New York, cinco anos antes.
As duas voltaram para Nova Iorque em um clima ótimo. Claramente estavam felizes e aliviadas. Elizabeth parecia ter tirado um peso de suas costas ao decidir ouvir suas próprias vontades. A culpa, ela colocou em algum lugar bem fundo dentro de si, esperando que ficasse por lá e não mais voltasse. Melanie valia o risco. Os momentos de prazer que tinha com ela eram maiores do que tudo que já vivera com qualquer outra pessoa. Ela não podia abrir mão daquilo.
Para Melanie aquele arranjo com Beth era simplesmente o relacionamento perfeito. Como ela era casada, Mel não precisava se preocupar com um compromisso mais sério ou sentimentos envolvidos. Não haviam cobranças, nem responsabilidades. Não haviam DRs infinitas nem muita conversa envolvida. Era sobre sexo! E sexo era o que ela mais amava. E o fato de ter que dividi-la com o marido nem era tão ruim. Ela tinha muitas noites livres durante a semana e a liberdade que sempre apreciou para continuar vivendo como bem entendesse, sem dar satisfação a ninguém.
Cada uma tinha a sua própria vida, mas ao mesmo tempo dividiam um pequeno mundo que cabia apenas as duas. Lá elas tinham uma conexão, uma intimidade só delas. Criaram a sua própria rotina que funcionava muito bem.
Todas as noites de terça e sexta eram reservadas apenas para as duas. Elas sempre passavam no apartamento de Melanie, onde podiam ficar à vontade. Saíam do escritório um pouco mais cedo que o normal e ficavam juntas até Beth ter que ir para casa.
A empresária sempre usava a desculpa de ter que trabalhar até tarde para o marido e como aquilo era algo comum em sua rotina, ele não estranhava. Até porque, Peter também passava longas horas no hospital e por muitas vezes ficava em plantões noturnos ou em cirurgias complexas e longas.
Às quintas Beth tinha mesmo que trabalhar até tarde, para compensar os dias que saíam mais cedo. Já segundas e quartas à noite e fins de semana eram destinados à sua família.
Só dois dias de sexo na semana era muito pouco para Melanie, mas ela compensava com investidas durante o horário de trabalho e as duas, às vezes, aproveitavam o escritório para uma rapidinha durante a semana. E quando ela não se dava por satisfeita, podia sempre aproveitar a noite de Nova Iorque para conseguir alguma mulher. Sua irmã não estava errada quando falara que a cidade era muito a sua cara. Melanie não precisava se esforçar para encontrar ótimos bares lésbicos e boates divertidas. A cidade que não dormia combinava com ela.
O seu bar preferido continuava sendo sua primeira escolha, mas ela adorava conhecer novos lugares. Acabara ficando amiga do bartender e ele vivia carregando-a para festas com seus amigos.
Depois de três semanas naquela mesma rotina, Melanie já estava se acostumando mais com Nova Iorque e sentindo-se em casa.
– Me chamou? – Mel entrou na sala de Beth na sexta-feira, por volta da hora do almoço.
– Sim – ela falou um pouco decepcionada – Eu não vou poder ir para seu apartamento hoje.
– Por que? – perguntou e viu Elizabeth ficar claramente nervosa.
Depois de alguns segundos em silêncio ela finalmente falou.
– Eu tenho um compromisso hoje.
– Tem que ser hoje? – então aproximou-se de forma sensual – A gente não passa tempo juntas desde segunda.
– Desculpa, mas não dá – ela falou esquivando-se.
– Você já furou comigo na terça! – Mel falou irritada – Já está dando para trás de novo?
– Não. Não é isso... Prometo!
Claramente Melanie não havia ficado satisfeita com a resposta e por mais que ela estivesse curiosa para saber o que havia de tão importante para perderem seus encontros sexuais, ela sabia que não podia fazer aquilo. Afinal, um dos pontos positivos daquele relacionamento era não precisarem de justificativas e cobranças.
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A única escolha possível
RomansaNo meio de uma série de relacionamentos estritamente sexuais, Melanie Kelce teve dois grandes amores, mas apenas um deles pode ser o amor da sua vida. Leitora Beta: Cecilia Marques