Prólogo

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     Dor

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     Dor.

     Escuridão.

     Desespero.

     A sensação de vazio preencheu minha mente, unindo-se a uma dor aguda, abri os olhos lentamente, sentindo um gosto metálico tomar minha boca. Deitada sobre folhas secas tento recordar do que estava acontecendo, porém a pontada insistente me faz levar as mãos à cabeça em meio aos fios castanhos embaraçados.

     Tento levantar, mas a forte agonia volta, fazendo-me respirar fundo ao apoiar as mãos na terra e franzir a testa com dor. Perguntas sem respostas rondam minha mente, deixando-me aflita e inquieta.

     Onde estou?

     Como cheguei aqui?

     Quem sou eu?

     Meus olhos se arregalam e minha mente busca um nome. Qualquer um… Mas nada me vem, e o desespero me bate. Não lembro quem sou. Como posso não lembrar quem sou?! Levo os dedos à cabeça novamente e eles voltam cobertos por sangue. A pancada poderia ter causado isso?

     Puxo o ar fortemente, tentando retomar o controle da minha mente conturbada. Levanto com o apoio de árvores das proximidades. Encaro o horizonte da floresta e não posso deixar de me perguntar como parei em meio a escuridão desse cenário. 

     Com meu corpo dolorido ando em direção a única luz que avistava torcendo para não adentrar mais na mata densa.

     Depois de minutos caminhando, que mais se pareceram horas, deparo-me com um lago que me faz estremecer, não por medo, mas por me fazer pensar em como minha mente estava como aquelas águas escuras e nubladas. Ando no leito do lago esperando chegar ao fim desse sofrimento, o que fiz para merecer tal castigo? É mesmo um castigo esquecer quem sou?

     Paro quando escuto barulhos de passadas pesadas, rápidas demais para serem de uma pessoa, talvez um animal. O uivo me faz virar a cabeça até a grande sombra se movendo pelas árvores. A luz que havia avistado agora estava mais forte, e agradecia por ter pelo menos um caminho para seguir. 

     Os uivos aumentam, mais selvagens e mais próximos. Com o mais rápido que meus ferimentos me permitem ir, corro para a forte luz que vinha de uma pequena cidade envolta por florestas e matas.

     Minha respiração falha quando a barra rasgada da calça que estou usando se prende em um galho, fazendo-me cair e rolar entre os espinhos e troncos quebrados no caminho.

     Sinto que a escuridão volta a me perseguir, o barulho de folhas secas sendo pisadas se sobressai aos demais ruídos da floresta. Meu cérebro ordena que meu corpo se levante e corra, mas o sinto tão pesado e dolorido que não consigo obedecer o instinto de sobrevivência. Meus olhos encaram o céu escuro, ele estava tão azul, que chegava a parecer preto. Em meio ao meu devaneio sobre a cor da noite, sinto o gosto metálico do sangue tornar-se mais forte, e uma sombra me cobrir. Nenhuma outra pergunta surge em minha mente sombria quando a escuridão me alcança.

 Nenhuma outra pergunta surge em minha mente sombria quando a escuridão me alcança

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