G I U L I A
- Coé, adianta aí, pô. A gente vai pra faculdade, né pra uma festa não, cara.
Já disse que ódio quando me botam pressão? Eu tô quase pra voar na cara do Felipe de ódio. E quem vê assim, nem parece que é ele que demora pra sr arrumar. Mas ontem eu terminei de fazer uns trabalhos da faculdade até tarde da noite, aí acabei acordando um pouquinho depois do horário.
- Vai embora, cara. Eu peço um uber...
- Ih, deixa de caô. Vou te esperar lá em baixo, demora não, gatinha - me deu um beijo na testa e saiu.
Dei graças a Deus que ele deu o fora e terminei de fazer as coisas bem rapidinho, peguei uma maçã e saí comendo. Falei com o porteiro e fui pro estacionamento vendo o Felipe dentro do carro todo lindinho me esperando.
- Quando chegar da agência, vou na casa da coroa, quer ir também? - ele perguntou quando entrei no carro.
- Quero, me espera, hein...
Que você vai me amar com força
Que a nossa saudade vai ser louca
Se não for pra ser assim esquece
Se me quer mesmo pra você, prometeAssim que eu cheguei na faculdade, fui direto pra sala, não vai a Camila no pátio, então ela já estava na sala. Entrei na sala junto com o professor, por um pulo cheguei a tempo, amém.
Hoje eu acordei bem preguiçosa, nada diferente dos outros dias, mas tentei prestar atenção na aula do professor. Anotei alguns pontos importantes, entreguei meus trabalho e a hora de ir embora chegou rápido, graças a Deus.
Peguei um uber com a Manuela e fui pro consultório, ela trabalhava no mesmo bairro que eu, então íamos juntas, adodava isso. Pelo menos não ia sozinha de uber.
Passei a tarde inteira marcando consultas, hora ou outra eu auxiliava a doutora, outra eu ficava mexendo um pouquinho no celular. Por um milagre, eles me liberaram mais cedo, mandei mensagem pro Felipe e fui pra casa me arrumar.
- Ainda bem que já tá pronta, zero paciência pra esperar você, hein! - Felipe já chegou reclamando.
- Ih, garoto, dá um tempo. Chato pra caralho, cara. Nossa!
- Bora, bora...
- Você tá um porre, já chega reclamando, meu beijo que é bom, nada né?! - nada melhor que um bom drama, não é? Rapidinho ele veio me mimar como eu realmente merecia.
- Hm... Toda gostosinha pro meu porte, hein. Jogador caro! - beijou meu pescoço e eu sorri.
- Você é um bobo, cara - dei um selinho nele e fomos visitar a tia Lua. Já fui sem comer, porque sabia que teria aquele bolo de laranja que ela fazia como ninguém. Meu deus, eu amo demais.
Diferente das outras vezes, fomos o caminho inteiro conversando, ou melhor, fofocando. Felipe é um verdadeiro fifi de qualidade, juro! Nada melhor do que quando ele parava pra fofocar, me divertia a beça. Se você sentar pra falar com ele, tu fica feliz do nada.
- Até que fim lembrou que tem mãe, não é, Felipe Ferreira? - dona Lua falou assim que passamos do portão.
- Não exagera, sei que sou gostoso e a senhora morre de saudades, mas acostuma - deu um tapa na bunda dela - Gostosa, hein coroa!
- Garoto? Toma vergonha na cara, seu filho da puta! - ela deu um tapa no ombro dele e virou pra mim olhar - Olha quem veio... Oi, meu amor! Tudo bem? Tava com saudades de você!
- Oi, tia. Tô bem e você? - disse abraçando ela de lado - Felipe que não me trás pra ver você, aff!
Ela já me chamou pra comer o bolo de laranja de lei, com um cafézinho quentinho, estávamos bem aquelas idosas no chá da tarde. Felipe sentou com a gente, aí pronto, formou o quarteto das fofocas.
- Aí, Breno terminou com a Beatriz... - Felipe disse olhando pra tia Lua.
- Até que fim, um desperdício de tempo eles dois juntos, nossa senhora! - dei risada da forma que ela falou. Aquela mulher é perfeita, sem mais e nem menos. Um presentinho, adoro! - E a Vita? Tem visto ela?
- Falei com ela hoje de tarde, tá tentando seguir, né... Tá difícil, mas tudo passa. Logo, logo, ela tá aí com a casa cheia de moleque.
Isso era o que eu mais queria, a Vita e o Henrique merecem tudo de melhor que a vida pode oferecer pra eles. Quero que eles sejam muito felizes de verdade, chega de sofrimento com esse casal.
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Quando o sol chegar
Roman d'amourGiulia, uma jovem determinada e recém-chegada do agitado São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro para estudar Nutrição na universidade local, buscando uma nova vida longe dos conflitos familiares. Sua rotina acadêmica ganha um inesperado revés quan...