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Max saiu em busca do médico no hospital, pra avisá-lo sobre o despertar de Alana. Enquanto isso, eu esperava a sua reação ainda sem acreditar.

- Consegue me ouvir? - perguntei.

Ela ainda estava meio sonolenta, virava a cabeça olhando ao redor, provavelmente tentando entender o que tinha acontecido, aonde estava, era natural, lentamente a garota focou em meus olhos, e se esforçando abriu os lábios.

- Sim - sussurou.

Soltei o ar aliviado, então sua audição não tinha sido afetada, vê-la interagindo minimamente comigo aquecia meu peito.

A porta do quarto se abriu e o doutor entrou apressado, o irmão de Alana vinha logo atrás.

- Que boa notícia - olhou a moça - Alana, consegue me ouvir?

- Sim ela ouve, perguntei a ela, e disse que sim.

- Ótimo! Muito bem - pôs a mão em meu ombro- Então consegue falar comigo? - Questionou mais uma vez.

Alana já conseguia abrir mais os olhos, vi a garota engolir seco e se esforçar para abrir o maxilar, sua voz saiu fraca e baixa, com pausas entre as palavras - Eu... consigo.

Max a encarava como criança via doce, atento a cada movimento, curioso. O médico pegou uma cadeira no canto da sala, e colocou ao lado da cama sentando-se.

- Muito bem, excelente começo Alana- Todos ouvimos com atenção- Vou te fazer algumas perguntas okay? Só responda se conseguir, não precisa forçar a barra, tudo no seu tempo - pegou a caneta e prancheta- como você está se sentindo agora?

- Minha cabeça... Dói - inspirou fundo- onde... eu estou... Max- Olhou para o irmão, e pego de surpresa ele gaguejou, nos observou antes de responder.

- Ah... É, nós estamos no hospital, em Saint Augustine- pigarreou.

- Saint... Augustine? - franziu o cenho - cadê... a mamãe?

Nos entre-olhamos quase que no mesmo instante, e pude ler no olhar de Max o mesmo que eu pensava, algo estava errado.

O doutor percebeu, discretamente colocou a mão no meu braço e acenou com a cabeça para o irmão dela.

- Alana, se lembra de como veio parar aqui?- o médico falou sem pressa, passava uma tranquilidade que sinceramente eu não tinha naquele momento.

A garota quis se ajeitar na cama e acabou soltando um gemido de dor.

- Não, não faça esforço - Disse apressado - eu ajudo você - Com cuidado inclinei sua coluna para frente, e pude ver enquanto colocava os travesseiros na melhor posição, que me encarava, sorri a ela encostando-a de volta, dessa vez sentada.

- Eu me... Lembro - respondeu ao médico, seus olhos castanhos encontraram um ponto fixo no cobertor fino branco que a cobria, suas mãos se moveram, mas apenas a direita conseguiu subir até o colo.

Ele reparou e fez anotações no papel.

- Estava com Max - dessa vez conseguiu falar sem pausar muito, mas ainda baixo - discutimos... E eu, caí... da escada.

Foi como se meu corpo tivesse tomado um banho de água fria, os dedos que seguravam nos pés da cama deslizaram, Alana não se lembrava do acidente, do sequestro, e o pior...

- Alana, se lembra de mim?- meu coração batia acelerado, ansioso.

- Você... Senhor Styles - Sorri aliviado, leve como não estava em semanas, mas alguns segundos depois, franzi o cenho olhando para o doutor.

- Mas, como pode se lembrar de mim, se só se lembra da queda na escada?

O médico, prendeu a caneta no bolso do jaleco branco.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora