New York, cinco anos antes.
Melanie não tinha muita paciência para correr atrás de mulher. O jogo da conquista era divertido, mas ter que lidar com infinitas negações e indecisões não era. Por mais que o sexo com Beth fosse incrível, o trabalho de ter de fazer parte daquele jogo incansável de culpa e convencimento não valia a pena. Por que ficar correndo atrás de alguém com uma resistência tão grande se ela podia ter qualquer mulher que quisesse? Melanie não estava acostumada com um jogo tão duro assim. Ela sempre teve quem quisesse, quando quisesse.
Por isso que quando Elizabeth novamente começou a evitá-la na semana seguinte, ela simplesmente desistiu de correr atrás. Era sexta-feira e ela saiu da empresa cedo e foi para um de seus bares preferidos de Nova Iorque.
Ela não estava na cidade há muito tempo e ainda não conhecia os melhores lugares para frequentar. Também ainda não tinha amigos por ali. Mas naquele pequeno bar LGBTQ ela se sentia um pouco em casa. A saudade da época de faculdade sempre batia mais forte nos fins de semana. Sentia saudade dos amigos, das festas, da praia, do sol... Ela até que gostava de Nova Iorque, mas não era a mesma coisa.
– O de sempre? – perguntou Carter, o bartender que já há conhecia.
– Por favor – respondeu e enquanto ele preparava o drink ela foi puxando conversa.
– Como está o movimento hoje?
– Devagar ainda. Está cedo.
Os dois conversaram por alguns minutos até ele ter que atender outro cliente. Enquanto bebia seu martíni, ela avaliou o bar. Não demorou muito até uma mulher se aproximar para falar com ela.
– Posso te pagar uma bebida?
– Você é tão linda que nem precisa pagar – falou com seu melhor sorriso e indicou o lugar ao seu lado para que ela se sentasse.
– Zoey – ela se apresentou com um sorriso.
– Melanie.
As duas começaram a conversar e flertar por alguns minutos antes que Zoey a interrompesse.
– Desculpa, mas você conhece aquele cara? Ele não para de olhar para você... Eu estava até receosa de vir falar com você com medo de que fosse seu namorado.
Mel então virou na direção que ela apontara e vira nada menos que John já começando a caminhar em sua direção.
– Merda! – falou baixinho e forçou um sorriso quando ele chegou.
– Oi, Melanie, tudo bem?
– Oi, John...
– Que coincidência te encontrar por aqui... E falam que Nova Iorque é uma cidade grande – ele brincou claramente nervoso.
Era uma mentira. Ela sabia.
– Eu não esperava te encontrar nesse bar queer. Não sabia que você era gay! – provocou.
John ficou mais nervoso do que antes e gaguejava sem conseguir falar direito.
– Não... não... Eu não sou gay... Eu... – então ele respirou fundo enquanto Mel se divertia e falou mais calmo – Tudo bem, você me pegou... Eu vi nas suas redes sociais você postando desse bar e tenho vindo de vez em quando com a esperança de te encontrar – então preocupado ele completou – Falando assim parece meio perseguidor, mas eu juro que não sou esse tipo de pessoa...
– É estranho, cara – Zoey comentou.
– Então você não é gay, mas não está vendo nada estranho de eu vir num bar queer? – Melanie perguntou divertindo-se com a situação.
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A única escolha possível
RomansaNo meio de uma série de relacionamentos estritamente sexuais, Melanie Kelce teve dois grandes amores, mas apenas um deles pode ser o amor da sua vida. Leitora Beta: Cecilia Marques