²⁸

285 39 1
                                    

2 ᴅɪᴀ ᴅᴏ sᴇǫᴜᴇsᴛʀᴏ...

Dei um calmante a Sr Patrick para que pudesse descansar, os últimos dias foram cruéis com ele. Ao contrário do homem com barba por fazer, olhar cansado e visivelmente abatido, não pude me dar a esse luxo, não quando a pessoa que amo se encontra nas mãos do pior verme que pode existir em sua vida.

A luz amarela cansava meus olhos, ardiam, me mantinha alerta com o café que Max havia feito, estava junto comigo na cozinha silenciosa. A cada cinco minutos, ou segundos não sabia mais ao certo, abria o ecrã do celular na esperança de alguma mensagem, ligação, mas não, nada havia acontecido.

Mais cedo liguei ao delegado em busca de mais informações sobre o sequestro, mas só o que recebi em resposta foi- confie no nosso trabalho, estamos fazendo o possível- talvez esse fosse o problema, Alana precisava do impossível.

As mãos do rapaz esfregaram seu rosto impaciente, e eu o entendia completamente, a sensação de impotência era tão agoniante, que naquele instante me perguntei como ainda estou parado nesse maldito balcão?

Outra dúvida me veio em seguida, o que poderia fazer afinal?

- Eu não aguento mais, a gente precisa fazer alguma coisa- levantou-se

Um gole do café amargo desceu pela minha garganta levando a língua ao céu da boca.

- Concordo, mas por onde começamos?

Max me encarou por alguns segundos, pegou o celular e procurou por algo, menos de cinco segundos ele me mostrou, era o Instagram da irmã.

- Vamos divulgar a foto dela, fazer cartazes pra colar pela cidade com telefone pra contato.

Nos levantamos rapidamente indo até a sala, Max montou a imagem no celular enquanto eu ligava a impressora, colocou uma foto de Alana com o título "DESAPARECIDA", uma que mostrava bem seu rosto sorridente, e meu peito apertou por medo de perde-la.

Ele mandou a imagem para o aparelho, não demorou muito até que seu rosto estivesse estampado nas folhas sulfite.

Olhei novamente o celular, 4:40 da manhã e nenhuma mensagem, se ao menos ela conseguisse mandar um sinal, uma ligação que fosse... Mas...

Ela estava com o celular?

Imediatamente tentei me lembrar dela feita refém, sua mão estava... No braço de Niall, vazia, e se estava de vestido então não tinha bolsos.

Corri para as escadas até seu quarto, Max me seguiu sem entender o motivo da pressa, subia pulando os degraus até o andar de cima e ao avistar a porta escancarada do mesmo modo que havia sido deixada, entrei no cômodo.

- O que aconteceu?

Meus olhos estavam tão apressados que andavam de um lado para o outro, instáveis, ansiosos pela concretização do que meu cérebro havia imaginado.

- Procure o celular dela, se eu estiver certo, ela não o levou.

Max sacudio os lençóis enquanto fui em direção a penteadeira, sob a madeira caderno, cremes, alguns perfumes e... Meu Deus... O celular estava lá.

- Achei!- as mãos foram ágeis, atrás de mim Max olhava atentamente- merda tá bloqueado.

Uma ponta de decepção me passou pelo corpo, ele pegou o celular da minha mão.

- O que Alana colocaria como senha?- me encarou, tentei me recordar de alguma pista.

- Alguma data importante, talvez o aniversário dela- observei o rapaz que permaneceu em silêncio, e aí percebi o motivo- não é possível, você não sabe o aniversário da sua irmã?!- perguntei indignado, fala sério isso já era demais.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora