Bônus 1

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O som espalhava-se pelo ambiente conforme ia mais fundo

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O som espalhava-se pelo ambiente conforme ia mais fundo. Não sabia se ela aguentaria, principalmente por estar tão apertada. Mesmo assim, coloquei até o final enquanto olhava no fundo de seus olhos. Um leve sorriso surge em meus lábios, observando o sangue esvair do seu corpo. A faca já estava completamente dentro, mas queria cravar o cabo apenas para fazê-la pagar por ser uma má garota e não colaborar na hora da tortura.

— Ocupado?

A minha atenção volta-se para a silhueta que, timidamente, estava apoiada na porta. O longo cabelo vermelho preso em um rabo de cavalo. Tanandra trajava as roupas de treino, coladas ao seu corpo acima do peso. Cada traço dessa mulher é absurdamente lindo, como se ela fosse esculpida pelos deuses.

Pisco os olhos, retornando à realidade. Rapidamente, limpo as mãos sujas de sangue enquanto desviava o olhar para o corpo já sem vida.

— Não mais. — murmuro suspirando com pesar. O local estava uma completa bagunça, pedaços do dedo da mulher e dentes quebrados encontravam-se no chão. — O que faz aqui? Sabe que o porão é meu santuário.

A verdade é que odiava que acompanhassem minhas torturas. As pessoas me viam como um monstro — ao menos, boa parte delas — e eu odiava fingir não ouvir seus comentários ou notar seus olhares assustados.

Mas odiava mais ainda não encontrar medo nos olhos verdes de Tanandra. Ela encarava-me sem tirar o sorriso bobo dos lábios. As suas bochechas rechonchudas estavam coradas enquanto brincava com os próprios dedos.

Uma imagem fofa mesmo quando o arco preso em suas costas seja tão letal quanto minhas adagas.

— O senhor De'Ath deseja falar com você.

— Entendo. Obrigado pelo recado.

Tento transparecer minha costumeira indiferença, sorrindo descontraído. Porém, a ruiva continuava no mesmo lugar com aquele olhar intenso. Ela ignorou o corpo atrás de mim para focar unicamente em meu sorriso, causando uma estranha inquietude no estômago.

— Irá ao baile na próxima semana?

Dou nos ombros, fingindo desinteresse.

— Nunca recusei uma festa. Deve haver homens e mulheres belos para levar à cama. — comento sorrindo maliciosamente. — Será bem divertido.

Tanandra abaixa o olhar para os próprios pés e, lentamente, o seu sorriso morre.

Quero que sua esperança também morra. Quero apagar qualquer resquício da chama entre nós dois. Isso só pode ser uma atração puramente sexual, o que não seria um problema para mim se a garota não estivesse disposta a ter algo mais sério. Depois da nossa conversa na última guerra, tivemos que nos afastar e manter uma relação neutra.

Ela precisa entender que nossa relação, antes mesmo de iniciar, está fadada ao fracasso. Não sou capaz de sentir amor por ninguém. E iludir uma boa pessoa é uma tortura cruel demais, até mesmo para mim.

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