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"E eu procurei, juro que procurei, mas não encontrei olhos tão cativantes quanto suas esmeraldas".
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Depois de perder meu tempo tentando assistir um programa de TV relativamente chato e nada original, decido ir até a barbearia de Zayn, vou até meu quarto e pego um tênis preto.

Certifico-me de que a porta está fechada e saio andando, apesar de ter um carro, gostava de usá-lo apenas para lugares mais longes como em alguma festa ou supermercados para colocar as sacolas. A cada passo que eu dava sentia um incomodo no peito, um aperto como se algo de errado estivesse acontecendo, respirei fundo e continuei a andar como se nada estivesse ocorrendo.

Todas as ruas por aqui são relativamente "vazias" as pessoas não costumam ficar do lado de fora para andar ou, não sei, só observar a paisagem, o que era uma pena já que era um lugar muito agradável ao meu ver.

As casas seguiam um padrão de branco com telhas em marrom, como naqueles típicos filmes de famílias norte americanas onde um garoto passa de bicicleta jogando um jornal na porta da casa, justamente quando o pai de família abre a porta.

Eu passei por pelo menos duas ruas até chegar na barbearia de Zayn, era de longe o estabelecimento mais colorido e movimentado naquele lugar, portas de vidro, paredes muito bem pintadas de um marrom médio, o letreiro apresentava o comércio,
"Barbearia Malik" lendo me faz perceber que a maioria dos nomes colocados em lojas, padarias e etc, tem o sobrenome de seu proprietário como "padaria Jones".

Observo os carros passarem antes de atravessar a rua, assim que o movimento passa eu vou em direção a barbearia, Zayn herdou o comércio de seus pais e avós, ambos se aposentaram depois de anos de trabalho e dedicação no ramo, cresceu nesse lugar, e agora trabalha nele com mais três funcionários, puxo a porta que continha a placa "open" pendurada por dentro.

Ele estava terminando de atender um cliente, um senhor de cabelos grisalhos e camisa social azul claro, se levantou e agradeceu Zayn pelo serviço, eu me aproximei para cumprimentá-lo.

- Muito trabalho?- Ele vestia uma camiseta preta e uma calça jeans, ainda segurava uma tesoura na mão esquerda.

- Graças a Deus sim, e aí, vai cortar essa cabeleira?- Eu ri, ele sabe que o máximo que faço é aparar as pontas, mas mantinha a piada toda vez.

- Não cara, ainda não, vim fazer o de sempre, aparar- disse arqueando as sobrancelhas, ele estendeu o braço para que eu sentasse na cadeira preta em seu lado.

Assim que me acomodei, ele colocou o avental sobre mim- Então, já está com algum paciente novo pra cuidar?- Perguntou enquanto penteava meu cabelo, e o olhava através do grande espelho em nossa frente, impecavelmente limpo.

- Sim estou, uma garota- ele me olhou no mesmo instante, e deu um pequeno sorriso ao voltar a olhar o cabelo.

- Uma garota é? Já sei, ela está dando em cima de você- dou risada pela forma como disse.

- Não, dessa vez não, ela é... diferente eu acho- digo quase pra mim mesmo olhando meu reflexo no espelho.

- Olha só - ele pegou a tesoura que tinha deixado no bolso do seu avental - quem diria, Harry Styles sendo rejeitado uma vez na vida- demos risada.

- Eu não levei um fora, pra começar eu nem disse que queria alguma coisa com ela, a garota tem dezoito anos- Zayn parecia concentrado pois estava começando a cortar o cabelo, e ao terminar a mecha me olhou.

- E daí que ela tem dezoito anos? E você nem precisa dizer que não quer nada, se entregou assim que disse que ela é diferente.

Zayn sabia muito bem como me deixar sem respostas, tenho certeza de que ela não se interessaria por mim, não mesmo.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora