Capítulo Seis.

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G I U L I A

Eu estava sentada na espreguiçadeira, mas de olho nos meninos jogando e caralho, maldito seja o Felipe. Sem blusa, todo suado e jogando o cabelo pra trás. E ainda jogava bem pra caralho. Puta que pariu, já estava sentindo meu grelo coçar. Cada hora chegava um menino gostoso, ia sair daqui sem dignidade e olhe lá se eu ainda tinha. Não dava pra negar, o Felipe era lindo pra cacete, o que tinha de bonito, tinha de perturbado. Mas com isso eu acabo rapidinho, é tudo pose. Pedi uma caipirinha e o álcool já estava afetando meu cérebro, estava tendo milhões de ideias pra pegar o Felipe de jeito.

Filho da puta gostoso do caralho.

Se eu sento naquele homem, ele vai gemer tão alto que o som vai ultrapassar a estratosfera. Filho da puta gostoso que da vontade de sentar tão forte naquela piroca, que quem conseguir me tirar de cima. Vai ser nomeado o novo rei Arthur.

Por que tão gostoso?

Aquela mão dele, só imaginava aqueles dedos me fodendo. Tinha um tesão naquela mão.

Espantei esses pensamentos se não ia gozar sem ao menos ter sentado. Fiquei conversando com as meninas que nem percebi os meninos sentando perto da gente.

Chegou também um amigo deles, o Luan. Perturbado igualzinho ao Felipe, eu acho que era ex da Gabi. Olhei pro Felipe e me arrependi, não consigo entender como tem gente tão lindo daquele jeito e outros passando fome de beleza. Meus exs passavam, mas o que vale é o conteúdo, beleza já basta a minha. Tem que ter equilíbrio na relação.

Os meninos pediram cerveja e a gente ficou conversando. Eu só ria das piadas do Luan pra Gabriela. Ficamos até de noitinha lá, era um lugar muito maneiro. Em São Paulo, eu quase não saía, além de minha mãe me proibir, eu não tinha amigos. Qual o sentido de ter se depois a maioria de apedreja pelas costas? Mas mesmo pensando assim eu me abri com as meninas e elas são ótimas.

- Estou indo, vai comigo ou com a Vita? - Felipe perguntou no meu ouvido. Filho da puta que gosta de provocar. Imagine aquela voz rouca no meu ouvido, perdi minhas estruturas.

- Vou com você, tô cansada já. - respondi.

Nos despedimos do pessoal, fiz o Felipe levar minha bolsa, ninguém mandou tá instigando, meu grelo até coçou. Entramos no carro, liguei o som e botei minhas pernas em cima do banco. Abusada demais.

- Estou com fome, porque em vez de me irritar, você não me leva pra comer? - falei quebrando o silêncio.

- Porque eu não sou rico, aposto que você em restaurante é a falência.

- Ah, eu sou mesmo. Mas vai que eu me comporte.

- MC ou BK?

- Hm, tenho até escolha. Muito princesa mimada!

- A Fiona, só se for... - ele falou e eu dei um tapa no ombro dele. Pra que inimigos se eu tenho o Felipe - Quero ir no MC.

- Estava conversando pra ver se você esquecia, mas é comida, né?!

- Ainda bem que sabe.

- Você é um ótimo exemplo, faz faculdade de nutrição e come besteira pra caralho.

- Meus futuros pacientes não precisam saber.

- Pilantra safada!

Ele dirigiu por mais alguns minutos, mas chegamos rapidinho. Ele estacionou o carro, fizemos os pedidos e sentamos na mesa.

- Sua mãe trabalha de que pra te sustentar? É foda! - mal sentei e o Felipe já começou a latir.

- Minha mãe é advogata. - respondi. - Quero trabalhar, Felipe. Se você conhece algum lugar precisando de alguém, me fala.

- Quer sair da asa dos pais?

- Pretendo, eu sai de São Paulo por isso.

- Me conta como era sua vida em São Paulo. - disse.

- Da escola pra casa, casa pra escola.

- Não ia pra festas?

- Ia, mas era muito difícil. Meu pai mora aqui no Rio, sempre quis que eu morasse aqui. Mas eu acho que morar com ele, seria igual a minha mãe e eu amo minha liberdade.

- É um bagulho mó doido isso, porque eu também cresci com minha mãe e eu era filho único, mas eu não era mimado.

- Pais separados?

- Pela morte, meu pai morreu quando eu tinha 10 anos, depois daí foi só eu e minha mãe.

Era estranho ver o Felipe se abrindo comigo e não ver aquela pose de perturbado. E eu estava solta, não estava me importando no que dizer e o que não dizer. As vezes, conversar com "estranhos" era melhor do que com alguém da família. Não que o Felipe era estranho, até porque ele de cara já criou uma intimidade. E como dizem, dê tudo, menos intimidade.

Depois que terminamos de comer, voltamos pra casa. Entramos no elevador, apertei o botão do nosso andar e rapidinho chegou.

- Tchau, bebê... - Felipe falou.

- Chamou de bebê, tem que botar pra mamar - Falei provocando, ele que começou.

- Não provoca que eu sei que você não vai continuar, giulinha...

- Broxou, esse apelido é broxante - falei e abrir o apartamento - Boa noite, Felps.

Lembrei que o Luan estava apelidando ele assim, novo apelido pra irritar o Felipe. Ele revirou os olhos, mandou o dedo do meio e entrou.

Entrei no meu, traquei a porta e fui pro quarto. Tomei um banho, hidratei meu cabelo que estava puro cloro da piscina. Deixei ele secar sozinho, vesti um pijama bem fofinho de princesas e deitei na cama. Liguei a tv e botei Verdades Secretas, já tinha assistido essa novela milhares de vezes, mas nunca cansava e nem perdia a graça. Fui na cozinha, fiz pipoca e peguei um pouco do refrigerante que tinha. Voltei pro quarto e fiquei horas e horas assistindo, quem via, nem parecia que tinha milhares de coisas da faculdade pra fazer. Peguei meu celular, entrei no Instagram, nem sei mais o que é Whatsapp. Olhei uns stories, tudo normal, mas aí passou o da Vitória e fiquei preocupada. Falei com a Aline e ela disse que ligava pra Vitória e ela não atendia. Chamei o Felipe e ele me respondeu rapidinho, todo fofo.

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@giuliaassisx: Ei, tá tudo bem com a Vitória? Vi o story dela e fiquei preocupada.
@ferreirxfelipe: Fica de boa, o Henrique já tá com ela.
@giuliaassisx: Ah, tá bom. Brigadinha Felps.
@ferreirxfelipe: 🖕

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Fiquei mais tranquila já que o Henrique estava com ela, botei meu celular pra carregar, desliguei a tv. Levei as coisas pra cozinha, lavei tudo e voltei pro quarto. Meu cabelo já tinha secado, só fiz um coque e deitei na cama mortinha.

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora