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{Maeve}

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{Maeve}

     Os passos pesados são dados dentro do castelo, as paredes escuras cobertas por pinturas emolduradas, quadros e tapeçarias. Parece tanto tempo desde a última vez que andei por esses corredores. E agora, quando volto, as piores lembranças parecem me consumir. Todas as perdas e tristezas fixadas em cada cômodo.

     Estou com raiva. Estou fervendo. E me sinto extasiada. Nenhuma lágrima mais escorre e minha garganta está fechada, o ar não entra e não faço esforço para respirar precisamente. Eu não me importo, simplesmente não me importo.

     Em uma guerra, mesmo quando se vence, também se perde.

     — Mae — a voz de Muriel está quebrada quando me chama.

     — Comandante, reúna as tropas e informe o relatório de baixa, verifiquem os moradores e quais melhorias precisamos — digo, arrumando a postura e levantando a cabeça.

     Meu irmão dá alguns passos para trás e bate continência.

     — Majestade — diz, a voz dura de um líder, e ainda sim, o carinho de família. Seus olhos procuram os meus e arqueio uma sobrancelha, ele suspira e vira. Passando perto de Damien ele sussurra mesmo sabendo que os outros também podem ouvir. — Alcance-a, e a traga de volta. — E seus passos vão para longe.

     Galmor encara-me sério, com os braços cruzados. E posso ver seu delineado borrado por conta de algumas lágrimas que deixou cair. Ele pode não admitir, mas gostava de Drak. Seguro a bile na garganta, engolindo o soluço.

     — A guerra ainda não acabou — informo, o silêncio formado no hall. Dominic tem lágrimas nos olhos, Kayle está abraçada a ele. O rei assente, e sei que ele sabe do que estou falando. Damien apenas me encara, sem dizer nada, e nenhum resquício de lágrima em seus olhos pelo irmão ou pela amiga. — Zariel, o anjo que matou Cètrio voltará para me matar, e preciso me preparar para outra guerra.

     Preciso recuperar as forças e meu poder, porque se Zariel voltar antes que eu cure, então será o fim. E se sua espada estava com Nathaniel, não duvido que o verdadeiro gestor de todas essas guerras já esteja aqui.

     Fecho os punhos, sentindo o sangue em minha barriga ainda escorrendo.

     Sempre foi ele.

     Zariel foi quem tentou me matar na primeira guerra e em meus últimos momentos, de alguma forma que ainda não descobri, consegui usar o restante da minha força para fazer um portal entre mundos e fugir para o mundo humano. Ele veio atrás de mim, guiando Nathaniel na luta, usando a ele e Millen, os bruxos e todos os outros. Foi ele quem abriu um portal para o Submundo nos lançando aqui, foi ele quem avisou Jaul e deu o pó de asa de anjo, ele quem iria me matar.

     Ele nunca gostou de fazer o trabalho sujo, sempre usando peões. Mas agora todos os seus jogadores estão fora, ele é o único que restou.

     Ele terá que sair de seu esconderijo, e então o matarei, vingarei todos aqueles que Zariel tirou de mim.

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