¹⁹

361 44 2
                                    


Passei a noite pensando em como dar um jeito na burrada que havia feito, tinha a remota possibilidade dele ter me reconhecido, mas qualquer possibilidade, mesmo que pequena, deve ser levada a sério, um deslize e tudo pode ir por água abaixo.

Tínhamos repassado a cena dezenas de vezes, Denis não acreditava que Patrick sabia quem tinha atirado, em contrapartida, ainda estava vivo, e é claro que como um bom advogado iria a fundo com essa história, era a sua vida que estava em jogo.

A sala cheirava a cigarro, a fumaça iria começar a impregnar minhas roupas daqui a pouco tempo, na poltrona de couro escuro ele passava o polegar na testa, como quem já está farto.

- Sabe se Clarisse morreu?- deu um trago.

Eu bebia minha décima xícara de café, o sono passava longe a essa altura.

- Com certeza está, consegui acertar o peito dela- encostei minha coluna no sofá- era pra ter sido o mesmo com Patrick, mas a porra da arma falhou.

Soltou a fumaça pela boca.

- Se quer mesmo que essa história acabe, precisa dar um fim nele agora, enquanto está vulnerável- o cigarro estava entre o dedo médio e indicador, Denis o admirava como ouro- disse que atirou três vezes, sendo que uma delas falhou, certo?

Olhei atentamente o ruivo.

- Sim, uma atingiu o peito de Clarisse e a outra o braço dele.

- Se Clarisse está realmente morta, é provável que ainda esteja no hospital e seja levada ao IML hoje, e é nesse hospital que iremos encontrar Patrick, pode ter passado por uma cirurgia pra retirar a bala, você se passará por um parente.

- E como vou matá-lo lá dentro sem que ninguém saiba?

Denis riu, ele tinha esse ar de superioridade e deboche que, sinceramente, me tiravam do sério.

- Niall, parece que nunca assistiu a nenhum filme ou novela- me olhou- vai asfixia-lo.

- Alguém vai ter que vigiar a porta.

- deixe essa parte comigo- sorriu com o cigarro nos lábios- eu dou um jeito.

    ...

Louis só faltava babar de tanto que olhava para o corpo de Alana, já estava sendo patético, o tecido era de seda preta, fazia com que sua pele pálida se destacasse.

Ela contava ao seu irmão todo o ocorrido, estávamos sentados alí a pouco mais de uma hora, Max não é bem como imaginei ser, mas não posso tirar conclusões agora, acabei de conhecê-lo.

- Então Louis- tive a atitude de chamá-lo, estava tão vidrado nas coxas dela que não me ouviu, aumentei o tom de voz- Louis?

Despertando do transe olhou para mim, soltei um sorriso forçado.

- Quer dizer que você e Max já se conheciam?- ele olhou o amigo e concordou.

- A gente mora junto, nós nos conhecemos a um bom tempo.

Vi o irmão de Alana se ajeitar no sofá, colocando os braços apoiados nas pernas.

- E você está aqui a muito tempo?- me perguntou.

- Sim, quer dizer, um tempo considerável.- olhei para Alana, ela pôs a mão no meu braço.

- Senhor Styles está cuidando de mim desde de o acidente- olhou pra Max, pude ver Louis engolir em seco- tem sido um grande companheiro- sorri em retribuição.

- então... Vocês estão juntos?- Louis Perguntou, e naquele instante soube que a garota ruborizava.

- Não!- respondemos juntos, e consequentemente rimos um pouco.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora