.
- Não, vou fazer uma palmeira pra Giulia mamar na sombra - depois disso, só ouvi a risada da minha mãe e a Giulia cuspiu o vinho. Ainda não se acostumou com meu jeito.
- Felipe, você é muito ridículo! - Giulia falou rindo.
- Ainda não se acostumou com o senso de humor do Felipe? Daqui pra frente é pior - falei puxando ela pra perto de mim.
Ficamos conversando por um bom tempo, aqui o papo não morria, acabava uma fofoca e já entrava em outra. Depois jantamos no pique, comida gostosinha, nada pra reclamar. Minha mãe subiu pro quarto pra descansar e eu fiquei com a Giulia na varanda.
- Quando você vai pra São Paulo vê sua família?
- Próximo feriado. Falei com a minha mãe hoje e ela me disse que estava tudo bem. Achei bem falso, sabe...
- Falou com seu pai também? - comecei a fazer mexer no cabelo dela, lisinho, cheirosinho.
- Sim, ela me liga todos os dias de manhã.
Não demoramos muito, porque infelizmente, amanhã teríamos aula bem cedo.
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Quando o sol chegar
RomantizmGiulia, uma jovem determinada e recém-chegada do agitado São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro para estudar Nutrição na universidade local, buscando uma nova vida longe dos conflitos familiares. Sua rotina acadêmica ganha um inesperado revés quan...