Capítulo Dez.

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D A V I

Sentei na cadeira, um pouco afastado, mas observei a Camila dançando com as meninas. Aquela garota é meu ponto fraco, papo reto. Amo de graça!

A gente se conheceu na faculdade, no início de tudo, éramos imaturos, estávamos deslumbrados por aquela vida de estudante de faculdade.

Eu estava no auge da minha vida, tinha saído da casa dos pais, morando sozinho. Naquela de sair sem precisar avisar a ninguém, parada de independente.

Nos aproximamos pra caralho, ela era recém chegado no Rio, então eu fazia o papel de turista pra ela. Aí acabou que começamos a namorar, ciúme por tudo, brigavamos por qualquer bagulho. Era chato pra caralho, muito tóxico.

Foi o meu primeiro relacionamento, eu também não queria ficar preso assistindo Netflix em um Sábado de noite. Mas essa era a realidade da Camila. Então, nós conversamos e decidimos que terminar seria o melhor.

Mas é claro que a gente ainda se amava, nutriamos o sentimento de amigos. Mas ver ela pegando geral, na minha frente, me deixava puto pra caralho.

Hoje, já somos mais maduros. Já sabemos a realidade da vida. Eu queria voltar, queria tentar novamente. Mas ela ainda estava naquela de "Só se vive uma vez". Não que eu me incomodava, mas eu amo aquela garota pra caralho. Não suporto ver ela com outro.

Já estava bem alterado, mas ligado nas coisas que estavam acontecendo. Vi a Camila entrando pra dentro de casa, saí de fininho da mesa e fui atrás dela.

- Camila? Ei... - chamei e ela se virou - Vai aonde?

- No banheiro, você tá bem, Davi? - ela perguntou, eu concordei e fui até ela. Juntei nossos corpos e olhei nos olhos dela.

- Volta pra mim, cara. Eu sei que você me ama e eu também te amo.

- Davi, vai começar tudo aquilo de novo? - ela se afastou - A gente já conversou, não tem volta.

- Me dá um motivo, um só.

- Não quero sofrer de novo. - respondeu.

- VOLTA, VOLTA, VAI. O SEU OLHAR TÁ ME DIZENDO, QUE VOCÊ TÁ ME QUERENDO - comecei a cantar e ela ria, fazia de tudo pra ver aquele sorriso dela - VOLTA, VOLTA ATRÁS. A NOSSA FELICIDADE. NOS AMAMOS, VOCÊ SABE.

- Para, Davi. - deu um tapa no meu ombro.

Me aproximei dela e iniciei um beijo. No inicio, ela relutou, mas depois permitiu. O nosso beijo tinha uma puta sintonia, a gente se encaixava, uma mão eu entrelacei nos cabelos dela e a outro pousei na sua bunda e a apertava. Terminamos o beijo por falta de fôlego.

- Vai dar merda de novo - ela falou.

- Vamos fazer assim - falei e ela arqueou a sobrancelha - Vamos só tentar, se der errado, a gente fica cada um no seu lado.

- Eu sei que vai dar errado, a gente tem percepções de vida totalmente diferentes, Davi. Não adianta ter uma puta química na cama, mas não ter na vida.

- Eu entendo, mas só te digo algo, você ainda vai ser minha de novo. Não é ameaça, mas você sabe tudo que a gente já passou e passa. Nosso amor vai vencer essa porra toda que tá acontecendo.

Ela engoliu seco e me deu as costas indo pro banheiro. Bufei e voltei pra mesa. Porra, tive a pior visão. Giulia e Felipe quase se comendo.

- Porra caralho, olha o tamanho desse lugar, vão conhecer - sentei do lado do Felipe.

- Para de cu doce, Camila tá te deixando muito na seca - Felipe falou e eu revirei os olhos - Voltaram?

- Não, loirinha tá firme e forte na parada.

- Vocês já ficaram? - Giulia perguntou.

- Eles já namoraram. - Felipe respondeu.

- E porque terminaram?

- Eles eram imaturos pra caralho, qualquer um que olhasse pros dois, sabia disso. Mas hoje é outra história, né...

Tive que explicar a história toda pra fifi, garota igual ou pior que o Felipe. Camila voltou depois, sentou com a gente e ficamos conversando. Ela tinha uma puta de uma amizade com a Giulia, eram duas lerdas e fofoqueiras. Se juntar as duas, são piores que as idosas que ficam na porta de casa falando de quem passa.

Breno, tadinho, estava todo fodido. A imunda da Beatriz não tinha vindo. Não sei como ele consegue suportar ela. Garota tem mó cara de enjoada. Vai que ela tinha feito uma macumba pro meu amigo.

Bebi, bebi pra caralho. Só descia whisky com gelo de coco, tava bebão já. Mas estava ligado em todo movimento ali. Giulia e Felipe passaram a noite se comendo, Henrique e Vitória deram um perdido.

- MEU AMOR DEIXA EU PROVAR QUE EU SEI O QUE É AMAR, E TE DAR TODO CARINHO QUE NÃO SOUBE DAR - cantei quando a Camila me ajudou a entrar no carro - HOJE EU APRENDI A DAR VALOR, PRECISO DOS SEUS BEIJOS. POR FAVOR, VOLTA PRA MIM.

Camila só ria ou revirava os olhos. Sofram de tudo, menos de amor. Ainda mais quando misturam com álcool, fode tudo. A filha da puta me deu uma garrafinha de água e chamou o Felipe. O cara me deu mó sermão, meu irmão, amo tanto.

- Aí Felipe, eu te amo cara - falei- Você é minha vida!

- Se fuder, Davi. Meu Deus, poderia tá curtindo a Giulia, mas não, estou aqui cuidando de bêbado.

- Fala assim do seu amigo não, viado.

- Quem mandou beber tanto, sofre aí, chefe!

- Breno, mesmo você sendo escravoceta da enjoada, meu coração é seu e do Felps. Brenão, eu te amo, Brenão, eu te amo - cantarolei - Essa é minha música pra você.

- Alá, filho da puta!

Felipe entrou no banco de motorista e o Breno no do banco carona. Deitei no banco e garrei no sono. Acordei com o Breno me acordando do jeito fofo que só ele sabe.

h BORA FILHO DA PUTA, TÁ ACHANDO QUE EU SOU ENFERMEIRA PRA CUIDAR DE DOENTE - gritou e na hora eu despertei. Me ama ele.

- Seu amor por mim é lindo, chega a dar inveja - Falei e sai do carro. Os bonitos me levaram até meu apartamento e ainda queriam me dar banho, mandei eles ir da banho em cachorro, não em mim. Botei logo eles pra fora. Tranquei o apartamento e fui pro meu quarto. Tomei um banho quentinho, botei uma cueca e tchau papai. Cair na cama que eu só vi os anjos rondando minha cabeça.

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora