Capítulo Sessenta.

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F E L I P E

- Cresceu e foi tomar leite do pai aqui - falei olhando pra avó da Giulia e só senti a rajada do tapão no braço - Caralho, baby cat. Tá forte, hein!

- Para de ficar falando essas coisas pra minha avó, cara.

- Ih, já tive essa idade, minha filha. Uma vez meu pai me pegou transando na cama dele, foi o pior dia da minha vida - dona Naná falou e eu gargalhei - Apanhei a beça, juro.

- Vó? Graças a Deus que nenhuma de vocês nunca me pegaram no ato.

- É, mas em compensação você transava em lugares inusitados - arregalei os olhos quando a mãe da Giulia falou.

- E chegou no Rio dando uma de santinha, cara.

- Giulia santinha? Nunca.

Juntaram as duas pra falar os podres da Giulia, tava amando, papo reto. Quando juntar o Breno, Davi, Camila, Manu e Vinícius, vou voltar tudo pra zoarem com ela.

Fizeram uma chamada de vídeo com a minha coroa e o Breno que tava junto, ri pra caralho. A avó da Giulia é imoral, ainda juntou comigo, foi só pra dar risada.

- Você não tinha me falado que morava nessa casona, até piscina, cara - falei me jogando na cama.

- Cê sabe que meu pai é advogado, montou seu escritório de advogacia em São Paulo e deixou os irmãos como responsáveis das filiais pelo mundo. Aí ele conheceu minha mãe, se apaixonou, teve essa princesa aqui e o resto cê já sabe. Eu lembro que quanto tinha cinco anos, a gente veio morar aqui, quando eles se separaram. Minha mãe deixou bem claro que essa casa ficava pra ela - ela disse deitando por cima de mim.

- E sua mãe trabalha de que?

- Minha mãe é um enigma. Ela trabalhava em um mercado, chegou até a ser gerente. Mas cara, esse assunto sempre me deixa puta. Ela foi na ideia de que meu pai iria sustentar ela, como se o casamento fosse durar pra sempre - revirou os olhos - Aí quando foram cada um pra um lado, ela fez faculdade de enfermagem e trabalha em um hospital como enfermeira.

- Subiu na vida, hein. De gerente a enfermeira, só imagino os plantões que ela deve fazer. Troco minha noite nas festas por nada.

- Até parece, isso antes de mim. Agora é você quem pede pra ficar - ela me deu um selinho.

- Mas aí, quando vou conhecer seus amigos paulistas, suas priminhas.

- Minha avó já tá querendo fazer um almoço, aí você conhece todo mundo. Aviso logo que só gosto de uma, a Mayara. De resto...

- Vai me apresentar como um amigo colorido ou namorado? - disse e ela ficou toda vermelha.

- Para de brincar com a minha cara, Felipe! - tentou levantar e eu apertei mais.

- Tô falando sério, pô. Diga aí...

- Você lembra do pedido que me fez em Arraial? Ou estava bêbado demais pra lembrar?

- Lembro não, mas qual foi? - brinquei, claro que eu sabia, só estava esperando a hora certa pra relembrar - Ah, tô lembrando, foi quando te pedi em namoro e você ficou toda puta porque eu estava bêbado?

- É sério, não brinca. Tô até nervosa, ui Jesus - ela levantou e eu sentei na cama com a gatinha no meu colo.

- Você aceita ser a minha namorada, baby cat?

- Jura que não tá brincando? - disse me olhando e eu concordei - Então, eu aceito, meu amor.

Giulia ficou toda boba, ligou pras menina tudo pra dizer que agora o pedido oficial veio. A hora vem pra todos, aposentei dessa vida de cafageste. Agora tenho que trocar minha Vitrinni por Netflix. Caô, eu falo isso, mas a Giu é total fechamento. Topa tudo na hora certa, pra ela, todo lugar é lugar. Como a baby cat mesmo diz "Quem faz o lugar é a gente".

Feita pra mim essa garota, na moral. Não seria mais ninguém se não fosse ela. Parece que esperei ela em todos esses anos, todos os namoros antes dela, deram tudo errado. A dona Luana mesmo, não gostava de nenhuma. É pra ser a Giulia. É ela, família!

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora