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     Uma frase veio à minha cabeça como se eu tivesse lido mil vezes e pudesse reler outras mil: "O pior mentiroso é aquele que acaba acreditando nas próprias mentiras"

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     Uma frase veio à minha cabeça como se eu tivesse lido mil vezes e pudesse reler outras mil: "O pior mentiroso é aquele que acaba acreditando nas próprias mentiras".

     Não sei desde quando venho acreditando no que digo, no que tento esconder, venho repetindo muitas mentiras na minha mente, negando coisas que estão bem na minha frente. Talvez esteja na hora de abrir os olhos e aceitar que o mundo tem muito mais segredos.

     — Você está mais pensativa do que o comum hoje. — Nickolas sorri encostado na mesa enquanto termino de comer. 

     — Você conhece muitas espécies de seres sobrenaturais, não é? — Bato as unhas na mesa olhando uma a uma lentamente.

     — Teoricamente, não posso dizer que conheço tantas. Por quê? — Puxa uma cadeira para sentar, o barulho dela arrastando parece ficar preso em meus ouvidos e faço uma careta parando de bater as unhas.

     Suspiro e mordo os lábios, pensando em como começar a contar, ou melhor, em como pedir ajuda. Parece que Damien estava realmente certo. Eu consigo fazer isso sozinha?

     — Por nada. Só fiquei curiosa. — Dou de ombros com uma expressão indiferente e ele assente. Levanto colocando o prato na pia e começando a lavá-lo. — Onde está a Elisa?

     — Ela foi arrumar umas coisas lá em cima. — Seu tom de voz me passa algo diferente e arqueio uma sobrancelha.

     — Ela parece arrumar tantas coisas, talvez eu deva ajudá-la lá em cima. — Pego um pano para secar o utensílio e viro vendo o homem sorrindo largo. 

     — Acho que não é necessário, ela já deve estar terminando. — Encolhe os ombros e vou até o armário, guardando o prato. 

     Viro para Nickolas e sorrio de lado.

     — Eu insisto. — Estalo a língua no céu da boca ainda sorrindo e saio do cômodo.

     Seja lá o que que tanto escondem eu não posso cobrar, afinal, eu minto tanto quanto eles.

     Quando estou terminando de subir as escadas sinto uma pontada na cabeça, me apoio na parede, respiro fundo tentando não cair com as coisas girando ao meu redor. Minha vista escurece, mas dessa vez trinco os dentes com raiva por me sentir inútil e fraca, tento forçar a minha mente a se manter acordada e com os olhos abertos vejo imagens se formarem a minha frente, como fumaça surgindo do nada.

     — Como está? — Drak pergunta, a menina de oito anos estava sentada na cama com os lençóis escuros, os dedos brincavam com as mechas de cabelo. 

     — Como eu deveria estar? — O olhar da menina estava preso na parte mais escura de seu cabelo, a expressão neutra, como se não sentisse nada pelo que havia feito horas atrás: um massacre.

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