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     — Damien! — Nickolas grita transformado

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     — Damien! — Nickolas grita transformado. Seu irmão está com uma adaga apontada para o pescoço de Elisa que treme de medo. O sorriso de Damien é perverso e demonstra toda a coragem para fazer um corte no pescoço da senhora.

     — Ah, maninho, eu te avisei que voltei para te atormentar, vou fazer você sofrer e assistir perder cada um que luta para proteger. — Dá um sorriso de lado. — Vou assistir sua derrota.

     — Ela cuidou de você quando era criança, Damien! Não a envolva nisso! Tenha um pouco de compaixão pela pessoa que te deu amor! — Nickolas não tenta avançar, seria em vão tentar, Damien é mais forte e mais rápido, além de ser mais velho e estar na vantagem. 

     Meu corpo está paralisado, todas as minhas emoções correm desenfreadas por minha mente, todos os meus nervos disparam com uma necessidade insana de libertar algo, libertar o fogo dentro de mim.

     A gargalhada do vampiro ressoa alto e maldosa.

     — Você ainda acredita que eu tenho sentimentos?

     A luz reflete no sorriso do vampiro e na lâmina pressionada no pescoço da senhora que parece buscar calma, mas seu corpo ainda treme. Nickolas engole em seco e fecho os punhos, algo está quase quebrando uma barreira invisível que tento manter.

     — Deixe-a! — digo subitamente, atraindo o olhar de Damien que morde o lábio.

     — Ah, anjo, qual o problema? Você realmente se importa? — Ri com escárnio, a lâmina brilha ainda mais em sua mão.

     — Tudo ficará bem, minha menina — Elisa diz sorrindo fraco, seus olhos com lágrimas apenas me fazem sentir mais raiva, e talvez seja isso a desencadear as imagens em minha mente.

     — Está tudo bem, está tudo bem, anjinho — a mulher disse e a sombra a sua frente pressionou mais a espada contra o pescoço da moça.

     — Aizzy — a menina chamou com lágrimas nos olhos, a menina com apenas cinco anos já compreendia o que acontecia.

     — Feche os olhos, anjinho, feche — a mais velha dizia.

     A menina os fechou com força esperando o grito de sua responsável, aquela que sempre cuidou da pequena, invadir seus ouvidos. Porém um grito dentro de sua cabeça a fez sentir raiva, um ódio tão imensurável que a garota abriu os olhos abruptamente focando na sombra. Sentia o sangue escorrer por seus olhos, porém não se importava, era boa a sensação de dor, a dor que causaria naquele que a fazia sofrer. 

     — Morra! — gritava com seu braço estendido até a sombra que por sua vez soltava um som agudo como uma alma aprisionada sendo torturada, e, na realidade, estava. 

     — Te consideram o demônio, mas é porque não me conheceram! — a voz demoníaca da menina dissipava no cômodo grande, uma sala destruída coberta por sangue, o sangue da mulher que havia lutado contra aquele ser para proteger a pequena. Esse pensamento só trouxe mais raiva à criança que fechou a mão em punho e jorrou sangue preto da sombra, a fazendo cair agora como um homem morto, o líquido escorreu até os pés da garota que sorriu. 

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