A única escolha possível

Capítulo 9 - O caminho sem volta

New York, cinco anos antes.

As duas estavam ofegantes, deitadas com as costas na cama, quando Melanie começou a gargalhar sozinha.

– Uau!

– Não acredito que fizemos isso – falou sentindo a culpa voltar.

– Foi realmente inacreditável! – Mel falou animada.

Claramente elas não estavam falando a mesma coisa...

Antes que pudessem continuar a conversa, as duas ouviram um celular tocar.

– É o meu – Beth anunciou, começando a levantar um pouco nervosa.

Teve que ir até a sala e procurar pelas roupas espalhadas no chão. Quando o encontrou já havia parado de tocar.

– Merda, é meu marido – ela anunciou quando viu o visor.

Melanie havia levantado e a seguido até a sala. Beth já estava se vestindo, enquanto ela continuava nua, sem nenhum pudor.

Antes que ela terminasse, o telefone voltou a tocar e ela atendeu. Enquanto falava com ele, Melanie sentou de forma sensual no sofá e ficou encarando-a, o que fez com que Beth ficasse ainda mais nervosa e gaguejasse no telefone. Desligou assim que pode e anunciou.

– Eu tinha que ter ido a um jantar do trabalho dele e esqueci... – falou culpada.

Aliás, culpa era o que ela mais sentia.

– Valeu a pena – Mel falou aproximando-se de Beth para beijá-la, mas foi interrompida – O que?

– Foi só uma noite... Não vai acontecer de novo.

– Você está de brincadeira?

– Você também tinha dito que seria só uma vez.

É verdade, ela tinha dito, mas caramba, depois do que aconteceu naquele quarto não tinha como não mudar de ideia.

– Você não estava ali naquele quarto comigo? Não viu o que aconteceu? Foi incrível! – argumentava – Eu já transei com muitas pessoas, mas aquilo... aquela conexão... Deus do céu! Foi maravilhoso!

Beth sentia a mesma coisa, mas ela não podia, não queria... Precisava sair dali o mais rápido possível.

– Eu não posso Mel, isso é errado... – falou afastando-se novamente.

– Argh! – Melanie grunhiu sem paciência – Esqueci de como mulheres comprometidas dão trabalho! – falou dirigindo-se novamente ao quarto.

– Onde você vai?

– Dormir – falou – Até amanhã, chefe!

E deixou Beth sozinha na sala. Ela terminou de se arrumar silenciosamente e saiu.

Melanie realmente pretendia dormir, mas ela não conseguiu. Ela pensava nos momentos que tivera com Beth e em como havia sido maravilhoso. Sem igual. Rolava de um lado para o outro da cama e ainda podia sentir o seu toque se fechasse os olhos. O desejo voltava a subir e sua mente continuava vagando pela lembrança de momentos atrás.

Depois de quarenta minutos tentando dormir em vão, ela levantou-se e vestiu-se para sair. De jeito nenhum ela iria ficar na cama se remoendo de desejo.

Foi até um bar perto de seu apartamento e não demorou muito até retornar com uma mulher. Enquanto ela fazia sexo com a desconhecida e saciava o desejo, não conseguia deixar de pensar em como aquele momento estava muito aquém ao que vivera com Beth.

Dia seguinte na empresa, Elizabeth estava nervosa. Ao andar pelos corredores e sentir os olhares sobre si, ela tinha a impressão que todos sabiam o que fizera e que todos a estavam condenando. Como pudera trair o marido? E pior, como pudera dormir com alguém tão mais nova? E pior, uma mulher? E para completar a pior parte do quebra-cabeça da culpa: essa mulher era Melanie. A menina que vira crescer.