Capítulo Setenta e Seis.

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G I U L I A

Acordei como se estivesse em um sonho, clima completamente agradável e já acordei agradecendo a Deus por mais um ano de vida. Sem esquecer da pessoinha que agora existe dentro de mim, muito estranho? Sim, muito! Mas, sou eu gerando uma nova vida, gerando uma pessoa que vai errar, acertar e vou criar com todo amor e carinho do mundo.

Ao mesmo tempo que eu me sentia completa, me sentia totalmente insegura e sendo invadida pelo medo. Não podia esconder a gravidez de ninguém mais, depois do que rolou com o Felipe, aprendi que não adianta esconder, enganar, mentir, a verdade uma hora bate na porta.

Eu queria conversar com minha mãe e com a avó antes de todo mundo da família saber, receber os julgamentos, sabia que isso não me faria nada bem. Até sobre postar na internet, eu quero conversar com o Felipe. A gente não era famoso, mas tínhamos pessoas do Rio e fora do Rio que seguia a gente, principalmente o Felipe que trabalha com festas, então tem um público maior.

Daqui a uma semana certinho, eu completava dois meses e com isso vinha o pré-natal. A médica é toda delicadinha, na primeira vez que fui, ela foi toda simpática. Eu fucava toda ansiosa pra saber se era menino ou menina, mas cara, o bebê é o do tamainho de um arroz. Então, ficava só na ansiedade mesmo.

- Ai, meu Deus, bom dia! - Mayara entrou feito um furacão e me deu um abraço - Eu tô muito feliz por você, te juro! Parabéns por mais um ano de vida, que você seja muito, muito feliz com sua família se formando. Quero que saiba que vou estar sempre aqui, pra tudo. Te amo, minha pitica!

- Me ouso em dizer que eu amo mais! - abracei ela com lágrimas nos olhos, malditos hormônios da gravidez.

Aproveitei que as meninas já estavam acordadas, tomei um banho, como estava fazendo um pouquinho de frio, porque era cedo, vestir uma roupa mais quente. Deixei o Felipe dormindo, ontem teve festa da agência, então ele foi dormir super tarde, tá muito cansadinho.

- A CHUVA CAI, DE NORTE A SUL, Ô GIULIA EU VOU COMER SEU CU! - Manuela gritou e eu tampei a boca dela - Bolo, desculpa...

- Garota, você é maluca!

- Que nada, amiga. Vinte anos e mamãe já, que isso.. - sorriu - Eu te amo, tá?! Quem diria que aquela garota que pediu pra morar comigo no início do ano ia virar uma das minhas melhores amigas, sério, você é muito importante pra mim. Obrigada, por tudo, por todos os conselhos, pelas ajudas, muito obrigada! E outra, se eu não for madrinha do baby, sou do casamento, hein.

- Tão feliz? Estão fazendo a grávida chorar em plena sete horas da manhã - limpei as lágrimas que caía - Eu te amo, meu tudão. É nós hoje e sempre, pode deixar que sua vaga de madrinha tá reservada.

A gente sentou na mesa pra comer, elas tinham feito um monte de coisas gostosas, não sabia nem por onde começar a comer, que isso, elas arrasam, papo reto. Perdemos até o horário, quando vimos já estavam todos no apartamento esperando pra ir para casa do Davi no Joá.

Breno acordou o Felipe na base do grito, até água jogou, cara. Juro, fiquei até com pena, ele foi tomar banho morrendo de frio porque a água tava gelada pra caralho.

- Ô amor, eu tentei impedir, mas cê conhece o Breno - dei risada entrando no quarto.

- O cara é um filho do puta, maior frio, nossa senhora! - parou de se arrumar e me olhou - Hm, vem cá me dá um beijo, aniversariante mais gostosa do mundo.

- Nossa, do mundo é? Gostei, gostei! - passei meus braços pelo seu pescoço e ele me deu um selinho.

- Sorte minha em te ter, hein? - beijou meu pescoço - Parabéns, baby cat. Obrigada por me escolher pra ser o pai do nosso bebê, todo dia eu agradeço a papai do céu por ter me presenteado com você. Te amo, linda!

- Eu que te agradeço por não ter me deixado na primeira briga, por ter aguentado as minhas bobeiras, minhas idiotices e confio em você pra ser o pai dos nossos filhos.

- Você é perfeita e feita pra mim! - a gente iniciou um beijo, mas fomos interrompidos pelo Breno, hoje ele tá um nojooo!

Pegamos tudo que íamos levar, depois dividimos quem ia em cada carro e no nosso ficou, eu, Felipe, Breno, Alana e Mayara. A casa do Davi é super pertinho de onde a gente morava, em menos de quinze minutos, chegamos. Fiquei totalmente deslumbrada pela paisagem. Pra onde você olhava, só via mar, pra que vida melhor?

A minha sogra já estava lá, ela também já sabia da gravidez, surtou quando descobriu. O sonho dela era ter um neto e ver o filho único que ela tanto ama formando uma família deixou ele completamente feliz com tudo, sorria até pro vento.

- Sabe, quando eu bati o olho em você, eu sentir que era você, lembra quando cê foi com o Felipe lá em casa pela primeira vez? - a tia Lua começou a falar, já estava preparando pro choro - Eu nunca gostei de nenhuma que o Felipe levou, não foram muitas, mas não ia com a cara de ninguém. Aí chegou você, a solução dos problemas do meu filho. Eu sou grata por você ter realizado meu sonho, sou grata por você fazer meu filho feliz, mesmo com as picuinhas, eu sei que vocês se amam e são muito felizes. Parabéns, minha norinha. Amo você, Giu!

- A senhora é um presente na minha vida, não poderia ser melhor, obrigada você por confiar em mim pra essa tarefa de fazer seu filho feliz. Eu amo muito você e ele, aposto que você vai ser uma avó sensacional pro bebê.

Eu até tentava não chorar, me emocionar, mas cada hora vinha um me fazendo chorar, assim não dá, cara. Assim, a grávida vai ficar desidratada antes do meio-dia.

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora