Alana Stanford, esse era o nome da minha nova paciente, combinava com ela, é breve como a menina costumava ser.Ao menos não era incoveniente, tão pouco forçada, conviver com pessoas assim pode ser uma tortura por meses.
Pior era quando me escolhiam pela minha aparência e não por mérito, não que eu me sinta o cara mais lindo e essas coisas, mas era a verdade, soava quase como um namorado de aluguel, céus como eu odeio isso.
Quando seus pais me contrataram, disseram que ela poderia ser um pouco arrogante em alguns momentos, mas que isso era o jeito dela, não tinha visto nenhuma foto e não sabia absolutamente mais nada sobre ela.
Hoje acabei descobrindo que nem era a imagem de arrogante que criei, tava mais para curiosa e entediada, o que de certa forma me surpreendeu, pelo perfil seria comum alguém com mais companhias, eventos. Bonita até, face delicada, lábios rosados, olhos castanhos assim como seus cabelos longos e escorridos, não é normal que esteja só.
Depois que conversamos na cozinha, senhorita Stanford saiu sem mais nem menos, não disse uma só palavra, apenas se retirou em direção a sala.
Respeitei seu espaço, talvez só estivesse querendo estar sozinha, eu não costumava saber o motivo dos acidentes das pessoas das quais eu cuidava, isso poderia muitas das vezes trazer sofrimento a elas, e meu trabalho era fazer justamente o contrário, mas no caso de Alana, em especial, me veio uma pontinha de curiosidade, afinal, era uma jovem, que tinha quebrado uma perna, o braço, e bateu a cabeça, isso poderia ter levado a morte, e fico feliz de que não tenha acontecido.
Ao entrar na sala, a moça estava paralisada em frente a escada, parecia estar longe em seus pensamentos, vi algumas lágrimas caírem sobre seu rosto delicado, no fundo me senti mal por vê-la chorar, ela não pareceu perceber minha presença, me aproximei e perguntei se ela queria alguma coisa, rapidamente secou as lágrimas e perguntou se poderia ajudá-la a ir ao quarto, digo que sim e a levo no colo.
Subindo as escadas ela evitava contato visual, parecia abalada, a deixei na cama, apoiei sua perna em uma almofada e, como disse que não queria mais nada, me retirei, antes de sair completamente, a observei uma última vez, e fechei a porta.
Assim que a fecho, ouço seu choro baixo, quase inaudível se eu não estivesse perto a porta. Então caminhei até o quarto ao lado, no caso o de hóspedes onde me hospedava agora, sentei na cama e passei minhas mãos no cabelo, isso já era um hábito.
Era triste vê-la daquela forma, mas também não podia invadir seu espaço, precisava conquistar sua confiança pra poder ajudá-la melhor, o senhor e senhora Stanford eram muito ausentes, ela realmente era muito sozinha, pelo o que me contaram ela tem um irmão, mas ainda não o ví, ele poderia fazer companhia a ela.
Fiquei na cama forrada por um enxoval cinza por alguns minutos, olhando a janela que mostrava o tempo se fechando, uma tempestade forte pelo jeito...
...
Depois de pensar em tudo e chorar, acabei adormecendo, acordei com trovoadas às 18:20 da noite, havia dormido demais, me sentei na cama forrada pelo lençol marrom com dificuldade, minha cabeça ainda doía pelos pontos ainda recentes.
Esperei um pouco antes de me levantar, em meu primeiro passo, a minha visão escureceu, parei mais uma vez, e ela se acostumou com a luz, isso é normal, acontece toda vez que acordo.
Me apoiando nos móveis novamente, andei até o banheiro lentamente para tomar um banho quente, quando terminei, vesti algo que pudesse me aquecer, um moletom escuro e um shorts de pano mole, o gesso na perna não me dava muitas opções.
Depois me sentei na cama, cansada, sim, porque fazer isso engessada não é fácil e se eu tivesse uma enfermeira, ela me ajudaria muito mais com isso.
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Meu enfermeiro inesperado
FanfictionDiscussões acontecem, mas às vezes, as consequências podem ser maiores do que imaginamos, foi o que aconteceu com Alana, depois de discutir com seu irmão Max, acabou caindo dois lances de escada e quebrando o braço e a perna. Seus pais vivem trabal...