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     Meus olhos tentam se adaptar à claridade que atinge meu rosto

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     Meus olhos tentam se adaptar à claridade que atinge meu rosto. Tento mover a cabeça e olhar ao redor, com os olhos lacrimejando, pelo aparente sono, fito as paredes de um quarto em tom escuro de madeira.

     Levanto e sinto tudo mais leve, como se todo o cansaço houvesse expelido do meu corpo. Olhando-me, reparo que estou vestida com uma roupa confortável: uma calça masculina com o tecido pesado e uma camisa branca.

     Sinto a adrenalina disparar por meu corpo, meu coração bombeando o sangue cada vez mais rápido, o suor escorre por minha testa, a desconfiança prende-se em minha mente como garras afiadas que rasgam cada sinal de racionalidade que eu possa ter.

     Fico em alerta, com raiva de mim mesma por não saber onde estou, novamente.

     Meu instinto de sobrevivência faz com que eu controle minha respiração e me acalme, meus olhos tremulam sobre o cômodo e cada detalhe planejado.

     Ando pelo quarto tocando em alguns objetos que pareciam feitos da madeira de carvalho. Meus olhos atentos se distraem por um instante, parando em uma pequena estatueta que enfeita a cômoda: um anjo com chifres encolhido e com suas asas o abraçando. 

     Observo o enfeite feito à mão, e o traço com o indicador franzindo a testa e o deixando em cima da penteadeira branca.

     Ergo o olhar encarando o espelho da penteadeira que reflete minha imagem. 

     Uma imagem desconhecida

     Uma mulher sem nome, com seus aparentes vinte e dois anos, o rosto nem fino e nem grosso. As bochechas rosadas demais, com o sangue fluindo através da pele, que também é muito pálida. Os fios castanhos formam ondulações enquanto caem por meu busto, as pontas mais escuras que a raiz. Os olhos opacos e sem brilho, num castanho mesclado em claro com escuro, estão perdidos e nublados, sem saber qual sua realidade.

     Passo os dedos pelo meu rosto, forçando minha mente a lembrar um nome para ele. Porém a única resposta que recebo é o vazio escuro. Esse pequeno choque envia a mensagem clara de que não sei quem sou e muito menos onde estou, e que tenho que focar em descobrir pelo menos uma dessas informações. Deixo de encarar a imagem sem nome e me viro para ver o resto do quarto.

     A porta branca chama minha atenção como um ponto de esperança, vou até ela em passos largos e agarro a maçaneta, a giro e o barulho de tranca me leva a tentar mais uma vez pelo desespero. Não consigo abrir… Não, merda, não!

     Viro-me encostando o corpo na porta atrás de mim, meus olhos percorrem o espaço largo e organizado.

     O cômodo é grande, a cama tem o entalhe de madeira rústica com detalhes em branco, os lençóis brancos dando contraste com o chão também de madeira escura, sendo de frente para o parapeito da janela central grande e com vista para a vasta floresta. Como um tolo, meu coração começa a ficar mais frenético pela emoção de ainda haver uma possibilidade de sair daqui, mas quando vejo sua tranca me desanimo completamente.

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