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Acordei de madrugada com meu celular tocando, cacei ainda sonolenta o aparelho pensando seriamente se atenderia ou não.

  Na tela o relógio marcava 3:00 da manhã, quem diabos liga a essa hora? o quarto escuro estava frio, o vento do ventilador vinha diretamente ao meu rosto, ajeitei o cobertor, era um número desconhecido, resolvo atender.

Alana- alô- digo com a voz sonolenta

Xxx-gostou do dia não é mesmo?

Alana- quem tá falando?- não entendia nada, só queria dormir, estava morta de sono.

Xxx- é bom aproveitar mesmo enquanto pode, quem é esse cara ?

Alana- quem é você? O que quer dizer com "enquanto pode"?- meu coração já batia acelerado.

Xxx- eu estou em todo em todo lugar que você estiver gracinha, sei de tudo que acontece com você, me responda, quem é esse cara?!

Alana- Max, Max se for você pode parar, não tem graça!

Xxx- você não perde por esperar Alana, aproveite enquanto pode.

Alana- alô? Alô!??

Era tarde, a ligação caiu.

Deixei minha mão cair sobre o colchão, estava bom demais para ser verdade, puxo meu cobertor branco para perto pra que cobrisse meu braço, sentia medo, era como se eu estivesse voltado a meses atrás quando tudo aconteceu, quando me escondia e desconfiava da própria sombra.

Não conseguirei dormir novamente depois disso, meus olhos já estavam marejados, um aperto no peito muito forte, olhei para todos os cantos do quarto onde pudesse enxergar, os sintomas estavam começando, mãos suadas, respiração ofegante, desatei a chorar o mais baixo possível, fiquei o resto da noite acordada.

...

Eu acordei com o som do celular tocando, procurei o aparelho no criado mudo, mas só depois percebo que o som vinha da babá eletrônica.

Era o celular de Alana, deve ser seus pais ou alguém importante, voltei a dormir, se ela precisar de mim irá me chamar.

No dia seguinte.

   Acordei com meu despertador apitando, às oito e meia da manhã ao lado da cama, o Sol invadia o quarto iluminando o piso de madeira e as paredes cinzas, respirei fundo enquanto coçava os olhos - É Harry, mais um dia.

Sentei-me, meus dedos passaram por entre os fios, me levanto e vou ao banheiro fazer escovar os dentes.

No guarda roupa peguei um moletom e vesti, as primeiras horas do dia não eram tão quentes, calço meu tênis que se encontrava em baixo da cama, e saio do quarto.

Me levanto todo dia esse horário pra preparar o café da manhã, desço as escadas de madeira quase vinho desgastadas, tudo nesta casa seguia essa paleta, marrom, branco e cinza elegante apesar de parecer meio deprimente.

Lembro que esqueci minha carteira no criado mudo, volto para o quarto e lá estava ela, aproveito o momento e escrevo um bilhete para a senhorita Stanford avisando que já volto.

Pego o papel e vou em direção ao quarto da garota, abro a porta e para minha surpresa ela estava acordada, com olheiras horríveis e olhos vermelhos, não parecia bem, nada bem.

Aparentava estar exausta.

- Bom dia senhorita Stanford- cumprimentei, levantando o rosto devagar, ela se ajeita e coloca os cabelos atrás da orelha, se encolhia como um animalzinho assustado.

Meu enfermeiro inesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora