F E L I P E
Acordei com o barulho de um vídeo que a Giulia assistia no celular, ela estava toda quieta observando o vídeo e aí tinha coisa, essa garota só vive animada. Puxei ela mais pra mim e beijei a testa dela que estava quente pra caralho.
- Caralho, Giulia. Você tá queimando, cara - falei e ela me olhou sorrindo fraco negando com a cabeça - Tá bem mesmo?
- Estou me sentindo enjoada, acho que comi demais ontem.
- Tá fazendo um calor dos infernos e você toda enrolada assim? Foi comida não pô, você come pra caralho e não passa mal - falei e coloquei a mão na testa dela, estava quente pra cacete - Você tá com febre.
- Não é cara - falou e tentou sair dos meus braços - A gente precisa ir pra faculdade, Felipe!
- Quem disse que vai? - falei e ela revirou os olhos - Vai não pô, fica aí que vou buscar remédio.
Levantei, só de cueca e ela bateu na minha bunda. Abusada!
Deixei ela lá e fui na cozinha. Depois que você começa a morar só, o que mais tem é remédio pra essas coisas. Ressaca fio. Peguei o remédio e um copo de água. Levei pra ela e a nega não queria tomar não. Tá me achando com cara de palhaço.- Vamos tomar um banho frio, pô.
- Vai me dar banho, Felps? - nem doente a garota perde a pose de debochada. Ela levantou da cama, tirou a calcinha e o sutiã, e fomos pro banheiro. Botei o chuveiro no frio e chamei ela. A safada ficou de graça falando que estava muito fria e mimimi. Joguei logo água na cara e entrou rapidinho.
Ela estava toda molinha, botei ela na minha frente e passei sabão nas costas. Passei sabão nela todinha, depois ela deitou a cabeça no meu ombro. A Giulia ficou ali imóvel enquanto a água gelada caía pelo seu corpo. Depois de um tempo ela tirou o sabão do corpo, tomei meu banho e saímos. Ela aproveitou e mandou eu secar ela. Dei pra ela uma blusa minha e uma cueca que nunca tinha usado.- Penteia meu cabelo aqui, Fefo - peguei a escova da mão dela, sentei na cama e comecei a pentear. Ela tinha o cabelo lisinho, eu penteava com cuidado e massageava. Ela relaxou e deitou na cama. Vestir uma samba-canção e deitei do lado dela.
- Tá com fome não? - perguntei e ela negou - Então, fica quietinha aqui.
Ela deitou no meu peitoral e passou uma das pernas no meu quadril e fechou os olhos.
G I U L I A
Passei a manhã toda dormindo, eu falei ao Felipe que estava melhor e que poderia ir trabalhar. Mas ele teimou falando que iria ficar, quem sou pra brigar com aquele homem, nem falei nada. Ele fez Strogonoff e queria comer farofa, falei logo que só iria comer a farofa com o cu dele. Inferno, já se viu comer strogonoff com farofa? Esse macho é maluco!
Passamos a tarde toda deitados no sofá da sala assistindo filmes. Eu estava jogando um jogo da fazendinha no celular dele quando tocou, recebendo chamada de uma mulher com o nome "Mariana".
- Felipe, tem uma mulher te ligando - falei e entreguei pra ele, o mesmo levantou do sofá e foi atender no quarto. Aproveitei e roubei um pouco do açaí dele. Depois de uns minutos ele voltou.
- Vamos brotar na casa da minha mãe rapidinho? Minha prima chegou de Floripa e quer que eu vá lá.
- Espera eu me arrumar? - perguntei e ele concordou. Levantei do sofá, dei um selinho nele e fui pro meu apartamento. Tomei um banho, vestir um short jeans de lavagem clara, uma blusa preta soltinha e fiz um nó na frente. Calcei uma sandália fechada e penteei meu cabelo, deixando seco mesmo. Peguei meu celular e a chave do apartamento.
Tranquei o apartamento e o Felipe tinha acabado de sair do dele. O perfume dominou o ar, que macho meu Deus....
Fiz ele descer de escada, porque a canela estava muito fina, precisando engrossar.- Cadê o resto do meu açaí, Felipe? - perguntei quando entramos no carro.
- Tinha pouco cara, terminei de comer...
- Vai me pagar outro!
Ele deu partida, botei minhas músicas de costume e dessa vez, o Felipe nem reclamou. Nem era muito longe do prédio pra casa da mãe dele. Ele estacionou o carro e já veio uma menina correndo abraçar o Felipe, ela aparentava ter uns nove anos, era a coisa mais linda.
- Estava com tantas saudades assim é? - beijou a bochecha dela.
- Ih, se acha não - ela falou rindo e me olhou - Quem é você? Namorada?
- Não, princesa. Somos só amigos. - disse - Meu nome é Giulia e o seu?
- Amanda - respondeu sorrindo.
A gente conversou um pouquinho com ela e entramos. Tinha duas mulheres na sala conversando, uma com aparência mais velha, mas bem cuidada. E a outra era bem novinha, cabelos pretos curtos, com um sorriso lindo.
- Boa tarde! falei e elas me olharam sorrindo. Agora entendi a beleza do Felipe, é de família. Que genética...
- Fala, coroa... - Felipe falou e beijou a cabeça de umas das mulheres e ela deu um tapa no braço dele - Giulia, essa é minha mãe Luana. E ela é minha prima, Mariana.
Cumprimentei elas duas e eram super educadas. A mãe do Felipe me ofereceu bolo, café, suco, tudo que tinha direito. Eu como sempre, aceitei sem nem reclamar.
- Então, vocês moram no mesmo prédio? - a mãe do Felipe perguntou e eu concordei.
O Felipe é a cópia da dona Luana. Sem tirar ponto e vírgula. A Mariana também, super gente boa. Era bem aquela família brincalhona e divertida. Era bom estar com eles. Me sentia igual como eu fico com o Felipe, aquela liberdade de ser eu mesma.
A família tanto do meu pai quanto da minha mãe, eram super rigorosos. Qualquer coisa que você falava ou fazia, você era julgada sem ao menos ter chance de se explicar. Então, tá tendo contato com outra família e ser totalmente você, era bom pra caralho.
A Amanda chegou chamando o Felipe pra brincar com ela e ele foi. Ela fazia ele botar ela nas costas, ainda chamava ele de cavalo e botava pra correr. Gostei dessa menina, bota o Felipe na régua.
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Quando o sol chegar
RomanceGiulia, uma jovem determinada e recém-chegada do agitado São Paulo, muda-se para o Rio de Janeiro para estudar Nutrição na universidade local, buscando uma nova vida longe dos conflitos familiares. Sua rotina acadêmica ganha um inesperado revés quan...