A única escolha possível

Capítulo 47 - Luto eterno

New York, cinco anos antes.

Mesmo retornando para sua vida normal, Melanie não retornava para o seu estado normal. Depois de algumas semanas o estado de luto foi diminuindo, mas ela tinha a impressão de que sua vida nunca mais seria a mesma sem a sua avó. Todo dia a tristeza diminuía um pouquinho mais, mas a dor estava longe de sumir.

Sua irmã ligava todos os dias para saber dela e até seus pais passaram a ligar com mais frequência. Bess também tentava ao máximo mimá-la e distraí-la. No entanto, Melanie sabia que aquele tipo de coisa não se superava, o máximo que podia fazer era aprender a conviver com a nova e triste realidade.

– Quero te dar um aviso – Elizabeth falou certo dia no trabalho, séria.

– O que? – perguntou ansiosa.

– Peter convidou seus pais para passarem o Thanksgiving aqui conosco... – falou sabendo que Melanie não gostaria nem um pouco e estava certa.

– Por que? – fez uma careta.

– Ele ficou culpado de não ter ido no enterro da sua avó e como está muito perto, achou que seria um bom gesto se oferecer para cuidar de tudo... – explicou.

– Mas a gente nunca passou o Thanksgiving juntos! – argumentou.

– É... – concordou.

– Não dá para fugir disso? – quase que suplicou.

– Seus pais já aceitaram – falou e percebeu Melanie sentando à sua frente, derrotada.

A última coisa que ela queria era passar o feriado na companhia do marido de Elizabeth. Mas ao mesmo tempo, ela se lembrou de que o feriado era geralmente comemorado na casa de sua avó e de qualquer forma seria muito doloroso.

– Eu tenho que ligar para convidar sua irmã hoje e quis falar com você primeiro. Até porque eu sei que ela ligaria para você logo em seguida e eu queria que você ouvisse por mim – explicou Beth.

Melanie ficou um tempo em silêncio, ainda chateada. A verdade é que ela queria passar o feriado sozinha, afastada de tudo e de todos, fingindo que ele não existia. Ter que enfrentar o feriado preferido de sua avó sem ela, seria uma tortura.

– Pelo menos não vou ter que viajar para Atlanta – ela pensou em voz alta.

– Eu sinto muito, amor – Elizabeth aproximou-se carinhosa – Prometo que vou te recompensar por isso...

– Tudo bem – então depois de pensar um pouco abriu um leve sorriso safado – Eu sei como você pode me recompensar.

– Não... não mesmo... – Elizabeth já sabia pelo olhar exatamente o que Melanie queria.

– Por favor!

– As nossas famílias vão estar lá! A casa nem é tão grande... É muito arriscado.

Ela queria sexo! Melanie adorava aquele sentimento de perigo em fazer sexo sabendo que o marido de Elizabeth estava próximo e com sua família presente, aquilo só aumentava o prazer.

– Arriscado deixa mais gostoso! – falou aproximando-se e colando seu corpo no dela para ajudar no convencimento.

– Minha casa não é tão grande quanto a dos seus pais! E nós quase fomos pegas lá! – tentava resistir.

Era verdade. Uma casa na cidade e ainda em Nova Iorque não era tão grande quanto uma casa no subúrbio de Atlanta.

– Vamos lá! Cadê seu espírito aventureiro? – então lambeu seu ouvido de forma sexy e sussurrou – Você não vai se arrepender...