Durante a madrugada, a chuva caia forte, fazendo a trilha sonora perfeita para dormir, mas não hoje.Ela acordara diversas vezes, choramingava, levantava ia ao banheiro e voltava, sentava-se e coçava os olhos, da última vez não aguentei mais ver sua agonia e puxei seu braço, pra que se deitasse, ela entendeu.
Apoiou sua cabeça sobre meu peito, era a única forma de conforta-la naquele momento, estar presente, ela precisava saber que não estava sozinha.
Me olhou por um momento, mesmo cansado me mantive acordado para observar seu rosto, meus dedos acariciavam sua pele quente, fiz questão de secar as lágrimas.
Os olhos inchados e vermelhos não pareciam em nada com os de ontem a tarde, alegres e brilhantes, do castanho mais puro já visto, da garota a qual havia beijado.
Debaixo do edredom branco, macio e quente, seu corpo parecia finalmente se deixar vencer pela exaustão, continuei a acaricia-la, as pálpebras fecharam devagar, continuei acordado, daqui a pouco ela iria despertar pela sexta vez, chorando, desejei que a moça pudesse dormir sem interrupções, ao menos por duas horas.
Enquanto deslizava meu polegar por suas incontáveis sardas na bochecha, me perguntei como me envolvi tanto com Alana, como me sinto na obrigação de dar o meu melhor a ela, em como a mesma tomou conta de noventa por cento da minha mente nós últimos dias.
Respirava tão calma, sua mão se encontrava em cima da minha camisa branca, próximo ao rosto, lembrei delas em meu cabelo, invadindo os fios, enquanto as minhas puxavam seu corpo ao meu, não sei o que me deu, mas sinceramente, não tinha me arrependido, pude sentir que Senhorita Stanford também queria, necessitava daquele beijo tanto quanto eu.
Seus lábios macios tinham gosto de cereja, e olhando os mesmos agora, desejei-os novamente.
Tê-la em meu peito era bom, viciante, poder tocar seus cabelos me trazia paz.
Não demorou muito, ela se mexeu acordando, abrindo os olhos devagar, sem dizer nada, apenas observando alguma coisa no escuro, cinco minutos depois, lágrimas apareceram, mas dessa vez, não se mexeu.
- Estou aqui baby- sussurrei, notando que ainda estava acordado, ela me olhou.
- Obrigada baby- secou as lágrimas- por estar comigo.
Meu coração se apertava ao vê-la chorar sem poder fazer nada, perder alguém tão próximo era uma facada e tanto, e com certeza ela não precisava de mais essa.
- Vou estar sempre- beijei sua cabeça- não está conseguindo dormir a horas, não acha melhor tomar o calmante?
- Não- disse baixo- meu irmão vai vir aqui amanhã, e quero estar acordada quando chegar senhor Styles.
- Está bem.
Ficamos quietos por uns segundos, a chuva havia aumentado.
- Minha mãe dizia- começou- que a chuva eram as lágrimas de Deus.
Ela riu pela primeira vez desde o hospital.
- Era o que a minha dizia também- olhei pra ela.
- Mas ele não deveria estar chorando- piscou- está recebendo minha mãe, achei que fosse ficar feliz.
- Ele chora por te ver chorar- seus dedos brincavam com o botão da minha camisa- e honestamente, me dói muito te ver neste estado.
- Como vou receber Max? Ele parecia se importar... comigo na chamada.
- Isso é um bom sinal, quem sabe não se resolvem?
Ouvi seu riso anasalado, e sua cabeça se ajeitar em mim, deixando seu cabelo encostar no meu queixo, estava muito cheiroso.
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Meu enfermeiro inesperado
FanfictionDiscussões acontecem, mas às vezes, as consequências podem ser maiores do que imaginamos, foi o que aconteceu com Alana, depois de discutir com seu irmão Max, acabou caindo dois lances de escada e quebrando o braço e a perna. Seus pais vivem trabal...