Cap. 49 - KADU - Parte - 2

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#cap

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#cap. Sem revisão.

      Assim que coloco as mãos em minha cabeça, tenho a impressão que ela está o dobro do tamanho prestes explodir, a qualquer instante. As insistentes batidas na porta que me despertaram aumentam ainda mais meu sofrimento, sinto que estou fora de órbita, não sei nem que horas são agora, só sinto que meu corpo está mais pesado que o normal, tento me levantar e percebo que também estou zonzo. Esbarro em alguma coisa que vai ao chão antes mesmo que eu consiga impedir, provavelmente era um copo, que se espatifou todo.

      Meu também celular toca até que a chamada caia na caixa postal, olho para ele como se tivesse em câmera lenta, ainda tentando processar onde estou e por quanto tempo permaneci nesse quarto. Na mesa de cabeceira encontro uma garrafa de whisky completamente vazia e o que era um copo antes, agora está todo estilhaçado ao lado da cama, penso, que se eu estava tentando me parecer um nada, eu consegui, porque é assim que estou me sentindo, um nada.

      Pego o celular que soa o bip indicando o recebimento de uma mensagem, abro a tela e o nome da Amanda aparece em destaque na tela, mais de trinta ligações sem contar as inúmeras mensagens, claro que nem todas são só dela, mas as que mais me chamam atenção são as dela, pois demonstram o quanto está preocupada com a minha ausência ao seu lado ou em respostas. Passo os olhos por alto nas mensagens, e algumas dela me chama à atenção.

      “Amor me retorna, você esta trancado aí a dois dias inteiros.” — dois dias? Caralho!

      “Kadu querido, estou preocupada com você, o sepultamento de seu se deu e você nem compareceu. Amor fala comigo.” — Me lembro de alguém me perguntar sobre o velório e o enterro do meu pai e eu tê-lo autorizado.

      “Kadu não faz assim sua mãe está  preocupada, todos nós estamos. fala comigo. Vou te dar um tempo depois vou pedir para que arrombam a porta, ok?

      Dois dias? Eu fiquei trancado aqui, perdido na merda das minhas lembranças por dois dias?

      Aos poucos vou me situando, recordando de tudo. Lembro-me de ter dito a Frank que não queria ser incomodado, dei ordens para os exames e para as demais coisas. Decidi que só sairia desse quarto quando tudo tivesse acabado. Eu estava cansado, esgotado mesmo, não queria mais falar a respeito, não queria ver as pessoas, não queria ir ao sepultamento me passando pelo filho perfeito, não mesmo, sentia  que havia chegado no meu limite, precisava ter o meu momento.

      Falei com Felipe que ligou dando me os pêsames, desejei lhe o mesmo, ele me falou que não perdeu ninguém e que seu pai ainda está vivo, claro que se referia a Augusto falamos pouco, nos despedimos e ele não mais ligou, se ligou eu não estava em condições de atender, visto todas essas ligações e mensagens. Depois disso não falei com mais ninguém, apenas ouvia vozes ao longe, a mais frequente era a de Amanda, que dizia ter fé e que acreditava em mim, além de me admirar. Por isso temia sair desse  quarto, pois significava ir de frente a tudo que eu queria esquecer.

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