Atenção: O capítulo contém gatilho de abuso sexual e violência.
— O que deu nele? Eu estava tão perto de ter uma aliança vantajosa. — questiona Odo alternando o olhar da porta para mim. — Que seja! Não preciso daquela aberração para crescer. — o seu olhar repousa inteiramente no meu corpo e o vejo umedecer os lábios. — E também não preciso de nenhum motivo aparente para comemorar.
Mesmo com a onda de medo crescente, reuni forças para se manter de pé. O homem aproximou-se em passos apressados e, nesse momento, apontei a adaga em sua direção. A minha mão tremia tanto que quase deixou o objetivo cair mas, ainda assim, mantenho o braço esticado. O nobre recua erguendo ambas as mãos na altura da cabeça.
— Calma, jovem. Não precisa reagir assim.
— Saía de perto de mim! — grito tremendo cada vez mais. — Ou eu o matarei!
Ele deu um passo em minha direção, encurtando a nossa distância. O ar pareceu rarefeito pois respirar tornou-se uma tarefa quase impossível.
— Abaixe essa arma. Você não pode matar um nobre, esqueceu que é um crime grave em Velorum? Se fizer isso, ficará presa por toda a sua miserável vida.
— Foda-se! Não se aproxime ou...!
Infelizmente, o senhor Rudson é mais ágil dando um tapa em meu pulso. A faca voa longe girando pelo chão de madeira. De forma rápida, corro até a arma mas o nobre chuta minha perna, fazendo-me cair de joelhos. Desesperadamente, estiquei a mão em direção à adaga e, para o meu azar, ela estava longe do alcance dos meus finos dedos. O homem colocou-se em cima de mim enquanto eu me debatia, gritando até a garganta arranhar.
Christian, por favor, apareça!
A mão dele se envolveu em meu coque, jogando minha cabeça contra o solo. Nesse instante, tudo começou a girar e se mover em câmera lenta. Odo lançava diversos xingamentos misturados com uma risada de escárnio. As lágrimas rolavam pela minha face quando o senti erguer o meu vestido até a altura do quadril.
Eu precisava ser forte e crer que Christian surgiria. Ele disse que não deixaria ninguém me machucar. Ele prometeu.
Por favor, venha.
O som do cinto sendo aberto despertou-me do meu estado de transe. Miseravelmente, arrastei o meu rosto um pouco para cima até sentir a mão dele entre minhas pernas, tentando deixa-las abertas. Então, Odo girava o meu corpo com agilidade e precisei ficar frente à frente com sua cara desprezível. Eu não suportaria tamanha dor se ele me violasse. Não seria forte o suficiente para seguir em frente.
Mas provavelmente Christian estava à caminho. Eu só precisava ser paciente.
— Não se preocupe, eu não mordo. — ele comenta rindo ao mesmo tempo que abaixa o corpo, distribuindo beijos pelo meu pescoço. — Mas eu posso morder, se quiser. Basta pedir com jeitinho.
Soluçava descontroladamente enquanto ele se ajeitava entre minhas pernas. Eu não queria que algo assim acontecesse. Eu não podia permitir que acontecesse. Lentamente, estiquei a mão até puxar a adaga com a ponta do meu dedo indicador, trazendo-a para perto de mim. Então, segurei a arma com tanta força que os nós dos meus dedos tornaram-se brancos.
— Nenhum nobre imundo vai encostar o dedo em mim!
O golpe nesse miserável foi certeiro. Eu pude sentir a lâmina atravessar em seu pescoço e, instantes depois, sangue jorrar por todo lugar, principalmente em meu rosto. Ele se remexia como um porco sendo abatido. Na verdade, tenho certeza que essa é a melhor forma de descrever esse nobre sem escrúpulos.
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Velorum
RomanceUm pedido. Duas almas conectadas. Uma nova realidade. Natasha Martin é uma escritora que perdeu o seu ânimo após seu livro, Velorum, ser alvo de críticas negativas. Depois de retornar para o apartamento, decepcionada com uma descoberta do seu namora...