Capítulo 58 - A verdade sai do armário

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Chicago, presente.

– Como assim você partiu o próprio coração? – Jess perguntou querendo entender o que estava acontecendo.

As duas estavam na cozinha da irmã, lugar que mais gostavam de conversar. Melanie estava sentada no banco em frente à bancada e Jess estava ao seu lado, servindo-lhe a bebida.

Mel respirou fundo. Ela precisava começar do início.

– Eu tive um caso quando estava em Nova Iorque – bebeu um gole da bebida para criar coragem e falou de uma vez – Com Elizabeth!

– Elizabeth quem? – Jess perguntou sem nem considerar Bess.

Aquilo irritou Melanie. Por que era tão difícil de imaginarem as duas juntas?

– Elizabeth! – repetiu como se fosse óbvio e apontou a porta.

Ainda demorou alguns segundos para a ficha de Jess cair.

– Tia Beth? – perguntou horrorizada.

– Ela não é nossa tia! – falou enfática.

– Meu Deus! – Jess fez cara de nojo – Você dormiu com a tia Beth?

– Pela milésima vez: ela não é nossa tia!

– Meu Deus! – ela ainda estava tendo dificuldades para processar – Acho que vou vomitar... – fez cara de nojo novamente e se serviu de uma dose de whisky, bebendo-a de uma vez.

– Não exagera!

– Você tem um problema, Melanie! – falou irritada.

– Não começa! – pediu sem paciência.

– Eu estou falando sério! Você tem um problema! Isso não é normal! Você dormiu com a nossa tia! E sim, eu sei que ela não é nossa tia de verdade, mas caramba, Mel! É como se fosse! Ela trocou a sua fralda quando você era bebê! – continuou irritada.

– Eu não consegui evitar... – tentou se defender.

– Porque você tem um problema! Você precisa se tratar, Melanie!

– Você pode, por favor, só me ouvir? É muito difícil falar sobre isso.

– Eu não acredito que você nunca me contou... – falou magoada.

– Eu tentei! Várias vezes! Mas nunca consegui. É muito doído! – explicou-se.

– Eu não acredito nisso – ela ainda demonstrava tensão para processar – E o tio Pete? Como você fez isso com ele?

– Jess, por favor, facilita! Guarda todas as críticas para mais tarde. Eu preciso de você – então completou com lágrimas nos olhos – Eu a amo!

– Eu vou precisar de mais bebida – falou mais calma, resignando-se e se servindo de mais uma dose.

– Você sabe que eu sempre tive uma queda pela Elizabeth.

– Você quer dizer sua paixonite adolescente? – desdenhou.

– Sim! Eu sempre fui louca por ela! E quando fui para Nova Iorque tudo que eu pensava era em dormir com ela, mas era para ter sido só uma noite... Só que as coisas saíram do controle...

– Como você deixou isso acontecer? – perguntou já ficando nervosa de novo.

– Não sei explicar! Começou como algo sexual e nós temos uma química fenomenal! Eu dormi com muitas mulheres, você sabe, mas com a Elizabeth é simplesmente algo de outro mundo! – falou já sentindo-se arrepiar com as memórias.

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