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- É o vestido dela- confirmei após ver a roupa nas mãos dos peritos.

Os policiais arrombaram a porta velha, não tinha nada de agradável naquele quarto, era úmido, desgastado, nenhum animal viveria em mínimas condições alí.

Meu peito se apertou, só de pensar que Alana ficou nesta cama horrível, mal havia um colchão. Seu vestido estava molhado e sujo, talvez isso explicasse o motivo dos cães não sentirem seu cheiro.

- Minha filha... Meu Deus- Sr Patrick se encontrava indignado, as mãos passavam pelos cabelos, nervosas.

- Pelo que tudo indica, ela ficou realmente em cativeiro nessa casa, deve ter passado a maior parte do tempo aqui.

A informação era óbvia, apesar de, não termos encontrado nada que comprovasse isso antes de arrombar essa porta, eu achava que todos já sabiam disso.

Um homem se aproximou, suas mãos carregavam um saquinho transparente, daqueles que se fecham ao deslizar os dedos pela abertura.

- Já pegamos tudo delegado, retiramos amostras da água na banheira, lençóis do quarto principal, os cacos de vidro...- reparei que dentro do saco, havia uma jóia, verde... Espera...- e também encontramos esse - interrompi.

- Meu anel

O delegado me encarou junto ao perito, Sr. Patrick franziu o cenho enquanto Max fazia um grande "O" com a boca.

- O que o seu anel está fazendo aqui Harry?- o pai de Alana questionou.

- As esmeraldas pai, "estou vendo suas esmeraldas", era do anel de Harry que Alana estava falando, o tempo todo ela quis dizer que estava com ele.

- Tá, mas no que isso ajudaria a investigação? Ela deixou aqui de enfeite? Só pra dizer que lembrou dos olhos dele? Que poético- Payne revirou os olhos com desdém.

Respirei fundo e olhei para o teto, Liam me irritava e até agora não suportava sua presença.

- Pra um melhor amigo, está sendo bem superficial Payne- soltei o ar - Alana deixou, porque sabia que Niall esconderia todos os rastros da passagem dela por aqui, e o anel seria uma prova de que ela esteve nessa casa.

- Faz sentido Sr. Styles, mas ficaremos com o anel.

- Tudo bem, faça o que for preciso.

                           ...

Um posto de conveniência enfim apareceu, estava muito apertada, com sono e faminta.

Enquanto o carro estacionava, olhei para dentro do estabelecimento, havia um casal lá dentro, uma moça loira não mais velha que eu, e um rapaz jovem também, olhavam as prateleiras de comida.

Meu corpo estava pedindo socorro em mil línguas diferentes, e isso me impedia de pensar com clareza, não posso perder essa oportunidade.

- Espere aqui, eu já volto.

- Eu vou junto- respondi.

No retrovisor Denis me olhou.

- Niall consegue comprar as coisas sozinho.

- Estou apertada, com sono e com fome- olhei para os dois- preciso usar o banheiro no mínimo, não vou aguentar mais!

O motorista iria retrucar, mas Niall impediu.

- Tudo bem, ela só vai usar o banheiro.

Contrariado o rapaz desviou o olhar, ao abrir a porta e me ajudar a sair, ele segurou o meu braço se pondo diante de mim.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora