Uma garota desperta na floresta, sem memória, sem nome, sem passado e sem ninguém em quem pode confiar.
Ajudada por Nickolas e Elisa, ela começa a descobrir coisas sobre si mesma e sobre o mundo que até então não lembrava serem reais, como as criatu...
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Damien
Levo o copo de bebida à boca, o líquido desce queimando minha garganta. O barman observa pelo canto do olho e reviro os olhos.
— Algum problema, senhor? — questiono e ele sorri de lado.
— Na verdade, estou observando o jovem tomar drinks tão baratos e ruins. — Aproxima-se lentamente sussurrando como um segredo. — O dono deste bordel é um grande egoísta, nem bebidas de qualidade compra. Mas — sorri mais e desvia o olhar para observar os arredores — tenho o que precisa. Uma bebida de alto nível e forte o suficiente para te fazer ver nuvens, meu rapaz. Ela sairá mais cara, óbvio, mas vale a pena.
Arqueio a sobrancelha.
— O quanto mais cara? — pergunto enquanto tomo outro copo de bebida.
— Talvez seja — ele sorri enquanto me observa — sete vezes o valor que pagou nessas. Mas com toda certeza vale a pena.
— Tentando vender bebida barata por um preço maior, Elliot? — um rapaz bem vestido de olhos escuros e pele negra retinta pergunta ao barman, sentando ao meu lado. Suas vestes são num azul escuro, o colete perfeitamente arrumado por baixo do sobrecasaca, um tipo de roupa mais antigo mas usado por homens de família de alto nível. Dantan poderia ser usado como exemplo. — Não acredite em nada do que esse barman trapaceiro disser a você.
— Ora, Gilbert! Deixe-me ganhar a vida! Nem todos nascemos em famílias privilegiadas. — O homem revira os olhos. — E eu não menti, a bebida vale o dinheiro gasto.
— E eu pagaria antes de beber? — Arqueio a sobrancelha, o sorriso escondido pelo copo em frente a minha boca.
— Bem — A testa do barman franze —, sim.
— E como eu saberia que vale a pena? — Coloco a bebida no balcão.
— Minha palavra não é o suficiente? — Levanta a cabeça e o jovem ao meu lado ri.
— Sua palavra não vale nem um fio do cabelo que te falta — Gargalho e o barman resmunga irritado algo como "tenho cabelo sim, ele só caiu".
Acabo gargalhando mais e Gilbert me acompanha.
— Deixe o moço em paz com suas mentiras, Elliot.
— Você me paga, Gilbert — sussurra saindo.
— Ele tenta passar a perna em todos por aqui — Gilbert fala. — Veja — Aponta com a cabeça para o barman falando com um homem de idade avançada —, lá vai ele tentar de novo.
Rimos quando o senhor aceita a proposta e cospe toda a bebida ao provar. O barman já havia sumido com o dinheiro.
— Bem, todos precisamos fazer algo para sobreviver. — Bebo o que restava dos copos.
