Capítulo 2

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Naquela mesma tarde fomos no local combinado, tínhamos seguido a família até lá, mas nosso plano havia dado errado, Patrick teve alta antes que pudéssemos terminar o serviço.

Estávamos novamente na estaca zero, mas não por muito tempo, afinal, não tinhamos muito tempo.

Mostrei uma planta da casa para ele, havia duas formas de entrar, a porta principal e a dos fundos, como a primeira opção estava na maior parte das vezes trancada, optamos por priorizar a porta que dava acesso a piscina.

- Posso pular pelo vizinho e entrar no quintal, depois é só entrar.

Ele balançava a cabeça negativamente, pegou uma caneta e uma folha jogada.

- Ouça, há três pessoas principais, Alana, o tal enfermeiro e Patrick- ele escrevia seus nomes na folha- para fazer esse serviço sem deixar rastros, precisa ter certeza de que ninguém vá te ver.

- Não sou nenhum idiota, sei disso.

Ele revirou os olhos.

- Será mesmo Niall?

- Claro que sim, é só entrar e ver se não tem ninguém na sala ou na cozinha, então subirei para o quarto dele e farei o serviço.

Denis riu.

- Ah claro, e se abrirem a porta do quarto dela quando você estiver no andar de cima, e derem de cara com você?- apoiou-se sobre a mesa- Você precisa ter uma noção de horário, rotina, vigiaremos eles por uma semana, é tempo o suficiente até o enterro, e quando tivermos um horário propício entramos em ação.

Fazia sentido tive que admitir, mas tinhamos que ser rápidos e precisos, só teria essa chance, não posso desperdiça-la, olhei para o painel a cima preso na parede, pousei minha visão em Alana bem no centro dele, em breve seremos só nós dois meu amor, só nós dois.

...


Louis havia ido embora junto a Max depois de almoçarmos, meu pai tinha subido ao seu quarto para tomar um banho e segundo ele "colocar as ideias no lugar", estava sendo muito difícil, perder a pessoa amada tão repentinamente, no seu lugar faria o mesmo.

Restava na cozinha apenas eu, senhor Styles tinha saído, não disse para onde, também não quis perguntar e ser inconveniente, afinal, não me devia satisfações.

Olhava o sol ir embora pela janela, fechei os olhos sentindo sua luz sobre a pálpebra, minha mãe amava tanto o pôr do sol, não seria como antes, então ri sozinha ao lembrar que, nenhum pôr do sol é igual a outro.

Concluí, que este em especial, seria o mais dolorido a qual já havia assistido, quis chorar, mas não consegui.

Resolvi ir até a geladeira e pegar o vinho ainda guardado, peguei uma taça, e enchi até o meio, voltei a janela onde a noite estava cada vez mais presente, estendi a mão- Um brinde a você mãe! Obrigada por tudo!- uma lágrima escorreu- Vou ama-la eternamente minha rainha- por fim bebi.

A noite havia chegado por completo.

Peguei a garrafa de vinho e a encaixei no braço engessado, prendendo-a contra o corpo já que não conseguiria usar a mão, com a outra segurei a taça que continha a bebida me dirigindo até a área da piscina.

Ao abrir a porta dos fundos, uma brisa suave e fresca passou pelo meu rosto levantando alguns fios, segui em direção as espreguiçadeiras brancas.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora