CAP. 30 - AMANDA

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      A campainha soa mais uma vez, e eu ainda estou decidindo se abro ou não

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      A campainha soa mais uma vez, e eu ainda estou decidindo se abro ou não. Não tenho motivos para recusar sua visita, só acho que a hora não é das melhores, até seu auto convite não é de bom tom. Não me lembro de ter lhe passado essa liberdade durante nosso almoço. Mais um toque.

     Penso, penso, resolvo abrir.


     — Olá! Você está  um pouco longe de casa não está? — falo assim que abro a porta, demonstrando de maneira simpática que além de não tê-lo convidado, não gostei da surpresa

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     — Olá! Você está  um pouco longe de casa não está? — falo assim que abro a porta, demonstrando de maneira simpática que além de não tê-lo convidado, não gostei da surpresa. — E, como descobriu meu endereço?

      — Ei, calma, boa noite primeiro, me desculpa se estou sendo inconveniente, que passava por perto, e, seu endereço eu consegui com  uma amiga do do Rh, não briga com ela por favor, inclusive ela me alertou que  você poderia não gostar da surpresa. — credo quanta explicação, acho que realmente o constrangi. 

      — Não é isso desculpa, tudo bem, mas devia ouvir mais suas amigas. — Respondo.

      — Tudo bem, tudo bem, já entendi. — ele fala levantando as mãos em modo de defesa. — não foi uma boa ideia. — ele fala e já vai fazendo menção de partir. E alguma coisa me diz que estou exagerando na grosseira.

      — Víctor, espera, não e nada disso é que não esperava vistas e, estou num momento eremita, entende?

      — Eu entendo, foi uma péssima ideia vir sem avisar.

      — É, foi, mas não vamos fazer um drama por isso. Venha, entre!

      — Tem certeza?

      — Tenho, entra. Ainda tenho umas horinhas de filme. Podemos conversar.

      Sentamos na sala, onde o filme que nem me interessava mais, está quase no final. 

      — Amanda, mais uma vez peço desculpa, só pensei em passar aqui para convida-la para comer alguma coisa, estava em uma reunião aqui perto. Sinto que fui infeliz na investida.

      — Bobagem, mas já comi por aqui mesmo. E, como está tarde, prefiro não sair, vamos deixar para um outro dia. Talvez se tivesse ligado. — falo levantando o ombro.

      — Concordo, mas veja bem, eu não tenho seu número. Como não esperava que a reunião fosse  prolongar tanto.

      — Acontece. Mas não entendi agora, deu um jeito de conseguir meu endereço, mas meu número não? — questiono, mas o espertinho tem uma resposta para tudo, claro que pensou que ligando eu recusaria de pronto e, ele não teria desculpa para vir até aqui.

      — Pensei em fazê-lo pessoalmente. — ele fala e me direcionando um sorriso maroto muito bonito.

      — Olha a ideia?! — respondo com um sorriso também. O clima por incrível que pareça foi ficando menos tenso. Fiz pipoca e tomamos suco, mas o guloso disse que ainda não  estava satisfeito.

      Víctor foi uma ótima companhia, assistimos o final do filme, falamos sobre os negócios da empresa que ele veio fechar. Acabamos que nos distraímos bastante, e, claro ele conseguiu meu número, mas logo avisei que era para assuntos extremamente importantes, revirou os olhos e nem deu a mínima para mim, ainda me chamou de sargentona. Não liguei, talvez eu esteja sendo mesmo. Como eu já havia jantado, ele pediu um lanche, inacreditavelmente fiquei com vontade e pedi um, também.

      — Sabia que a gula é um dos sete pecados capitais?

      — Sabia, mas não resisti ouvir você fazendo seu pedido. Acho que toda essa mudança acabou me deixando muito ansiosa, nunca fui de comer tanto.

      — Deve ser. Mas relaxa, vamos comer sem culpa.

      — Vamos, amanhã preciso encontrar  uma  academia urgente.

      — Que nada, você está ótima, desencana, não vai me dizer que tem problemas com a comida?

      — Claro que não, meu único problema com ela é que, gosto muito de come-la. Mas uma  atividade física, regularmente, não serve somente para a boa forma, pode me ajudar a controlar a ansiedade, dormir melhor, e poder comer de tudo. — falo e caio na risada.

       — Ah entendi.  Bem pensado uma troca justa.

      — Sim.

      — Amanda, sei que deve estar achando estranha minha visita, e mesmo que eu já tenha me explicado, preciso confessar uma coisa.  — ah não,  quer ver tudo que não preciso está para acontecer.  — Eu... bem... não vou mentir, estou a pouco tempo separado você sabe, mas conhecer você me deu um novo entusiasmo.

      — Victor desculpa, acabamos de nos conhecer, e, bem...

       — Escuta Amanda, concordo com você, é cedo sim, mas para uma relação e não é isso que estou propondo, podemos nos conhecer melhor, fazermos algumas coisas juntos, você está aqui sozinha, e, bem, de certa forma eu também.

      — Uma amizade, é isso?

      — Digamos que sim, nesses últimos dias te observando, despertou em mim uma atração, algo que ainda não sei definir, mas é bom.

      — Víctor, não posso me envolver com você e  com ninguém no momento. Eu não quero, e não me sinto em condições para isso, não vou dizer nunca, mas no momento só  posso lhe oferecer minha amizade.

      — Eu aceito, só peço que pense com carinho a respeito.

      — Eu...

      — Promete?

      — Tudo bem, prometo, mesmo porque será muito bom ter um amigo com o qual eu possa contar. Agora preciso usar meu privilégio de amiga e pedir para que vá para casa, está tarde, e você tem um caminho longo pela frente. E estou bem cansada. — Não minto, ele esta longe de casa e é tarde mesmo.

      — Poxa, pensei que no meu privilégio de amigo poderia rolar um abrigo por aqui?

       — Não abuse da minha amizade meu caro.

      — Entendi, entendi... — ele fala levantando a mãos em sinônimo de trégua. Se aproxima e deposita um beijo em meu rosto e sai,  eu o acompanho e aceno, assim que ele entra em seu carro, fecho a porta, me certificando de ter trancado tudo e subo as escadas para meu quarto.

       Não gostei da visita repentina de Victor, mas não posso negar que ele é um cara legal. Mas que sejamos somente amigos. Ah droga, sei que estou me sabotando, uma vez que, eu mesma falei que mudaria esse meu jeito de rejeitar os homens, disse que ia sair, me divertir, enfim, esquecer Kadu? Por que  não faço como deveria fazer, ao invés de ficar vivendo de lembranças  nutrindo essa esperança absurda de que tudo não tenha passado de um pesadelo, e logo irei acordar. Kadu viria até mim e tudo voltaria a ser como antes. Ilusão a minha.

      “ Ah Kadu, Kadu o que eu faço com a gente? Por que eu não tiro você de uma vez de dentro do meu coração? Por que você não impediu tudo isso?”

Segredos de Família ( Pausado)Onde histórias criam vida. Descubra agora