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— Bom dia!
— Bom dia senhora.
— Meu pai está? — Pergunto para a garota atrás da mesa da secretária do meu pai. Essa é a estagiária.
— Está sim, eu vou anunciá-la.
— E desde quando eu preciso ser anunciada? Ficou maluca!
— Senhora é... Ahh droga!
Nem espero essa idiota terminar de falar, ela só pode ter batido com a cabeça, nunca precisei ser anunciada para falar com meu pai. Entro em sua sala, e...
— Mas o que está acontecendo aqui? Papai quem é essa?
— Filha!
— Sim eu, Luana sua filha, quem é essa? — Estou parada no meio da sala aguardando uma resposta, imagina só, entro na sala e me deparo com uma oferecida sentada no colo do meu pai. — Estou aguardando papai!
— Filha essa é a Wanda, ela é, bem, eu e ela...
— Nem termine, eu exijo que você acabe com essa safadeza, minha mãe está sabendo dessa vadia? Ficou louco papai?
— Luana, tenha mais respeito pelas pessoas, Wanda não dirigiu a palavra a você até agora, não tem necessidade de ofendê-la.
— Está me dando bronca na frente dessa fulana?
— Marco querido, eu vou deixar você falar com sua filha. — Ela fala alisando os braços dele. Ordinária!
— Papai tira essa mulher daqui, e leve sua cria junto, sim, pois imagino que essa criança no carrinho deve ser fruto de algum golpe que deve estar aplicando em alguém.
— Cale-se Luana! Esse bebê no carrinho é seu irmão! Comporte-se.
— O quê? Do que está falando papai, até ontem você e mamãe estavam em segunda lua de mel. Como vem me apresentar uma criança e me dizer que é meu irmã, um bastardo, eu não aceito. Tire isso daqui já!
— Wanda por favor, me aguarde na sala de reuniões, sim? — A oferecida sai da sala...
— A criança! — Grito para ela. Quando meu pai me interrompe.
— Pode sair Wanda, meu filho fica, e por favor Luana fale mais baixo, o bebê está dormindo. Agora fale o que você quer, estou muito ocupado.
— Eu vi como está ocupado papai. — Retruco.
— Meu tipo de ocupação, não te diz respeito querida, vamos, me diga o que a trás aqui? Como você está?
— Como eu estou papai? Estava péssima, agora estou muito pior. O que pensa em fazer com essa criança? E mamãe?
— Eu e sua mãe estamos nos separando. Bem, não era bem assim que gostaria que soubesse.
— Mas, vocês voltaram de viagem esses dias? O que está acontecendo papai?
— Luana, você sabe o que está acontecendo, afinal você também está em processo de separação, eu e sua mãe também.
— Como mamãe está? Você só pode ter enlouquecido, tudo isso por causa de uma qualquer e uma criança que nem sabe se é seu?!
— Acredito que não me procurou para dar palpite em minha vida, uma vez que desconhecia esse fato. Minha vida conjugal diz respeito somente a mim minha filha, eu e sua mãe não temos mais razão de estarmos juntos, nosso casamento já se perdeu há um bom tempo, procurei ser um bom pai, um bom marido, mas o amor entre nós acabou, e me vi vivo novamente junto a Wanda, agora temos Benício, estou muito feliz, e acho que você deveria também ficar. É um bebê adorável.
— Credo papai, tome jeito, parece um adolescente inconsequente falando. Você já é um velho, não deveria estar pensando nessas coisas, e muito menos arrumando bastardos para dividir minha herança. Você irá se arrepender disso, eu e mamãe iremos tomar todas as providências cabíveis para impedir que essa criança coloque as mãos em meu dinheiro.
— Não seja maluca minha filha, ninguém irá tirar nada de ninguém. Não sou nenhum imbecil, o que é seu é seu.
— Espero, pois saiba vou até as últimas consequências para garantir meus direitos.
— Não se preocupe com isso. Agora me diga, o que quer aqui? — Ele pergunta, ansioso, parece que tem pressa. Então falo de uma vez, não gosto de rodeios.
— Quero que exija que Kadu volte para casa, e esqueça essa ideia absurda de separação. Eu estava com tudo sobre controle, mas você me atrapalhou.
— Eu atrapalhei ou impedi um escândalo? Você está completamente sem juízo minha filha, se você causasse um escândalo, estaria de uma vez afastando Kadu de sua vida. Embora eu ache que realmente esse casamento acabou.
— Como você pode falar isso papai? Agora ficou um bocó, por causa dessa mulher? Eu exijo que faça Kadu voltar para mim! — Me irrito levantando a voz com ele. Essa fulana está transformando meu pai em um inútil. Mas isso não ficará assim.
— Primeiro, me respeite menina! Segundo, sim, estou em um momento muito gostoso em minha vida, sei que errei com sua mãe, aliás ambos erramos há muito tempo, mas isso não lhe dá o direito de julgar minha vida, sou seu pai e isso não irá mudar! Terceiro, você deveria ter seguido menos os passos de sua mãe, e deveria ter se dedicado mais ao seu casamento, agora o que posso fazer? Você ganhou um marido sem fazer o mínimo esforço, não foi capaz de fazer Kadu sentir nada por você, era visível que entre vocês, que nunca existiu uma conexão, mesmo assim você não fez nada para tentar mudar isso, agora quer o quê? Causar um escândalo?
— Sim, esse segredo maluco que você tem sobre ele pode muito bem me ajudar, por que não me fala o que é? Eu juro que não toco no nome de ninguém, só irei o ameaçar.
—Luana, Kadu não teme mais nossas ameaças, e saiba que isso pode colocar todos nós em risco. Até mesmo sua fortuna. — Ele fala, de repente escutamos um gato ronronando. É o bastardinho. Sinto um ódio imenso, quando meu pai se levanta de sua cadeira, e vai até o carrinho do bebê e o pega no colo.
— Você só pode estar fora de seu juízo. Como pode papai. Você deveria estar carregando um neto e não um filho!
— Fazer o quê, se só tinha uma filha e nem isso ela quis me dar?
— Papai eu estou esperando, fale com seus advogados, faça alguma coisa, traga Kadu de volta!
— Vou falar com ele. Mas não espere nada.
— Cumpra com seu papel de pai, ou pretende me deixar de lado por causa disso aí?
—Luana, acho que erramos muito com você .
— Papai, por favor! — Encerro a conversa, antes que ele comece com sua ladainha.
