Quando o sol chegar

Capítulo Três.

F E L I P E

A semana passou super tranquila e rápida, estava tudo a mesma coisa, na plena paz de Deus. Meu passatempo favorito era irritar a Giulia e o dela, me irritar. Quarta a gente saiu pra um barzinho junto com o pessoal, ela era maneira, tinha uma carinha de quem iria fuder minha vida.

A Vitória tinha me chamado pra ir pro Espaço Hall. A garota cismou que queria conhecer a Giulia. Não deu outra, tivesse que chamar. Peguei meu celular, entrei no instagram e chamei ela.

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@ferreirxfelipe: Fala chatona.
@giuliaassisx: Otário!
@ferreirxfelipe: Ih alá, me respeita!
@giuliaassisx: Felipe, pra que você me chamou?
@ferreirxfelipe: Vamos sair com um pessoal meu, a Gabi vai...
@giuliaassisx: Você vai me levar? E que horas é?
@ferreirxfelipe: Infelizmente vou sim. Esteja pronta as 23 horas.
@giuliaassisx: Vagabundo! Estarei pronta!
@ferreixafelipe: Vou tomar meu banho da beleza...
@giuliaassisx: O limites olha pra vc e ri. 🤣🤣

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Bloqueei meu celular, tomei um banho topzeira, tinha acabado de chegar da agência e estava todo suado, mas eu não deixava de ser gostoso. Quando sair do banheiro, meu celular tocou, peguei e vi que era minha mãe.

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- O que deseja falar com seu filho maravilhoso e gostoso? - me gabei.

- Meu Deus, já vi que te iludir demais.

- Nossa mãe, cadê o amor pelo filho?

- Felipe larga de abuso aí, quando você vai vim me ver? Já tá namorando?

- Vou aí amanhã, fique de boa, patroa. Mãe, eu já disse a senhora que eu vou morrer solto.

- Eu espero o dia que você pague a língua. Como tá a Helô?

- Tá benzinha, Henrique cada dia mais preocupado.

- Tomara que ela melhore logo, vou lá depois ver ela.

- Vou pra um festinha e só saio de lá em coma.

- FELIPE! - gritou e eu até afastei o celular do ouvido.

- Brincadeira mãe, eu sou de Deus, não bebo.

- Bem que seu pai falou que era pra eu ter te levado pra igreja.

- A senhora tá bem né? Se quiser eu vou aí agora.

- Estou bem, amor, pode ir se divertir.

- Amanhã eu vou aí, sem falta.

- Tá bom, minha vida, te amo!

- Também te amo, patroinha!

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Minha mãe morava sozinha aqui no Rio, eu sempre ia lá, mas essa semana estava tudo muito corrido. Meu pai morreu de câncer e desde então ela não se relaciona com ninguém. Mas dona Luana só anda em festas com as amigas dela, tudo velha, mas é tudo juntas e misturadas. Eu faço de tudo pra ela não se sentir só, até porque eu sou o filho único dela, gostoso, maravilhoso e fodão.

Terminei de me arrumar e fiquei mexendo no celular, entrei logo no instagram e fiquei olhando os comentários das garotas na minha última foto. A Lorena Lima, Lavínia Almeida e a Lena Martins eram as melhores. Elas sabiam dar valor ao gostosão aqui. Estava tão entretido que nem vi a mensagem da Vita mandando eu ir logo. Enfiei meu celular no bolso, peguei a chave do carro e tranquei o apartamento. Bati na porta da Giulia e logo ela saiu. Porra, a garota tava bonita pra caralho.

- Ela consegue ficar bonita, milagre. - zoei.

- Felipe, você não vai me irritar essa noite.

- Tá bom, mas só essa, hein...

- Acho que em outra vida eu joguei pedra na cruz. - revirou os olhos.

- Repreende menina, eu sou de Deus, não gosto dessas coisas.

- Não começa, testemunha de Jeová! - ela falou rindo, eu olhei pra ela, neguei com a cabeça e rir em seguida.

Descemos em direção a garagem, entramos no carro e eu ela já botou Pixote pra dar aquela animada. Eu estava levando a sério a promessa e não estava pertubando ela, pena que era só hoje. Depois de uns minutos, a gente chegou, estacionei o carro e descemos.

- Tem alguém aqui já? - ela perguntou e eu concordei - Quem?

- A Gabi, o Henrique... - fui falando, mas ela me cortou.

- Que Henrique? - Giulia perguntou e eu olhei pra mesma - Professor?

- Ele mesmo, amigão meu.

- Caralho, Felipe!

Comprei duas garrafinhas de ice e fomos pro camarote e de longe, eu já vi a galera, quando esse povo se junta, só dá merda.

- Se vocês estavam procurando o mais lindo da festa, acabou de achar - cheguei falando e vi a Giulia revirando os olhos.

- Convencido ele, né?! - Vitória falou olhando pra Giulia e ela assentiu - Vitória.

- Giulia - Sorriu.

- Ah, a menina do suco? - Luísa perguntou e ela concordou. Já vou botar meu colete a prova de insultos - Luísa.

- Esses são: Guilherme, Aline e o Henrique que você já conhece.

- Aqui é Henrique, pelo amor de Deus, esquece professor por hoje - minha fêmea falou e a Giulia concordou.

Ela pegou amizade rapidinho com as meninas, pronto, mais do clube das Lulusinhas. Enquanto Pixote não entrava, estava tendo um esquenta com músicas de funk e claro, elas já estavam todas balançando as bundas de grilo. Já tinha vindo aqui em outras festas, mas hoje estava mais cheio que o normal. Também quem perde Pixote e Tiee, é pra maltratar todo mundo.

- AMIGO, CUIDADO AÍ NA GRADE, VOCÊ TEM CHIFRE, NÃO ASA - Henrique gritou e eu mandei o dedo do meio.

- Gostei dela - Vitória chegou perto de mim falando.

- De quem, tá bêbada já é? - perguntei.

- Sonso, estou falando da Giu.

- Aonde quer chegar, dona Maria Vitória? - sorriu.

- Já pegou ela?

- Não, garota.

- Felipe, você não apresenta garotas pros seus amigos sem nunca ter ficado - ela falou - E a Nathalie?

- Você sempre lembra dela nas horas erradas né? - falei e ela riu.

- Não gosto dela - fez biquinho - Gostei da Giu, minha cunhada

- Já te falei que sou bicho solto e vou morrer assim.

- Tá bom, mas cuidado pra não pagar a língua - ela riu e eu revirei os olhos.

Depois de um tempinho com as músicas de funk, Pixote entrou. Geral cantava junto, se tinha uma coisa que eu gostava, era um sambinha. Quer me conquistar? Me leva pra um samba. Sempre ia com o Breno e o Davi, aqueles ali gostava de uma festa e juntava comigo, pronto. O trio de cachorros do Rio de Janeiro.