CAP. 31 - FÁTIMA

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(Sem revisão)

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Dias atrás...

      — Mas que droga de invasão é essa na minha sala? — Edgar que está atarracado nos braços da  secretária, quando adentro em sua sala, ele não esconde o quanto está  surpreso com minha invasão, se ele pudesse me fuzilar ele o faria somente com os olhos.

      — Sua ex sala querido! Estou retomando o que é meu por direito, e essa sala imunda faz parte do pacote. — quando termino de falar, sua secretária, que está mais para acompanhante de luxo, arregala os olhos se desvencilhando dos braços do seu chefe, notando o tamanho da encrenca em que está metida. Como é possível tanta indecência,  o que essas moças tem na cabeça, estudaram tanto para isso? — Você — aponto para ela. — Saia! — não gosto de tratar ninguém com arrogância ou superioridade, por que não sou superior a ninguém, mas isso aqui já é demais, e somente se eu tivesse sangue de barata para ser condescendente com os dois. Não é  ciúmes é questão de respeito, por que afinal de contas ainda carrego uma certidão que me obriga a chamar esse homem imundo de meu marido. — a senhorita está demitida, saia imediatamente da minha empresa.

      — O que? Quem pensa que é  Fátima,  para entrar aqui e ditar ordens aos meus empregados.

      — Foram tantos anos de liberdade aqui, que até  já se esqueceu de quem realmente manda nisso tudo não é meu querido? Pois bem, você  também está fora Edgar, fora de tudo, das empresas, da minha casa da minha vida. — o comunico sem titubear.

      — Eu vou chamar uma ambulância você está em surto novamente, mas saiba que dessa vez vou internar você de uma vez por todas.

      — Faça isso querido, chame os médicos, mas antes vamos fazer uma coisa, podemos mostrar aos médicos por que eu enlouqueço,  será que não tenho motivos suficientes para surtar Edgar?

      — Você sempre foi louca, eu e seu filho sempre acobertamos suas insanidade. Va para casa e arrume o que fazer, mais tarde conversamos, vou ligar para seu filho.

      — Kadu está  chegando, ele está vindo para cá, enquanto isso vamos assistir um filme, podemos assistir eu e você, ou posso pedir para o conselho que está do lado de fora entrar para vermos todos juntos.

      — Que bagunça e essa que está  aprontando  Fátima, sabe que não vou deixar você fazer disso aqui um circo. O que o conselho está fazendo reunido do lado de fora? Ficou louca? Com que autoridade você os reúne?

      — Será que está difícil de você entender que sou a droga da dona disso tudo? Prefere sair por bem ou por mal? Posso entregar uma certa gravação diretamente para eles. O que me diz?

      — Eu não vou sair de lugar algum? Vou ligar agora para a polícia, isso é um golpe!

      — A polícia também já está aí fora. O conselho quem os chamou. Então o que prefere? Que todos vejam essas cenas? Ou prefere somente responder por fraudes? — Edgar se vira de costas para mim, ao começar escutar sua voz misturada com a de sua ex nora, ambos gemendo num sexo nojento enquanto tramam uma cilada sua ex cúmplice, Wanda, atordoado ele se descontrola desferindo um tapa na mesa. Nesse momento meu filho entra na sala. Edgar se volta encarando Kadu como um leão raivoso, partindo para cima dele. Os dois se descontrolam agredindo-se um ao outro, os homens que aguardam do lado de fora da sala, entram assim que escutam meus gritos e o som de coisas caindo ao chão, pai e filho não se respeitam, estão fora de controle, Kadu não veio aqui para isso, mas não recua, ele esteve presente na reunião do conselho, meu filho se manteve ao meu lado todo momento. E por unanimidade foi eleito interinamente como o diretor geral junto comigo. Sim, estou retomando meu lugar nessa empresa.

      Os dois são separados, Edgar está fora de si, e grita para que todos ouçam. 

      — Eu vou à justiça contra todos vocês, conheço meus direitos, tenho uma reputação,  isso é um golpe!

      — Senhor Edgar, por favor, queira nos acompanhar! — um oficial de justiça da lhe voz de comando.

      — Acompanhar para onde, quem é você? Você também faz parte dessa loucura? — ele questiona o oficial cuspindo sua arrogância entre os dentes.

      — Senhor queira nos acompanhar espontaneamente, caso contrário vamos usar dos direitos que a lei nos permite.

      — Está feliz Kadu? Apunhalando seu próprio pai pelas costas?  Que sandices você alegou para criar esse motim em minha empresa?

