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{Maeve}

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{Maeve}

      Na sala fechada, em meio ao silêncio, era quase possível ouvir as mentes trabalhando, pensando em um jogo de estratégia, seu jogo favorito: Sour.

     — Se o lado inimigo ataca pelas laterais, e te cercam — o rei movia peças envolta do pequeno peão vermelho, Maeve observava a jogada com atenção —, o que faz para vencer?

     — Meu peão principal está cercado. — Maeve pontua, raciocinando alto, como o rei a pedia para fazer em todos os jogos — Mas tenho mais cinco peões — arqueia uma sobrancelha, a mão fica sobre uma das peças, o rei apenas observa, esperando a jogada da mais nova.

     Maeve estreita os olhos e recolhe a mão, pensando em uma estratégia, não é apenas um jogo, é uma preparação para as muitas batalhas que ela estava lutando.

     — Os inimigos estão ocupados demais com o peão cercado, e não sabem que tenho cinco jogadas a mais, eles tem a vantagem em número, mas sou eu quem tenho o elemento surpresa. — arrasta um dos peões com o símbolo do arco para a parte do tabuleiro que indicava uma floresta. — Tenho dois atiradores — move o outro para o lado oposto ao primeiro — e quatro lutadores. Os dois primeiros têm a vantagem da distância, podem atirar de longe e os outros três podem usar o ataque do primeiro tiro para surpreender os inimigos. Sobra um peão.

     — Acho que contou errado, Maeve. — Killian aponta para as peças posicionadas. — Você tem apenas cinco peões, todos já estão posicionados, não sobra nenhum.

     A demônio sorri de lado.

     — Meu peão principal foi cercado, e não incapacitado. E com o ataque dos outros a seu favor, os inimigos distraíram-se o suficiente para ele atacar também, algo que não esperavam. E quando não se espera algo, você não está preparado para lidar com uma luta — derruba os peões do rei — E por isso — pega a coroa do outro lado do tabuleiro —, eu venci.

     Sorri e o rei encosta em sua poltrona, os dedos entrelaçados e o rosto sem expressão. Maeve estrala a língua no céu da boca e ri anasalado.

     — Conversei com seu irmão. — diz, Maeve estranha o assunto repentino e larga a pequena coroa em cima do tabuleiro. — Os acolhi aqui tem três anos, os considero como filhos. — sorri, finalmente demonstrando alguma emoção em sua face. — E eu sei que vocês têm muita capacidade e coragem, seriam grandes líderes. Os soldados já seguem Muriel como um verdadeiro comandante. — levanta indo até um pequeno armário e pegando dois copos e os enchendo com bebida.

     Maeve aceita quando o copo é estendido em sua direção, esperando o rei continuar a falar.

     — Você tem instinto e autoridade, consegue fazer as pessoas te seguirem somente com palavras, e com sua determinação. — volta a sentar, levando a bebida a boca.

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