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#Cap. Sem revisão.# Boa leitura!
Era um plano perfeito, eu deixaria a criança naquele orfanto clandestino, e voltaria para casa ou seja, para Kadu, pois eu ainda não havia me dado por vencida. Não que estivéssemos em uma competição, não estávamos mesmo, mas diante de tudo que havia acontecido, sabia que Kadu estava irritadíssimo comigo, então teria que ser bem meticulosa se quisesse que ele me desse atenção.
Logo depois de Kadu expor toda minha vida para meus pais e Felipe também revelar nosso acordo. Todo mundo estava me julgando, Kadu e Felipe se uniram, ou seja, para ambos eu não servia mais, enquanto a vidinha perfeita deles não passava de uma farsa. Isso mesmo, tão podre quanto minhas atitudes.
Quando Felipe se negou a me ajudar e com isso se declarou para Kadu, imaginei que tudo estava perdido, não pelo fato de achar que Kadu se envolveria com ele, coitado o que será que passou pela sua cabeça? Desespero? Ou quis jogar sua última cartada? Felipe era um iludido, sempre foi, enquanto Kadu, apaixonadinho pela sem sal da Amanda. Aquela garota sempre fora uma inútil, mas Kadu, bem, aquele tolo sempre com olhos só para ela, como eu a odeio. E, como eu o amo.
Mas como eu disse, senti que aquele showzinho do Felipe me renderia alguma coisa, só não sabia o quê e o quanto, sim, como eu descobri? Indo até a casa da Júlia após nossa discussão na KF. Imaginem minha surpresa, quando cheguei e o belo dramalhão estava rolando solto, preferi não interrompê-los, me escondi no quarto ao lado, onde podia ouvi -los nitidamente, foi então que descobri o grande segredo da família Brito e Albernaz, tudo estava sendo desnudado friamente bem ali na minha frente, sem que eles soubessem, agora entendo, porque Kadu saiu apavorado da sala, depois de ouvir tudo que Felipe tinha para lhe dizer, suas dores, seus medos, decepções e sua grande paixão pelo próprio irmão, guardada a sete chaves por nós dois, claro que esse fato, nunca havia passado pela cabeça do pobre coitado e nem mesmo pela minha, Kadu guardou esse segredo só para ele, durante muitos anos. E agora tudo estava sendo exposto, um jogo frio, premetidado e assustador.
Que feio!
Que feio!
Bebês trocados, bebês mortos, uma mulher obcecada, outra doente, um pai sem escrúpulos, que Edgar era um indecente isso eu já sabia, até gostava. Mas jamais poderia imaginar o quanto seu lado maquiavélico era ávido.
Pobre Felipe, enlouquecia a cada palavra que ouvia, Kadu não participou de toda conversa, somente pediu para que a mãe conversasse de uma vez com o irmão, e que o mesmo a escutasse, então ele saiu deixando-os a sós, mãe e filho, juro, ao final, senti vontade de carregar meu amigo no colo, eu estava pasma, e não era para menos, dá para imaginar? Que desde a infância o garoto nutria uma paixão pelo amigo, sem saber de seu parentesco, sinto arrepios, quando penso na encrenca que poderia ter sido, se por um descaso da vida, ele e Kadu... bem, por essas e outras eles deveriam me agradecer.
