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- O que disse?
- É, hum... vim ver como você está? Sua amiga me falou que não estava muito legal, que chorou bastante.
- Sim, me senti mal com o que aconteceu, parece que agora virei saco de pancadas, todos querem me bater.
- Não diga isso, assim me sinto até mal...
- E não é verdade? - Rebato.
- Já pedi perdão e foi sincero. - Verdade, ele pareceu estar sendo sincero em suas desculpas, mas tem coisas que marcam, mesmo não querendo ser rancorosa, não é fácil esquecer.
- Eu sei, já o desculpei, olha Felipe, eu não estou numa vibe muito legal agora, realmente quero ficar sozinha, aliás nem sei onde Lívia está?
- Ela me chamou para dar umas voltas, ou tomar alguma coisa no bar, está tendo um show lá, mas preferi vir até aqui ver como você estava.
- Obrigado, já estou bem, nada quebrado, só meu orgulho, mas isso o tempo resolve. Pode ir agora beber com ela se quiser.
- Quero ficar com você, nao é legal ficar sozinha, prometo que não falo nada, só me deixa ficar? - Não sei o porque dessa proximidade inesperada, talvez ele tenha ficado chocado com a cena horrível, que presenciou. E embora ele não seja um irmão amigo, mesmo assim é impossível ver seu parente numa situação daquelas, e nao sentir nada. Nem mesmo pena. Eu não gostaria de vê-lo mal também. Então respiro fundo e aceito.
- Tudo bem, mas eu não quero conversar. - Reafirmo.
- Já entendi, prometo só te fazer companhia. Posso me deitar aqui? - Eu faço que sim com a cabeça, ele continua se ajeitando na cama. É estranho estar assim com Felipe, e pensar que tentei tanto essa proximidade quando éramos mais novos, sempre desejei lhe fazer companhia quanfo percebia que estava só, ou chateado com alguma coisa.
Ele realmente não falou mais nada, eu acabei me perdendo em meus pensamentos, e adormeci. Levo um susto com o som da voz dentro do quarto, que parecia um trovão.
- Caralho Amanda! Que merda é essa? O que está fazendo aqui Felipe? - Reconheço esse palavrão até no mais profundo do meu sono. Só não entendo por que está tão zangado.
Abro meus olhos, e percebo que estou deitada com a cabeça no peito de Felipe, e o mesmo me abraçando. Aparentemente nada de mal, afinal ele é meu irmão e estava preocupado comigo. Muito diferente de Kadu, que preferiu ficar ao lado da sua esposa, nem uma ligação me fez.
- Ei, qual é cara, Amanda é minha irmã e não estava legal, então resolvi ficar com ela, acabamos dormindo. - Não entendo a necessidade de tanta explicação.
- Levante-se daí Felipe! - Posso jurar que Kadu está com um ódio. Nunca o vi falar assim com Felipe.
- Kadu, qual o seu problema? Meu irmão já falou que estava me fazendo companhia. - Questiono, após me sentar na cama, constato que Lívia está parada na porta. Decididamente virei protagonista de barracos, em Nova York.