      — Eu nunca fiz nada meu pai, você sempre  fez tudo sozinho, nunca se preocupou com nada e com ninguém.

      — Você é um bastardo, você e seu irmão nunca deveriam ter nascido, dois a toa, o outro mais ainda pois não passa de um inútil, já você, não passa de um traidor Kadu. Fiz bem em abandonar aquela bastarda no beco, com sorte aqueles abutres deram um fim nela.

      — Do que você esta falando? — pergunto quando Kadu vai para cima dele novamente.

      — Cala sua boca seu imundo! Já disse para não tocar no nome dela. 

      — Kadu filho, o que aconteceu com Amanda? — estou desesperada. — o que aconteceu com minha filha?

      — Nada mamãe, Amanda está bem.

      — Então sua mamãe não sabe que a filha bastarda dela está desaparecida? — me sinto tonta, perco minhas forças. Kadu vem até mim e me segura.

      — Mamãe ele está blefando, não escute o que ele fala. — não consigo segurar as lágrimas.

      — Você é um assassino!  Já matou um, e quer me tirar o que restou, minha filha! — todos se assustam e, então começa um zum, zum, zum, pela sala, a polícia me encara.

      — Senhora, isso é grave, aconselho que a senhora meça suas palavras ou teremos que abrir um inquérito.

      — Eu já abri oficial. Agora leve o daqui de uma vez por favor, as dívidas de meu marido é com a justiça.

      — Mamãe...

      — Filho, não tem volta, ele será sempre seu pai, mas a justiça é para todos.

      Edgar percebe que realmente as coisas estão complicadas para ele, ou está maquinando alguma das suas, pois fica calado, olhando para todos. Como se quisesse marcar essa cena em sua mente.

      Estou arrasada, passei anos sendo enganada, roubada, humilhada, deixada de lado, pelo homem que um dia amei loucamente, e que arrancou de mim quase toda uma vida, sei que também tenho culpa, fui fraca, perdi o desejo por tudo quando vi que eu e ele não éramos nada do  que sonhei, então quando me apaixonei novamente percebi que ter feito escolhas erradas lá atrás, não era o fim. Mas novamente, quando tentei lutar pela minha liberdade, por mim, fui mais uma vez golpeada pelo meu destino traidor. Mas hoje, não é  o fim, Lucas deve estar feliz por de certa forma estar sendo  vingado.

      “Demorou meu querido, mas enfim, boce poderá descansar. Me perdoe por demorar tanto, mas te perder foi um golpe muito duro, muitas coisas da velha Fátima, se foram junto com você. Agora só falta nossa filha estar onde ela sempre deveria ter estado, ao meu lado.”

      Não será uma tarefa fácil, Amanda viveu uma grande parte de sua vida acreditando na vida que lhe deram. Não quero me impor ou mudar sua vida, só quero me apresentar a ela e dizer o quanto a amo e à amei desde meu ventre e continuo amando todos dias, desde que descobri que estava viva e ao meu lado como filha de outros. Eu também amo  Kadu e nunca abrirei mão dele, mas ela é fruto de um grande amor, do verdadeiro amor, e é tudo que me restou desse amor.

      Todos saíram da sala, após Edgar o grande Edgar ser levado para prestar depoimento, fiquei aqui, olhando para tudo que abri mão um dia por revolta, tristeza profunda, voltar aqui depois de tantos anos, vinte e três anos, preciso que me atualizar de tantas coisas, me ausentei de tudo, o mercado financeiro mudou, tantas coisas, conto muito com Kadu ao meu lado, como também preciso de uma boa consultoria, quero estar ambientada com todas as nossas atividades. Para isso preciso de pessoal fiel ao meu lado, prestadores de serviço empenhados, compromissados.

      Sento na cadeira do presidente, enorme imponente, chego a sumir ocupando seu assento, aperto o interfone, a secretaria entra, a mesma de minutos atrás, que se assustou com nossa chegada, pois de certo  sabia o que estava acontecendo dentro da sala do presidente naquele momento, está  mesma cara de assustada, intimidada, de certo já sabe qual o destino de todas elas. Afinal, sou uma empresária, não preciso de harém.

      — Por favor, solicite uma reunião para depois do almoço com o recursos humanos, e após reúna todos os chefes de setores na sala de reuniões. Por enquanto é só.

      — Sim senhora. Com licença.  — a moça sai da sala da mesma maneira que entrou, claro que está apreensiva, acabei com a farra delas.


                           🔹️🔹️🔹️


      — Kadu, o que achou me sai bem na reunião com os gestores? — pergunto para meu filho assim que chegamos em casa.

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