Capítulo Noventa e Quatro.

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G I U L I A

- Amor, não tô aguentando, liga pra Bianca, vai! - falei quase gritando de dor, desde as cinco horas da tarde que começou as pequenas contrações na barriga, mas sem dor. Mas oito horas da noite, começou as contrações ritmados que o Felipe contou de 10, 15 minutos de intervalo.

Aí chamei a Mayara que disse que poderia ser prôdromos ou seja, os alarmes falsos. Eu poderia ter pequenas contrações, mas não entrar em trabalho de parto.

- Ela confirmou, Giu, é prôdromos. Pediu pra você tentar dormir, se conseguir, porque você não tá em trabalho de parto.

Bebi um copo de água e deitei de conchinha com o Felipe, ele ficou fazendo carinho na barriga, como se estivesse tentando tranquilizar a Layla. Acabei dormindo ouvindo ele conversar com ela, fiquei até pensando no "Eu sei que você quer vim logo, mas vai com calma, filha. Mamãe tá sofrendo pra caralho", aposto que ele aproveitou que eu dormir pra xingar. Desde o início da gravidez, já avisei pra não xingar quando tivesse conversando com a Layla.

Acordei duas horas e quinze minutos da manhã com um barulho que ouvi na minha barriga. Abrir meus olhos olhando pra noite estrelada e rapidamente, senti um líquido escorrendo pelas minhas pernas, levantei com cuidado e percebi que minha bolsa tinha estourado.

- FELIPE? MAYARA? VENHAM CÁ! - gritei chamando por eles - Puta que pariu!

- Ê caralho, chegou a hora! Tô nem acreditando, brother - Felipe falou todo nervoso.

- Liga pra Bianca de novo, ô dor do caralho, meu Deus.

A Bia disse pra ir todo mundo pra clínica, pois eu tinha acabado de entrar em trabalho de parto. Já comecei a surtar, mas no equilíbrio!

- Vou tomar e a gente vai...

- Tomar banho? - Mayara perguntou e eu concordei.

- Não vou pegar minha filha fedendo, cara. Tá maluca?

O Felipe ficou andando de um lado pro outro, descendo e subindo prédio pra colocar as bolsas no carro. Ô gente, e pra piorar minha bolsa não estava pronta, só a da Layla.

A Mayara pegou uma de praia, tirou os biquínis jogando no chão, colocou uns pares de roupa e absorvente pós-parto. A gente saiu de casa três horas e quinze da manhã, assim que entramos no carro, as contrações aumentaram e ficaram bem mais doloridas.

Peguei meu celular, liguei chamada de vídeo dupla com minha mãe e pra minha sogra.

- A Layla vai nascer, corram pra clínica... - falei e elas começaram a gritar que nem loucas - Vai doer muito? Tipo, muito mesmo?

- Vai, tipo muito mesmo, mas quando você ver sua filha, a dor se transforma em amor.

Deixei elas falando sobre as contrações pelo celular com a Mayara e fui cronometrando o intervalo pela hora no som do carro, percebi que entre uma contração e outra era de três minutos. Dava nem tempo de respirar, juro!

Só chegamos na clínica três e quarenta e cinco, ficava muito difícil na hora de andar quando vinha contração. Assim que chegamos a Bianca e a Vanessa já tinham chegado. Já contei que elas namoram? Sou muito baba ovo delas.

Como desejo era ter parto humanizado, já avisei que queria que a Nessa tirasse as fotos do parto. Então, quando o Felipe avisou a Bia, a Vanessa já sabia também. Só uniu o útil ao agradável.

A enfermeira que iria auxiliar no parto, me examinou junto com a Bianca e falou que eu estava com dois dedos de dilatação. Ela colocou um monitoramento cardíaco tanto das contrações como da baby.

Foram quase vinte minutos com esse aparelho e as dores aumentaram pra caralho de novo. Olhei pro Felipe com um olhar de dor e apertei bem forte a mão dele.

- Não dá pra levar ela pra sala de parto? - meu marido perguntou e a Bianca sugeriu pilates e chuveiro.

- Bia, me leva pra qualquer lugar que faça amenizar essa dores, pelo amor de Deus.

Eles me levaram pro chuveiro e fiquei com uma bola de pilates. Passei maior cota ali, as contrações estavam com intervalo de dois minutos e a dor só aumentava. A Bia me examinou novamente e eu já estava com cinco dedos de dilatação.

Eu olhava pra janela e já via o nascer do sol, eles me levaram pra banheira e a dor aumentava cada vez mais e mais, intervalo de MUITO pouco tempo, horrível!

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora