Capítulo 61

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Jimmy

Guto passou a mão pela minha nuca também.

-Obrigado! - Sussurrou.

...

-Droga, esqueci de pegar meu carro.

-Amanhã te levo lá.

-Valew, vamos pra minha casa, a essa hora meus pais já devem ter chegado.

O carro de Ethan tava na frente.

-Céus me ajuda! - disse Augusto.

-Tô contigo!

Ele deu um sorriso fraco e desceu. Ouvimos uma gritaria lá dentro e corremos.

-... Acha mesmo que eu vou acreditar que essa poca vergonha que eu fui obrigado a assistir em pleno programa, é o seu irmão Ethan?! - disse o pai dele.

-Querido pare...

-Por que estão brigando? - perguntou Augusto.

Fechei a porta atrás de mim. Ethan baixou a cabeça com vergonha de nos olhar.

-Seu irmão tá dizendo que é você dançando com ele nesse vídeo! - mostrou o celular.

-Sou!

O pai dele travou, não sabia o que dizer, então confuso começou a bufar e esbravejar.

-Você. Me fez acreditar. Uma vida inteira, que o seu irmão era gay, quando o gay aqui é você?!

-Eu não sou gay, Ethan não é Gay e Jimmy Também não.

-Você está. Beijando ele caralho! - gritou o pai.

-Não, eu estou fazendo um carinho no meu amigo que eu achei que tinha machucado.

-Um carinho? Tá ouvindo isso Priscila?! Um carinho?

-Querido, foi só um mal entendido...

-Não! Não foi, isso é culpa sua Priscila, você sempre foi mole com eles.

-Ah, tá, agora a culpa é minha.

-Vocês vão parar de se ver, eu os proíbo...

-Não pode nos proibir de dançar. . .  mãe?

-Gustavo Efrayn Riller meus filhos vão fazer o que eles quiserem de suas vidas!

-Vou sair do futebol! - anunciou Guto. - Eu vou dançar, vou cursar dança na Flor de Liz!

-Eu não tô ouvindo isso!

-Eu também vou! - disse Ethan. - Taylor Blackwood vai me treinar, já sou aluno registrado na Flor de Liz.

-O quê? - saltou ele furioso.-Meus dois únicos filhos, os caras que achei que seriam os garanhões do futebol americano, que eu achei que me trariam tanto orgulho, os dois vão trocar uma carreira promissora...

-De nós três aqui o único que poderia seguir uma carreira promissora no futebol é o Jimmy. - Disse Ethan.

-Ele é filho de um gay enrustido, Jonas Jackson nunca ficou com uma garota na vida...

-Por que ele se guardou pra minha dinda! - falei. - Um homem não precisa pegar todas as garotas do colégio pra mostrar que é hétero.

-Conseguiu virar a cabeça dos meus dois filhos não é?

-Não, Jim não virou minha cabeça, eu vou dançar porque sou louco pela Luna e se... Eu não tivesse sido um pau no cu estaria com ela agora a apresentando como minha namorada.

-A culpa foi minha Ethan...

-Não Guto, eu fui um idiota minha vida toda, achando que eu conseguiria falar com ela um dia, e quando eu tinha a oportunidade travava como uma criança, então a oportunidade maior surgiu e ela achou que tava falando com você... - ele chorava apontando pro Guto. - Naquela hora eu fingi ser você Augusto, porque era muito mais fácil ser você...

-Mas Ethan eu...

-Você sempre foi o melhor de nós dois, sempre se impôs e eu tinha raiva de você por isso, e ontem eu... Eu deixei a raiva me consumir eu não pensei direito está manhã, eu só queria te machucar, como você fez comigo a vida toda!

-Eu sinto muito Ethan, nunca imaginei que eu criei essa ferida em você, começou como uma brincadeira e... Me tornei o filho preferido e gostei da sensação.

-Não tenho um filho preferido! - disse Tia Pri. - Vocês sempre foram iguais pra mim.

-Mas pro nosso pai não! - disse Guto o olhando. - Ele dirigiu mais atenção a mim.

-Por isso entrei pro time de futebol também, Jimmy me ensinou alguns passos e eu consegui passar pro time, pra você olhar pra mim como você olhava pro Augusto, só porque eu sou mais emotivo não significa que sou gay e mesmo que eu fosse qual é o problema nisso?

-Eu não quero ter um filho gay!

-Por que não? - disse Ethan. - Estaríamos dando o que é nosso e não seu.

O pai dele sentou a mão no rosto de Ethan. Augusto se meteu empurrando o pai.

-Se quer ter raiva de alguém que seja de mim, mas não toca mais no meu irmão!

-Deixa Guto, ele segue tendo um preferido! - disse Ethan segurando o braço do irmão.

Eu fui abraçar a tia que não parava de chorar.

-Você me decepcionou Augusto.

-Desculpe, mas eu não consigo mais esconder meus sentimentos como antes, eu sentia raiva de mim mesmo por chorar, porque você fazia questão de dizer que homem que é homem não chora, e no que deu?

O pai deles bufava.

-Você me fez passar vergonha na frente de um monte de gente, eu fui perguntado como era ter um filho gay, e eu achei que era do seu irmão que falavam.

-Ah, sim, porque eu não poderia te dar essa decepção?!-debochou Guto e levou um soco do pai dele.

-Augusto?! - saltei. Correndo pra me jogar em cima dele antes que ele apanha-se mais.

-Sai daí garoto!

-Não, você não vai bater nos meus amigos, quer bater, bate em mim, eu que os levei pro mal caminho, eu que criei essa confusão. Mas não toca mais neles.

-Vai apanhar junto então.

-Não, já chega! - disse tia Pri o empurrando. - Quer que amanhã Jonas e Taylor estejam na sua porta pra tirar satisfação.

-Aqueles dois...

-Até a Maia conseguiria quebrar a sua cara Gustavo, agora...

-Sua paixão...

Caralho, tia Pri sentou a mão na cara dele.

-Eu. Disse. Chega. Vai sair agora desta casa e esfriar a cabeça, vai voltar amanhã, civilizado pra gente conversar!

Ele ficou segurando o rosto, olhou com raiva pra mim e saiu batendo a porta. Eu e Ethan carregamos Augusto até o sofá, ele parecia tonto.

-Gu olha pra mim! - falei segurando seu rosto. - O que tá sentindo?

Ele se abaixou pra frente e cuspiu na mão, sangue e um dente. A tia gritou ao ver.

-Tô bem mãe. - Guto fechou os olhos segurando a testa na mão. - Cara, papai tem um soco e tanto.

-O que tá sentindo? - perguntei pegando o pano que a tia estendeu, limpei sua mão e dei o dente pra ela. Limpei sua boca. - Fala Guto?!

Ele caiu por cima de mim. Eu joguei a chave pro Ethan, e levantei Augusto no ombro correndo pro meu carro. Fomos pro hospital a tia tinha conseguido pegar os documentos dele. Aí que ódio, tenho vontade de matar o pai dele. E pelo visto a Tia também.

-Você quebrou um dente do meu filho, e agora tô com ele no hospital desmaiado por sua culpa... Não sei Gustavo, tô esperando o médico!-ela esbravejava com ele ao telefone.

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