Chicago, presente.
A vontade de Jess era dar um tapa em Melanie quando ouviu a burrice que fizera, mas ela se segurou. A irmã não precisava daquilo. Ela precisava era de um porto seguro.
– Vem aqui! – abriu os braços e recebeu-a.
As duas estavam no sofá da sala e Jess abraçou Mel com carinho, deixando que ela chorasse em seu colo tudo que precisava chorar.
– Eu não posso perdê-la, Jess! – ela repetia em meio ao seu pranto.
Demorou consideravelmente até que ela conseguisse se acalmar.
– Eu sou tão estúpida! – Mel falou nervosa, mas já conseguindo controlar melhor as lágrimas.
– Ah, querida... Por que você fez isso? – perguntou carinhosa, mas ao mesmo tempo tensa.
– Eu não sei... – falou derrotada – Só aconteceu. Ela tem um poder sobre mim! Um magnetismo difícil de resistir...
– Mas por que você foi ao hotel se já sabia disso? – Jess perguntou o óbvio – Poderia ter marcado de conversar em qualquer outro lugar mais público.
– Eu não sei, Jess! – falou nervosa – Eu amo a Ashley, mas eu tinha uma história com a Elizabeth muito mal acabada. A gente precisava de um ponto final.
Jess não ficou totalmente convencida. Ela se preocupava muito com a irmã.
– Mas um ponto final não necessariamente precisava de sexo!
– Eu sei... – Mel falou.
A irmã estava certa. Ela sabia. Mas o sexo para ela não era igual ao sexo para as outras pessoas. Não era necessariamente algo tão significativo emocionalmente.
– Agora é tarde demais – Mel resignou-se – Eu tenho que esperar ela me perdoar – então olhou para a irmã com desespero – Ela vai me perdoar, não vai?
– Eu não sei, querida – Jess falou com o coração partido.
– Ela tem que perdoar! Eu não posso perdê-la! – falou voltando a chorar.
– Dá um tempo para ela processar... Um espaço... – Jess falou tentando passar confiança.
O problema era que nem ela mesma tinha essa confiança. Pelo que conhecia de Ashley sabia que ela tinha uma personalidade forte e era muito orgulhosa. Não imaginava ela perdoando Melanie depois da traição. Mas Melanie não precisava ouvir aquilo naquele momento. Ela só precisava desabafar.
Nos próximos dias Melanie continuou na casa de Jess e foi ao apartamento pegar algumas roupas em um dia que sabia que Ashley estaria em seu turno, para respeitar seu espaço. Ela deitou por um tempo na cama delas e ficou sentindo o cheiro da mulher que amava nos travesseiros, enquanto chorava de dor.
Ela tentava ligar para Ash todo dia e todo dia ela não a atendia. Chegou o Natal e Melanie tentou se distrair na presença da irmã e dos gêmeos. Ela deu graças a Deus pelo fato de nos últimos anos não ter mais que ir para Atlanta. Depois que se mudara para Chicago, ela e a irmã começaram suas próprias tradições natalinas e por vezes seus pais iam para lá, mas como já haviam visitado há pouco no aniversário de Mel, naquele ano decidiram viajar. Aquilo foi um alívio, a última coisa que precisava era do julgamento de seus pais.
Na noite do dia de Natal, Mel teve uma surpresa. Ashley finalmente atendeu seu telefonema. Seu coração batia forte e sua ansiedade era nítida em sua voz.
– Ash! Feliz Natal!
– Hey – ela falou com a voz triste – Feliz Natal, Mel.
– Eu estou tão feliz que você atendeu! Eu sinto tanta a sua falta! Eu te amo! – ela falou, mas sentiu um aperto no coração com o silêncio que se estabelecera.
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A única escolha possível
RomanceNo meio de uma série de relacionamentos estritamente sexuais, Melanie Kelce teve dois grandes amores, mas apenas um deles pode ser o amor da sua vida. Leitora Beta: Cecilia Marques