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A felicidade de voltar pra casa com ela viva, não me cabia no peito, o vento que entrava pela janela batia em sua face serena, balançando os fios finalmente livres sem a faixa de curativo.

Apoiava o braço na porta, inclinando levemente a cabeça perto ao cinto de segurança, seus olhos se fecharam, sentindo a brisa fresca. O sol iluminava e aquecia sua pele, mas, especialmente hoje, não brilhava mais que seu sorriso perfeito.

Ele permaneceu alí por toda a viagem, largo e confiante de uma nova fase, dessa vez mais leve. Avisei a seu pai sobre a alta, pra que organizasse seu quarto e o almoço, chegaríamos famintos, principalmente Max, que mal se alimentou de tão ansioso.

O vestido cor de rosa lhe caía perfeitamente bem, havia comprado como presente e também por não ter o que usar, já que sempre estava com as roupas do hospital. A região da clavícula e ombros ficavam a mostra, o tecido se ajustava a sua cintura, ficando solto dalí até seus joelhos.

- Estamos chegando- Avisei aos dois, percebi que abrindo os olhos rapidamente, Alana se ajeitou no banco de couro escuro.

- Ah finalmente! Não aguentava mais- Max retrucou.

- Espero que não tenha jornalistas- Disse, e virando o último quarteirão entramos em nossa rua- Amém, não temos imprensa.

Estacionei de frente a casa branca com gramado perfeito, não havia ninguém na parte de fora, do meu lado a garota não pensou duas vezes antes de abrir a porta as pressas, saímos todos do carro.

Com as muletas andou até a porta, peguei as chaves no bolso da calça e abri pra ela - SURPRESA!

Patrick, Liam, Louis e Taylor, exatamente nesta ordem parados na sala, havia balões amarelos no teto e bandeiras compondo a frase:"Bem vinda de volta Alana".

- Eu não acredito!- Sorria de orelha a orelha, não demorou muito pra que entrasse e abraçasse todos, com exceção de Payne que a beijou rapidamente. Meio desconcertado o pai da garota observou mas não disse nada, me retirei voltando ao carro, ele veio atrás de mim.

- Harry- me chamou já no quintal, continuei andando até o porta malas - tá tudo bem?

Abri o compartimento pegando as malas- Está senhor Patrick, tirando o fato de Liam enganar a sua filha, dizendo que namoravam antes- forcei um sorriso- está tudo maravilhosamente bem.

Passando as mãos pelo rosto o homem respirou fundo- Liam fez isso? Pois vou agora mesmo acabar com essa mentira - o impedi.

- Não adianta - Fechei o porta malas- ela confia mais nele do que em nós, não se lembra de muita coisa e pra ajudar, ele também disse que tentaríamos desmentir - Coloquei a mochila num dos ombros, ocupando uma das mãos com bagagem- ou seja, teremos que achar uma forma de provar.

- Fazendo ela se lembrar.

- Exatamente - Comecei a andar de volta a casa.

                             ... ... ...

- Quer dizer, que você é minha cunhada?- Olhei pra mulher loira a minha frente no sofá, com as pernas cruzadas, belas pernas por sinal, ela riu sem jeito.

- É... Mais ou menos isso- Pôs os cabelos atrás da orelha.

- Esses dois - Disse um rapaz ao lado dela-  só não assumem o namoro logo por frescura - rimos todos.

- E como se chama mesmo?

- Louis.

- Ah claro, Louis - Balancei a cabeça - só pra eu saber, a gente já se conhecia?- Gesticulei me referindo aos dois no sofá.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora