Capítulo Cinquenta e Três.

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F E L I P E

Nossa senhora, que isso, fiquei na pior, na moral. E olha que eu só lembrava até o choque da batida, em pensar que foram cinco meses nesse hospital, os médicos me chamam de "Milagre".

Mas é a vida, como diz minha coroa, meu tesouro, quem me protege não dorme. Tô ligada que ela ficou tão preocupada que chega ta magrinha, mas eu já voltei pra fazer ela voltar pra forma.

E minha garotinha que também ficou preocupadassa com o pai, quem diria né. Li o texto que ela postou pra mim, maior parada, zoei ela pra caralho. Mas a Giulia tava num grude da porra, também né, mó cota sem ouvir minha voz.

E meus irmãos do coração, Breno e Davi que tava ali ajudando e apoiando minha coroa e a Giu. Esses sim são os fiéis, amo de graça esses filhos da puta, esqueço nunca.

A Mila e Manuzinha que também deram maior força, tudo guardado e lembrado pra sempre. No lixo e no luxo, aquelas coisas...

- Cê sabe que não pode beber por um mês, não é? Me dá essa garrafinha que você tá escondendo... - Giulia tirou a garrafa de cerveja da minha mão. Minha boca chega tava salivando pra tomar aquela cervejinha gelada.

- Isso aí, deixa não. Porque se deixar ele enche o cu de cachaça - foi a vez do sermão da coroa.

Ih, cara, essas duas estavam no meu pé. Maior caôzada, papo reto, tava aguentando mais não, parceiro. Qual a graça de fazer churrasco e eu não poder nem beber uma loira, tá maluco...

Organizaram um churrasco aí pra comemorar a volta do pai, pelo menos estavam me deixado comer umas carnes, mas até pra isso tinha restrição. Maior mancada, irmão!

- Você tá feliz? - Giulia sentou no meu colo e eu dei um beijo no pescoço dela.

- Pra caralho, só no lazer, gatinha! - ela me olhou sorrindo - E você?

- Eu também tô, cê não imagina o quanto eu sonhava com esse momento. A saudade de sentir seu toque, sua voz e sua presença. Não estava nem mais aguentando...

- Eu nunca mais vou deixar você, pô. Sei que você se amarrou no pai aqui, gostoso pra caralho e pá - ela riu e me deu um selinho - Mas fala aí, assim que você me viu, falou logo "Esse é o amor da minha vida".

- Para de ser besta, cara. Maior cara de bolsominion, queria que eu te considerasse?

- Já disse pra você respeitar minha história, bolsominion o caralho!

- Como vai ficar nossa vida? Juntos ou separados? - já estava me preparando pra essa conversa nossa, era essencial pra seguirmos nossa vida. Foi tudo muito rápido, de verdade.

- Vamos continuar com nossa vida juntinhos, eu gosto de você e é recíproco. Só paz e amor pra nós...

- Não quero mais ficar longe de você nem por um segundo, garoto. Você é o meu amorzinho, não posso e nem quero negar mais isso!

- Me fala o que você fez pra deixar o pai apaixonado - disse colocando uma mecha do cabelo dela pra trás.

- Assim, né... Aquele cafézinho coado na calcinha funciona e muito!

- Ih caralho, sabia que tinha coisa por trás. Maior mancada, cê sabe né? - ela gargalhou, toda mandada, cara - Mas aí, sério agora, tenho uma proposta pra te fazer...

- Hm, eu gosto das suas propostas, diga logo o que é, por favor!

- Aqui não, quando formos pra casa eu te conto no caminho.

- Você é muito pela saco, que ódio!

Ficou toda putinha e curiosa pra saber o que era. Antes do acidente, a agência que eu trabalho já estávamos procurando lugares pra fazer a festa de virada de ano e nada melhor do que a Bahia. Ontem de tarde, eu dei uma passadinha lá e eles já estavam em acordo com um hotel em Trancoso, me perguntaram se eu podia ir pra ficar por cinco dias pra conhecer o lugar.

Só unir o útil ao agradável já que estávamos sem aula por conta do fim de período, confirmei que eu iria com uma pessoa. Nem reclamaram, nem nada, só faltava dar a notícia pra Giulia.

Até a dona Lua já sabia e super aprovou a ideia, queria levar ela na mala também, mas a coroa disse que eu e a Giu precisávamos de um tempo juntos. Cinco dias sem parar, família. Se é que me entendem...

Quando o sol chegarOnde histórias criam vida. Descubra agora