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{Maeve}

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{Maeve}

     Meus olhos permanecem fechados enquanto a voz melodiosa de Damien cantarola uma música lenta. Meu corpo parece leve como jamais antes, meu sorriso acaba sendo inevitável, e sinto que meu coração pula a cada lembrança da noite anterior. Remexo-me na cama, os lençóis por cima do meu corpo.

     A voz de Damien para meus movimentos:

     — Fique quieta Maeve — seus olhos encontram os meus por cima de um cavalete e seu sorriso é malicioso ao encarar meu corpo forrado com o lençol —, obras primas não se movem.

     O sol entra pela janela totalmente aberta, os raios acariciando e reverenciando a pele brilhante do híbrido. Um pincel está entre seus dedos, algumas manchas de tinta tão escuras como vinho tinto estão sobre seu peitoral.

     — O que está fazendo? — pergunto ao apoiar meu peso em um dos braços. Damien analisa meu rosto e sorri.

     — Pintando.

     Sua resposta furtiva me faz arquear uma sobrancelha e soltar um sorriso de lado apertando mais o pano ao corpo.

     — O que está pintando?

     Seus olhos cinzas cintilam e ele lambe os lábios passando a língua pelas presas. Seu olhar finalmente se fixa no meu quando ele responde:

     — Você. Nua. — seu olhar desce por meu corpo, o lençol bordô esparramado pela cama, cobrindo apenas algumas partes e expondo muita pele. Seu sorriso de lado é predatório — A pintura mais bela de todas.

    Mordo os lábios, Damien desvia o olhar com um sorriso convencido, enquanto volta a molhar o pincel na tinta e traçar a tela.

     — Agora volte para a posição anterior e arrume o lençol mais para baixo. — sua ordem me faz rir, mas sigo as instruções apoiando a cabeça no travesseiro e puxando o lençol. Seus olhos percorrem meus seios e ele prende o lábio inferior entre as presas. Sem dizer mais nada ele sorri e volta a pintar.

     Sua face está serena, o foco inteiramente de meu corpo para a pintura. O cabelo bagunçado, fios desgrenhados para todos os lados, seu anel cintila os raios solares e sigo o movimento de sua mão que leva o pincel até a paleta apoiada na cômoda o molhando com mais tinta. Meus olhos seguem até o copo intocado e a garrafa de bebida fechada, assim como o maço de cigarros.

     — Você parece calmo, nada parecido com o Damien que conheço. — digo, ainda observando a cômoda.

     Seus olhos seguem os meus e ele assente.

     — A bebida me acalma.

     Arqueio uma sobrancelha e estalo a língua no céu da boca com uma contratação óbvia e irônica:

     — Não está bebendo agora.

     — Não, mas você causa o mesmo efeito. — o brilho de suas íris cinza é como mil constelações no céu azul e sombrio — Claro, quando não está ameaçando me matar, aí você me deixa excitado, e com certeza, nada calmo. — nós dois sorrimos de lado compartilhando o mesmo pensamento e talvez, o mesmo sentimento.

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