Capítulo 56

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Raven não parava de andar de um lado para o outro

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Raven não parava de andar de um lado para o outro. Enquanto isso, mecho inquietamente os meus dedos, permanecendo sentada na maca. Queria dizer palavras para acalmá-lo, mas nada vinha em minha mente. Ele sempre foi bom em controlar suas emoções e, mesmo assim, parecia à beira de um ataque.

— Vai ficar tudo bem. — tento confortá-lo, recebendo um olhar incrédulo em resposta.

— Eu conheço o Lorcan. Ele não perderá a chance de expor tudo ao rei a fim de quebrá-lo por dentro e isso é o que me preocupa.

— Por que?

Ele sentava na maca do outro lado, soltando um demorado suspiro.

— Porque o Christian é um mimado, não sabe lidar com decepções e começará a lutar como um bárbaro sem um pingo de instrução em luta.

Franzo o cenho, confusa.

—Isso não deveria ser uma vantagem para o nosso senhor?

— Seria se o Lorcan não tivesse sido treinado com guerreiros preparados. Os movimentos do Christian se tornarão imprevisíveis e, então, o nosso senhor sairá da sua zona de conforto.

A linha de raciocínio do Raven é plausível. Pelo pouco que conheço o duque, sei que ele enfrentará problemas se provocar o seu adversário. Afinal, não é um guerreiro qualquer que estará enfrentando; e sim, o filho do maldito Erick que causou muita dor à todos nós.

— Ainda assim, tudo ficará bem. Precisamos ter fé nisso.

— Por que? — questiona encarando-me de uma maneira desafiadora. — Os dados apontam para uma possível derrota.

— Não devemos seguir apenas uma lógica, porque estamos lidando com humanos e os humanos podem nos surpreender. — comento levantando da maca e caminhando em sua direção. Sento ao seu lado, apoiando a minha mão sobre a sua coxa onde dava um aperto solidário. — Estou pouco me fodendo para o treinamento do Christian ou do Lorcan. Eu confio na força do meu senhor.

Os nossos olhares se encontram e sinto uma inquietude em meu interior. As suas íris acinzentadas possuíam um charme indescritível, como se pudessem prender a alma de qualquer pessoa. Raven esticava a mão a apoiando em minha bochecha, retirando os resquícios de sangue no local enquanto comenta:

— Deveria cuidar desse ferimento.

— Eu ficarei bem.

Ele nega com a cabeça.

— Todo e qualquer ferimento deve ser tratado o quanto antes.

Suspiro em desistência. É inútil ir contra um dos membros de confiança de Lorcan. Enquanto Raven passava o pomada em minha bochecha, observo cada traço do seu rosto. Não é surpresa que homens e mulheres de Icarus fiquem aos seus pés diante de tamanha beleza.

Queria a sua atenção mas duvido muito que ele se importe com a garota que, no primeiro dia de treinamento, caiu de cara na lama.

— Aquele dia foi hilário. — ele comenta como se pudesse ler meus pensamentos. Por um momento, arregalo os olhos surpresa mas só então percebo como o rapaz tem passado cinco minutos conversando sobre o dia em que nos conhecemos. Então, permito-me relaxar um pouco apesar de estar envergonhada com a lembrança. — Você caiu de uma forma tão engraçada.

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