New York, cinco anos antes.
O mês de novembro chegou e a cidade de Nova Iorque passou a ficar bem mais fria. Aquilo fez com que Melanie sentisse mais saudades ainda da época que vivia em Los Angeles e do clima ameno que fazia praticamente o ano inteiro.
Ainda no início do mês, ela foi jantar na casa de Elizabeth com a sua família. Aquilo havia acontecido duas vezes depois daquele primeiro jantar em que tudo começara. Peter gostava de recebê-la e Beth insistia para que Melanie fosse para que ele não suspeitasse que algo estava estranho. Elas tinham que manter a farsa de "parte da família".
Melanie odiava esses dias, mas ao mesmo tempo achava um pouco divertido porque sempre tinha como objetivo provocar Elizabeth na frente do marido e do filho e aquilo fazia com que se sentisse poderosa, no controle.
Naquele dia John estava com a namorada e ela passou uma parte da noite conversando com o casal, enquanto tentava ignorar a forma carinhosa como Peter tratava Elizabeth.
Ela sentia uma raiva absurda e usava todas as suas forças para disfarçar.
– E esse é o procedimento que vou fazer depois de amanhã – ele contava para todos durante o jantar.
Ele adorava falar de suas conquistas médicas e pela reação das outras pessoas na mesa, Mel sabia que aquela cirurgia que ele faria era excepcional, mas ela não ligava... A maior parte da explicação ela passara segurando-se para não dar tapas naquele cara arrogante.
– Nossa, pai! Isso vai mudar a medicina cardíaca se funcionar – John comentou surpresa.
– Vai funcionar! – ele falou confiante – Já até comecei a escrever o artigo.
Antes que Melanie pudesse fingir outro sorriso, sentiu o celular vibrar na mesa. Era sua mãe, ignorou a ligação pois ainda estavam terminando o jantar, mas em poucos segundos vibrou novamente.
– Sinto muito, minha mãe está um pouco insistente – ignorou a ligação mais uma vez.
Poucos minutos depois o celular de Beth tocou.
– Sua mãe – ela estranhou.
Praticamente ao mesmo tempo, o celular de Melanie tocou novamente e era sua irmã. Aquilo estava estranho. Seu coração começou a bater forte, com uma ansiedade palpável de quem sabe que tem algo errado.
– Licença – ela pediu retirando-se para atender.
Elizabeth também achou melhor atender Katherine.
– Eu estava tentando falar com a Melanie, ela está com você? – ela perguntou com a voz embargada.
– Sim, ela veio jantar aqui. Está tudo bem?
– Lydia faleceu – falou voltando a chorar.
Naquele momento, Robert pegou o telefone.
– Oi, Elizabeth – ele falou enquanto tentava acalmar a esposa.
– O que aconteceu? – ela perguntou chocada.
– Ela teve um AVC, foi muito de repente... Faleceu antes de chegar no hospital – ele explicou.
– Eu sinto muito!
– Estamos tentando dar a notícia para Melanie. Elas eram muito próximas...
– Não se preocupe. Eu cuido da Melanie – passou o telefone correndo para Peter e foi até ela.
Ela havia acabado de desligar o celular. Assim que chegou à sua frente, Beth percebeu que Melanie estava com um olhar perdido, como se ainda estivesse tentando acreditar.
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A única escolha possível
RomanceNo meio de uma série de relacionamentos estritamente sexuais, Melanie Kelce teve dois grandes amores, mas apenas um deles pode ser o amor da sua vida. Leitora Beta: Cecilia Marques